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Europa pode obrigar uso de bateria removível em celulares e outros eletrônicos

Por| Editado por Wallace Moté | 16 de Junho de 2023 às 13h03

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(Imagem: Divulgação/Apple)
(Imagem: Divulgação/Apple)

Apple, Samsung, Motorola e outras marcas podem ser afetadas por nova decisão da União Europeia, agora para forçar uso de tampa traseira removível com fácil acesso à bateria. Em março deste ano, o Parlamento Europeu deu sequência à campanha Direito de Reparo votando a favor de levar baterias removíveis a dispositivos móveis, e uma nova sessão no Plenário confirmou que a mudança acontecerá nos próximos anos.

Na última quarta-feira (14), o Parlamento aprovou com 587 votos a favor e 9 contra "a conceção, produção e gestão de resíduos de todos os tipos de baterias vendidas na União Europeia" com objetivo de diminuir o desperdício e produção de lixo eletrônico.

Uma das principais medidas previstas no regulamento cita que empresas devem "conceber baterias portáteis em aparelhos de modo a que os próprios consumidores possam facilmente removê-las e substituí-las."

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Com o voto final em plenário, o próximo passo será aprovar formalmente o texto antes da sua publicação no Jornal Oficial da União Europeia. Quando isso acontecer as mudanças passam a valer.

A medida deve entrar em vigor em 2027, mas é possível que empresas façam pedidos para realizar mudanças em design e linha de produção em um período de tempo maior, estendendo a obrigatoriedade em meses ou anos.

De smartphones a tablets e notebooks

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A mudança deixa claro que todos os dispositivos eletrônicos vendidos na Europa permitam que baterias internas sejam facilmente removidas e trocadas por consumidores, o que poderá afetar não apenas smartphones, como também notebooks, tablets, relógios e outros produtos utilizados por milhões de pessoas todos os dias.

Atualmente, quase todas as fabricantes apostam em dispositivos móveis com tampa traseira de vidro, metal ou plástico integrado à moldura do dispositivo com adesivos que dificultam o acesso a componentes internos pelos usuários.

Por sua vez, baterias costumam ter acesso ainda mais complexo pela necessidade de atenção a possíveis cabos que podem romper com facilidade, fragilidade das células de bateria que podem resultar em explosões ou vazamentos em manuseios desatenciosos e, em certos casos, uso de soluções para dissolver adesivos internos.

Fim da traseira de vidro nos smartphones?

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Não sabemos se com a medida empresas apostarão em materiais maleáveis como o plástico para facilitar a remoção da bateria ou se novos métodos de acesso aos componentes internos serão desenvolvidos.

O fato é que smartphones com acabamento em vidro se popularizaram pela aparência de um produto mais refinado, especialmente em modelos de alto custo. Remover tamanho diferencial implicaria em mudanças profundas no mercado, ainda que tenhamos visto alguns poucos modelos premium com acabamento em plástico nos últimos anos — em especial com textura para imitar couro.

Assim, formas alternativas de remover a tampa traseira sem danos podem surgir nos próximos anos caso as empresas queiram manter o visual premium em celulares mais caros.

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Modelos únicos na União Europeia?

Outro fator a se considerar seria a venda de modelos exclusivos e adaptados para a União Europeia para atender os requisitos da região. Assim, empresas poderiam vender os aparelhos de fácil acesso à bateria na Europa enquanto mantém o dispositivo selado em outras regiões.

Mas isso pode levar a outros problemas como o alto custo de produção, uma vez que uma segunda versão de um mesmo smartphone precisaria ser produzido, e a adoção de leis semelhantes em outras regiões do mundo.

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No fim, a melhor decisão seria levar a mudança para todo o mundo de uma vez para evitar problemas com legislações e futuros custos de operações.

Europa já aprovou USB-C universal

Outra mudança realizada recentemente pelo Parlamento Europeu foi a obrigatoriedade de uso do conector USB-C em todos os produtos eletrônicos vendidos na União Europeia a partir de 2024.

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A medida também afetou diretamente a Apple, que ainda insiste no uso do conector Lightning em iPhones e acessórios como o AirPods e terá que adaptar os futuros lançamentos para contar com porta USB-C.

A fabricante, por sua vez, não planeja realizar a mudança de bom-grado e considera limitar a velocidade de carregamento e transferência em cabos USB-C não certificados. A União Europeia garantiu que não deixará a Apple vender dispositivos com USB-C limitado.

Fonte: Parlamento Europeu