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Galaxy Note 20: por que o acabamento de plástico vem sendo tão criticado?

Por| 15 de Agosto de 2020 às 20h00

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Galaxy Note 20: por que o acabamento de plástico vem sendo tão criticado?
Galaxy Note 20: por que o acabamento de plástico vem sendo tão criticado?

A Samsung anunciou o Galaxy Note 20 na semana passada dentro da expectativa trazida pelos rumores: tela plana com resolução Full HD, conjunto de câmera e hardware semelhantes aos do S20 e acabamento plástico, como foi adiantado algumas semanas antes.

Não há uma evolução marcante na comparação com o Galaxy S20, mas parece que foram dados alguns "passos para trás" com o acabamento da traseira e a tela com resolução menor (e sem opção de aumentar a frequência). Daí o preço de US$ 1.000, que muito provavelmente vai virar algo consideravelmente acima dos R$ 5.000 aqui no Brasil, realmente assusta.

Tudo isso faz sentido? É o que tentaremos responder neste texto. Vale destacar que esta não é uma análise de produto, mas uma avaliação de conjuntura com base no que sabemos do Note 20 até agora e comparando isso com os lançamentos mais recentes da Samsung no mercado premium. Levamos em conta, ainda, algumas críticas feitas por fãs da marca nas redes sociais logo após o anúncio do aparelho — muita gente reclamou no Twitter, por exemplo, do combo traseira de "plástico", tela de 60 Hz e preço na casa dos mil dólares.

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Críticas nas redes sociais

O ponto que parece ter desagradado mais é o acabamento do produto — a Samsung trocou o vidro por um polímero reforçado com fibra de vidro — e, além disso, o celular tem tela Full HD com frequência de atualização de 60 Hz. Isso o coloca abaixo de outros modelos topo de linha que própria companhia lançou em 2020 e não passou sem ser notado pelas redes sociais. Aqui, alguns exemplos:

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"Samsung, pare de usar traseira de plático. Aos olhos da maioria das pessoas, plástico = coisa simples. Não nos explique as ditas vantagens do plástico. É inútil. Plástico é sinômino de coisa simples. Você não pode mudar isso", bradou o influente vazador Ice Universe no Twitter

E esses são apenas algumas das postagens apontando o fato de o acabamento do produto ser um material comumente não utilizado em produtos premium da marca enquanto o preço final segue em US$ 999.

Plástico parece a menor das questões

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Apesar da ira gerada pelo uso do plástico, esse parece ser a menor das questões do aparelho. A Samsung anuncia o material como "policarbonato reforçado", e vários veículos internacionais garantem ser o tal do “glasstic”, como a Samsung chama. Aqui, podemos traduzir o termo como “vidrástico” e vale explicar que ele tem uma aparência muito mais elegante que o plástico normalmente utilizado em celulares baratos.

Trata-se de um polímero reforçado com fibra de vidro composto pela aglomeração de filamentos de vidro muito finos, menos rígidos e mais flexíveis que o vidro em si. O “vidrástico” é mais resistente e não estilhaça ao cair no chão, por exemplo, além de permitir o uso do carregamento por indução que o metal — alternativa a vidro e plástico — impede por causar interferência.

Se você pegar um Galaxy A30 para a frente, contando A31, A50, A51 e por aí vai, nota como o polímero de vidro é elegante a olho nu. Só dá para perceber que é plástico ao tocar o aparelho, e mesmo assim fica claro que não se trata de um plástico qualquer.

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Em resumo, o material é mais barato e resistente que o vidro, quase tão elegante quanto e não impede que uma tecnologia como a recarga sem fio seja implementada. Considerando que esse recurso se tornou comum entre os topo de linha atuais, dá para entender a escolha do polímero de vidro em detrimento de outros materiais.

E vale trazer aqui aqui que a Motorola fez a mesma troca de material na família Moto G na oitava geração para cortar custos.

Galaxy Note 20 Lite, é você?

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O Galaxy Note 20 traz alguns downgrades quando comparamos com o Galaxy S20, lançado com o mesmo preço lá fora no início do ano. A memória RAM da versão de US$ 999 caiu de 12 GB para 8 GB e, apesar de o armazenamento interno ter aumento de 128 GB para 256 GB, não há espaço para cartão microSD — algo que empresas como Google e Apple não usam em seus produtos, mas que muita gente ainda dá valor e pode considerar uma perda.

Além disso, a tela é maior, com 0,5 polegada a mais, mas fica limitada à resolução Full HD e à frequência de 60 Hz, além de utilizar um painel Super AMOLED Plus, em vez do AMOLED Dinâmico. As laterais curvas ainda foram abandonadas pela primeira vez em um topo de linha da Samsung desde o Galaxy S6, dando lugar a um display plano, que torna as dimensões do dispositivo consideravelmente maiores.

Podemos dizer que o Note 20 já é o Galaxy Note 20 Lite (que sequer sabemos se existirá de fato um dia). O acabamento plástico e vários outros cortes também foram feitos nas versões mais acessíveis da família S10 e Note 10, no final do ano passado.

Apesar disso, o conjunto de câmeras do Note 20 ainda promete bastante e a S Pen traz as mesmas novidades do modelo Ultra, apesar de não serem muita coisa. Esses pontos parecem ser, até o momento, o grande salto de qualidade do Note 20 em relação à geração anterior.

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Ao se pesar na balança, no entanto, o Galaxy S20 ainda parece uma opção mais interessante que o novo aparelho. Ou até mesmo o S10+, que tem um sensor ToF de “extra” no conjunto de câmeras, traz mais bateria e oferece uma tela do mesmo tamanho do Note 20. No caso do modelo do ano passado, porém, as laterais do display são curvas e ela conta tecnologia mais avançada — o AMOLED Dinâmico.

Corte no custo de produção, preço comercial de flagship

Os próprios irmãos da família Galaxy S20 são suficientes para demonstrar como o Note 20 não parece ser capaz de entregar com a qualidade esperada a proposta de uma versão mais barata da família que traz a S Pen como extra. Nesse sentido, se o diferencial que se procura é a caneta, pode ser mais interessante investir no Galaxy Note 10 ou no Note 10 Plus, por exemplo, em vez de apostar no modelo deste ano.

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Apesar de contar com um processador do ano passado e ter menos tempo de atualização de software, o custo-benefício para quem busca a linha Note parece ser maior no Galaxy Note 10. Isso porque, analisando especificações e detalhes técnicos, o upgrade não indica melhoria significativa mesmo com funções importantes de câmera e performance aprimoradas.

Todos os outros flagships da própria Samsung desde o ano passado deixam a impressão de entregar mais que o Note 20 básico e estão mais baratos depois de seis meses, um ano ou um ano e meio desde o lançamento. Se não por hardware ou conjunto de câmeras, pelo menos no acabamento mais refinado, no display com tecnologia mais avançada e, na maioria dos casos, na bateria maior, também.

Ou seja, o acabamento plástico é apenas um detalhe perto das interrogações que o Note 20 deixa no ar. Ao que parece, ao menos antes de unidades começarem a chegar para um review propriamente dito, trata-se de um modelo perdido em meio a várias boas opções oferecidas pela própria Samsung entre 2019 e 2020.

Ficamos no aguardo para ver qual exatamente será o modelo do Note 20 que vem para o Brasil, ou seja, quanta memória e se vai ter compatibilidade com o 5G DSS que as operadoras nacionais estão implementando por aqui. Olhando agora, de longe, não parece muito atraente investir no Note 20 tendo como opções S10 Plus, Note10/10 Plus ou S20/S20 Plus.

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De qualquer maneira, vale ressaltar que o cenário pode mudar quando for possível ter o aparelho em mãos e sentir que, apesar de todos os pontos citados no texto, ele realmente entrega a experiência premium que promete. O prognóstico, por enquanto, não parece muito favorável ao Note 20 básico.

Quais suas impressões do Note 20 até o momento? Parece algo que vale US$ 1 mil? Deixa a sua visão sobre o assunto nos comentários.

Texto atualizado em 17/08 para incluir citações ao Note 20 nas redes sociais e reforçar o fato de que não se trata de uma análise de produto, mas de uma avaliação do cenário diante do que se sabe do aparelho até agora.