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Os Anéis de Poder | Por que todo mundo odeia os elfos?

Por| Editado por Jones Oliveira | 24 de Setembro de 2022 às 09h00

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O racismo em O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder não é um assunto presente apenas nas discussões e críticas sobre a série. Na verdade, o tema está presente dentro da própria trama e personificado na figura dos próprios elfos. Como os primeiros episódios já deixaram bem claro, esse povo não é nada amado dentro da Terra-Média e, em alguns casos, ter uma orelha pontuda pode ser sinônimo de problemas.

Exemplos dessa discriminação não faltam. Galadriel (Morfydd Clark) tentou esconder traços de sua raça para não ser despejada da balsa naufragada quando estava à deriva no mar, Elrond (Robert Aramayo) tem recebido um tratamento bastante ríspido dos anãos de Khaza-dûm e o pessoal das Terras do Sul já deixou bem claro o quanto eles odeiam Arondir (Ismael Cruz Cordova).

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Assim, não faltam situações que mostram como o pessoal da Terra-Média realmente detesta os elfos. A grande questão é o porquê disso. Sendo eles os protagonistas de toda a narrativa tolkieniana, é até estranho ver um grupo de heróis ser tão rechaçado por todo mundo aonde quer que vá. O ponto é que, no fim das contas, há algumas boas razões que explicam isso tudo.

Por que a Terra-Média odeia os elfos?

Antes de qualquer coisa, é importante destacar que os elfos não são originários da Terra-Média. Dentro da mitologia de Tolkien, a raça foi criada diretamente pelos deuses na terra sagrada de Valinor — o equivalente ao Éden desse mundo. É aquela historinha que Galadriel conta no início do primeiro episódio, com todo mundo vivendo feliz e contente no extremo oeste do mundo.

Eles só vão para a Terra-Média em meados da Primeira Era após o vilão Melkor Morgoth destruir as Árvores Sagradas e roubar as silmarils, joias criadas pelos elfos com a essência dessas luzes divinas. Assim, eles nada mais são do que esses forasteiros que chegaram em um novo mundo, travaram uma guerra e decidiram ficar por lá.

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Essa explicação é fundamental, pois já estabelece alguns pontos que vão refletir no modo com que os elfos veem as demais raças — e como o inverso também é verdadeiro. A começar pelo fato de que eles são realmente bem babacas.

Você já deve ter reparado o quanto os elfos, em geral, são orgulhosos de sua história e no quanto isso se converte em soberba e até arrogância. Essa é uma característica que aparecia timidamente nos filmes, mas que fica bem evidente na série: eles se acham muito melhores do que qualquer outra raça e fazem questão de esfregar isso na cara de todo mundo.

Por serem naturais de Valinor e criados pelos deuses para dividirem o paraíso com essas divindades, eles se sentem superiores a toda essa ralé que vive na Terra-Média. Não por acaso, eles tratam toda a cultura élfica como superior e tratam com desdém aquilo que os outros povos fazem. Basta lembrar que Celebrimbor (Charles Edwards) precisou ser convencido de chamar os anãos na hora de criar sua forja.

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Esse orgulho dos elfos, inclusive, é uma das razões que os fizeram ficar nesse mundo depois da guerra com Morgoth. Isso não é detalhado na série, mas os livros explicam que eles ficaram tão obcecados e envaidecidos pelo status conquistado que preferiram ficar entre os mortais do que voltar para junto dos deuses.

Sempre top de linha

O principal ponto disso está na própria imortalidade. Como não morrem de causas naturais e nem sequer envelhecem, os elfos veem todas as demais raças à sua volta como inferiores e banais. Afinal, como levar a sério humanos e anãos quando eles vivem vidas tão breves? O que alguém pode fazer de relevante em míseros 80 anos?

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Esse conflito é sugerido no reencontro de Elrond com o príncipe Durin (Owain Arthur), quando o anão se mostra incomodado com o elfo ter ignorado aquela amizade por duas décadas para, depois de tanto tempo, chegar como se não fosse nada.

Porém, esse aspecto é ainda mais evidente dentro do núcleo de Númenor, onde essa perseguição e incômodo com os elfos é bem mais escancarado. No quinto episódio da temporada, há todo um discurso da população humana sobre o como o fato de os elfos não envelhecerem os torna perigosos para sua própria existência. Como competir com alguém que não morre, não se cansa e não sente o peso da idade? Para eles, o distanciamento é uma questão de sobrevivência.

A arrogância e a memória élfica

Além disso, o fato de serem imortais também faz com que os elfos tenham uma bela memória — o que é terrível na relação com os outros povos. Vivendo por séculos, eles testemunharam a História, viram as burradas que os outros povos fizeram e fazem questão de não deixar as futuras gerações esquecerem disso.

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Durante a guerra com Melkor, no fim da Primeira Era, parte dos humanos lutou contra o Senhor das Trevas. Só que isso aconteceu séculos antes de a história da série começar, ainda na aurora dos tempos e muito antes de qualquer pessoa ali pensar em nascer. E, mesmo assim, os elfos parecem gostar de lembrar que seus antepassados lutaram no lado errado do conflito.

É por isso que há uma torre de vigilância nas Terras do Sul e que elfos como Arondir ficam vigiando vilarejos e cidades nessa região. Por causa de uma escolha errada feita lá atrás, os elfos seguem tratando todos os humanos como culpados e inferiores, inclusive aqueles que nem fazem ideia de quem é Melkor Morgoth ou Sauron.