Primeira produção do Universo DC, Creature Commandos chega em dezembro na Max
Por Paulinha Alves |
Estreia em 5 de dezembro na Max a nova animação adulta da DC Studios, Creature Commandos. Baseada na equipe de mesmo nome dos quadrinhos, a produção foi criada por James Gunn para inaugurar o DCU, novo universo compartilhado da DC que irá abrigar filmes, séries, animações e até jogos de videogame interligados do estúdio.
Dividida em sete episódios, a nova série animada segue os passos de um grupo de monstros presos recrutados por Amanda Waller, que após os eventos da primeira temporada de Pacificador se vê impedida de utilizar vidas humanas para suas operações secretas.
Uma premissa que pode até lembrar outros grupos de anti-heróis comandados por James Gunn (inclusive, em sua era MCU), mas que além da peculiaridade de seus poderes e personalidades, tem ainda outro diferencial em relação a essas histórias.
“Quando você assiste a Guardiões da Galáxia, você vê personagens que, no final das contas, são todos mocinhos. E isso não é verdade para esse grupo [de Creature Commandos]. Alguns deles têm alguma bondade, outros são ruins e alguns deles estão no meio. [Eles] são esses monstros completos e párias, que, sim, foram privados de direitos, mas em alguns casos também fizeram isso a si mesmos” disse o CEO da DC Studios na coletiva da série em que o Canaltech participou.
Animação traz time de monstros excêntricos
Introduzidos na DC Comics em 1980, originalmente como uma equipe de super-humanos militares da Segunda Guerra Mundial, os personagens de Creature Commandos foram remodelados por Gunn para caberem em nossa época atual e também para se ajustarem melhor ao espírito do DCU.
Isso significa que membros de diferentes formações do time e até mesmo personagens avulsos dos quadrinhos aparecem na animação da Max, composta por um grupo final bastante curioso de vilões e anti-heróis.
Além de A Noiva (Indira Varma), também conhecida por Lady Frankenstein, o bando conta com a cientista meio humana, meio anfíbia Dra. Nina Mazursky (Zoë Chao); o cientista radioativo Doutor Phosphorus (Alan Tudyk), o androide militar G.I. Robot (Sean Gunn); o roedor mutante Doninha (Sean Gunn); e seu capitão Rick Flag Sr. (Frank Grillo), que perpetua o legado de seu filho, Rick Flag Jr. (Joel Kinnaman), líder do O Esquadrão Suicida.
Além da equipe principal, porém, outros rostos novos e antigos aparecem na série.
Entre eles está a própria Amanda Waller (Viola Davis), oficial do alto escalão do governo dos EUA; John Economos (Steve Agee), cientista da computação e gênio da tecnologia; Frankestein (David Harbour), o lendário monstro construído com partes de corpo roubadas; e Princesa Ilana – personagem que nunca existiu nos quadrinhos e foi criada por James Gunn especialmente para que Maria Bakalova estivesse na produção.
A atriz, que disse estar honrada em interpretar o papel, contou que Ilana foi apresentada a ela como uma espécie de “princesa da Disney, que é também uma dama femme fatale”. Algo que chamou a sua atenção de imediato.
“Ilana é alguém que eu nunca interpretei antes”, confidenciou Bakalova na entrevista. “Ela pode ser muito agressiva e muito suave ao mesmo tempo. Ela é muito imprevisível e eu gosto disso nela. Gosto do fato de que eu pude interpretar alguém que sabe como seduzir as pessoas”.
Quem também se mostrou muito animado com os papéis que dublou foi Sean Gunn, que novamente fez a voz, ou melhor dizendo, os grunhidos da Doninha, além de interpretar o andróide G. I. Robot. O ator, conhecido como o Kraglin de Guardiões da Galáxia, disse que a dublagem dos personagens foi um dos trabalhos mais desafiadores que já fez em sua carreira.
“G. I. vive em algum lugar entre ser uma entidade orgânica e uma máquina real – e eu tentei encontrar o equilíbrio entre os dois”, analisou o ator sobre seu novo papel. “Uma vez que eu senti que estava no lugar certo, tentei trazer o suficiente de mim para que [as pessoas] ainda pudessem ouvir que havia algum tipo de emoção. [Para que elas entendessem] que ele não era apenas uma máquina e sim que havia algo ali”, contou.
Um (nem tão) novo universo compartilhado
Embora dê o pontapé inicial para o DCU, que terá seu primeiro capítulo chamado de Deuses e Monstros, Creature Commandos contará com personagens que já aparecerem ou até podem voltar a aparecer em outros projetos da franquia.
Uma mistura que pode soar confusa para algumas pessoas, tendo em vista que a primeira temporada de Pacificador e o próprio Esquadrão Suicida, de onde saíram alguns personagens da animação, não fazem parte do cânone dessa linha temporal.
Essas aparentes inconsistências, no entanto, não parecem assustar James Gunn, que ao lado de Peter Safran, co-criador do universo, já tem ao menos oito filmes em desenvolvimento e seis séries engatilhadas – contando com a segunda temporada de Pacificador, essa, sim, canônica.
“Acho que já dissemos a todos que, na minha opinião, Creature Commandos é uma espécie de amuse bouche [pequeno aperitivo] do universo DC”, explicou o cineasta. “Esse é o início do DCU e todos esses personagens têm o potencial de reaparecerem em outros lugares. Trata-se apenas de divulgar que isso faz parte do Universo DC. E, ao contrário de muitos universos mistos, vamos alternar entre animação, live-action, stop motion e, se necessário, fantoches de meia”, disse Gunn, levando todos às risadas.
Inteiramente escrita por James Gunn, Creature Commandos chega em 5 de dezembro na Max. Na data, ficam disponíveis os dois primeiros episódios da produção, que terá seus outros cinco capítulos lançados um por semana, sempre às quintas-feiras.
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