Galaxy S22 Ultra após 6 meses de uso | Ainda vale a pena ?
Por Felipe Junqueira | Editado por Léo Müller | 06 de Dezembro de 2022 às 11h13
Um dos lançamentos mais interessantes de 2022, o Galaxy S22 Ultra não traz grandes inovações em relação ao seu antecessor, mas agrada. É considerado um dos melhores smartphones do ano, especialmente pelo seu conjunto de câmeras.
- Review Galaxy S22 Ultra | O celular mais completo até o momento
- Review Galaxy Watch 5 | Relógio realmente inteligente
Eu fiquei com o topo de linha da Samsung por seis meses para ver o que muda com o uso mais prolongado. E atestei que muita coisa ficou melhor, enquanto apenas dois pontos podem desagradar usuários mais exigentes.
O que ainda está bom
Câmeras
O Galaxy S22 Ultra é um dos melhores celulares para tirar fotos atualmente. Talvez só perca em alguns cenários para o Google Pixel 7 Pro ou para o Xperia 1 IV. Em cenários com pouca luz, é o melhor, como vimos no comparativo com o iPhone 14 Pro e Motorola Edge 30 Ultra.
O modelo se vale de uma câmera principal de 108 MP para garantir texturas em ótimo nível. O software faz um bom trabalho para deixar as cores minimamente precisas, apesar de um pouco mais saturadas que alguns concorrentes. E a faixa dinâmica é uma das melhores do mercado.
Além disso, o Galaxy S22 Ultra tem um sistema excelente para garantir nitidez à imagem, com recursos de software e hardware para isso. Dá para notar quando você tira fotos com as outras lentes, que não têm estabilização óptica integrada.
Durante esses últimos seis meses de uso diário do Galaxy S22 Ultra, eu optei muitas vezes por fotos com o sensor óptico de zoom de 3x. E, mesmo em ambientes internos, as fotos geralmente ficam excelentes, com detalhes dos pelos dos meus gatos que impressionam.
Já no segundo semestre de 2022, a Samsung liberou uma atualização para a câmera que melhorou ainda mais faixa dinâmica e as fotos noturnas. Ou seja, se o Galaxy S22 Ultra já era um dos melhores celulares para fotografar no lançamento, ficou ainda melhor.
As selfies também são excelentes em todos os sentidos. E também são melhores do que as do iPhone 14 Pro e outros concorrentes, especialmente em cenários com pouca luz. Neste caso, no entanto, já não alcança resultados tão incríveis quanto os da câmera principal.
Tela e construção
A tela de 6,8 polegadas do Galaxy S22 Ultra ainda está entre as melhores do mercado atualmente. A imagem é excelente, com resolução Full HD como padrão, mas opção para reduzir para HD ou aumentar para Quad HD. A taxa de atualização pode ser adaptável ou travada em 60 Hz.
O único ponto que posso falar da tela do celular da Samsung é que a proteção oleofóbica parece ter ido embora um pouco rápido. Ainda consigo limpar bem, mas logo que uso novamente, as marcas de dedo voltam a aparecer.
Ao menos não tem nenhum risco, o que indica a boa qualidade do vidro Gorilla Glass Victus. Mas também mostra o quão cuidadoso eu sou, já que evito o contato do celular com objetos pontiagudos — no bolso dele, fica apenas o smartphone.
Aliás, isso vale para todo o corpo do aparelho. Ok, eu uso uma capinha o tempo todo, mas não há sinais de uso. A caneta S Pen também não apresentou nenhum problema, e a proteção contra água e poeira parece excelente.
Software e atualizações
O Android 13 sob a One UI 5.0 chegou ao Galaxy S22 Ultra do Brasil em meados de novembro. São poucas mudanças, mas é bom ver que a Samsung consegue entregar a atualização do sistema um pouco mais rápido a cada ano.
Eu não tive problemas com o update até o momento, com pouco mais de uma semana de uso. Mas ouvi bastante relatos de engasgos e outras questões mais sérias, incluindo falha no leitor biométrico e no sensor de proximidade durante chamadas.
Uma coisa que eu tenho notado são alguns engasgos no WhatsApp, principalmente. Mas isso pode ser pela quantidade de dados que o mensageiro acumula — e até mesmo no iPhone chega um momento em que a fluidez fica comprometida.
Sistema de som e conectividade
O som estéreo do Galaxy S22 Ultra é outro destaque do aparelho. Com bom equilíbrio, apesar de maior destaque aos médios, o celular consegue entregar agudos e graves aceitáveis, considerando a limitação de espaço para os drivers.
Além disso, você pode conectar dispositivos de áudio externos pelo Bluetooth, que tem conectividade superior a muito smartphone intermediário. A estabilidade é impressionante, e eu só notei falhas na transmissão do áudio quando havia uma boa distância e muitas paredes no caminho.
Falando em conectividade, os modems, tanto o Wi-Fi quanto o das redes móveis, são muito bons. Mesmo em situações em que outras pessoas sofriam com instabilidade, o Galaxy S22 geralmente conseguia manter boa velocidade da internet.
O que deu uma piorada
Desempenho
Não leve a mal, o Snapdragon 8 Gen 1 é bem potente, e os 12 GB de memória RAM ajudam a garantir boa fluidez ao Galaxy S22 Ultra. Mas, com o tempo, eu senti que alguns apps passaram a apresentar engasgos.
Não posso dizer com certeza se o problema é do aparelho ou se é do aplicativo, mas aposto mais na segunda opção. Quanto mais dados armazenados, especialmente em cache, maior a chance de ter algum problema de desempenho.
Eu vi isso muito no WhatsApp, mas também tive alguns problemas com o Twitter, Instagram e até o Telegram. Quatro dos apps que eu mais uso, inclusive.
Não me lembro de falta de fluidez em telas do sistema. Só algumas raras vezes no momento do desbloqueio da tela.
Bateria
E o segundo ponto que pode incomodar alguns usuários mais exigentes é a bateria. Quando o Galaxy S22 Ultra saiu da caixa, o tempo de duração ficava entre um dia e meio e dois dias. Hoje, está em cerca de um dia, com aproximadamente 5 horas de tela ligada.
Porém, eu notei uma redução mais drástica no tempo de uso nas últimas semanas, quando instalei alguns novos aplicativos. Entre eles o Instagram, que eu fiquei meses sem ter no celular, além de Tumblr, Koo e HIVE.
Também aumentou o meu tempo de tela, que costumava ser de menos de 4 horas, e agora está em mais de 5 horas. Ou seja, a bateria decepciona, mas não é das piores quando pensamos em celulares topo de linha.
Um detalhe importante: eu costumo carregar o celular quando ele fica perto de 30% de carga. É muito raro eu deixar descarregar mais do que isso, então dependendo do seu uso e da sua ansiedade com a carga, o tempo de uso pode ser diferente.
Galaxy S22 Ultra: vale a pena após seis meses?
Com seis meses de uso do Galaxy S22 Ultra, eu posso atestar: na maioria dos quesitos, o aparelho está melhor agora do que no lançamento. O próprio conjunto fotográfico, apesar de já ser um dos melhores do mercado no lançamento, ficou ainda melhor.
Só vi alguns problemas leves em desempenho, que acredito ser mais causado pelos aplicativos mal otimizados, e na bateria. Neste segundo caso, o fato de eu não deixar o celular ficar com menos de 30% de carga é um indicativo de que o tempo de uso ainda pode ser excelente.
Porém, eu senti uma redução, apesar de ter aumentado o uso e instalado mais apps que puxam informações em segundo plano. É algo para ficar de olho, de qualquer forma.
No geral, porém, eu recomendo o celular da Samsung para quem quer um bom smartphone que dura muitos anos. Se em seis meses ele ainda é excelente, não vejo muita razão para pensar em trocar em menos de dois anos.
E teve algumas ótimas promoções pelo modelo recentemente. Você pode acompanhar o Canaltech Ofertas para saber quando ele baixar de R$ 5.500 novamente.