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Os Anéis de Poder | O que é Valinor e por que os elfos não podem voltar para lá

Por| Editado por Jones Oliveira | 02 de Setembro de 2022 às 22h00

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A estreia de O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder pegou muita gente de surpresa ao trazer uma Terra-Média bastante familiar e, ao mesmo tempo, muito nova e única. Sem se manter presa ao que os filmes já apresentaram, a nova série do Amazon Prime Video se apoia naquilo que a trilogia original apresentou, mas expande muita coisa para ganhar identidade própria — mas não faz isso sem deixar algumas pontas soltas.

Uma das grandes questões que fica em aberto nos dois primeiros episódios liberados pelo streaming é a relação dos elfos com a Terra-Média. A partir da perspectiva de Galadriel (Morfydd Clark), vemos como a raça deixou as terras douradas de Valinor após a maldade de Morgoth destruir as Árvores Sagradas e que, pouco tempo depois, eles vão até esse novo continente lutar contra as hordas do inimigo, dando início à chamada Segunda Era.

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Só que fica claro já nesses capítulos iniciais que os elfos não gostam nada do seu novo lar e que o grande objetivo de todos eles é voltar para Valinor. E aí fica a grande dúvida: se eles querem tanto voltar para casa, por que não fazem isso de uma vez?

Preenchendo as lacunas

Se você ficou com a sensação de que está faltando um pedaço dessa história, é porque realmente está. Na explicação inicial dada por Galadriel, é dado a entender que os elfos deixaram Valinor apenas para perseguir Morgoth, que estava escondido na Terra-Média.

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Contudo, se fosse apenas isso, todo mundo poderia ter voltado para casa já no segundo episódio, quando o Alto-Rei Gil-Galad (Benjamin Walker) determina que a guerra acabou e que Sauron não é mais uma ameaça. Ainda assim, é mostrado que somente alguns poucos escolhidos podem voltar para Valinor e que a travessia dos Mares Divisores é uma dádiva.

Esse é um detalhe que é apresentado em Silmarillion, livro de J. R. R. Tolkien que conta toda a cosmogonia desse mundo e narra os acontecimentos tanto da Primeira quanto da Segunda Era e de onde boa parte da trama de Anéis do Poder é retirada. Na obra, o autor explica que os elfos foram banidos de Valinor e que é por isso que somente alguns se tornam merecedores de voltar para esse paraíso perdido.

Tudo começa justamente por causa da guerra contra Morgoth. O vilão que é essa grande personificação do mal nas obras tolkianas — acima do próprio Sauron — destrói as árvores sagradas Telperion and Laurelin, que iluminavam Valinor. De quebra, ele ainda rouba as Silmarils, jóias que continham a essência e o brilho daquelas plantas majestosas.

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É a partir disso que o rei de um dos clãs élficos, Fëanor, decide contrariar os deuses e ir atrás de Morgoth. Mais do que isso, ele rouba os navios de outro clã élfico e mata um de seus irmãos. Assim, como punição, os Valar (os deuses desse universo) proíbem que todos os descendentes do rei assassino e de seus aliados voltem para Valinor.

Dessa forma, a terra prometida foi escondida pelos deuses — o que pode ser visto ainda no primeiro episódio. É por isso que, quando Galadriel e os outros elfos estão cruzando o oceano para voltar para casa, as nuvens literalmente se abrem como uma porta para Valinor e é possível até ver um vulto gigantesco os recebendo.

Graça rejeitada

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Esse exílio dos elfos na Terra-Média é conhecido como Profecia do Norte e dura até o fim da Primeira Era, quando Morgoth é derrotado. Com a vitória sobre o inimigo, os Valar chamam os elfos de volta para Valinor, mas nem todos respondem à ordem. Alguns deles decidem ficar na Terra-Média, seja por gostarem do poder que eles têm na nova região ou mesmo por orgulho por não concordarem com a punição dada pelos deuses às suas famílias no passado.

Galadriel é uma das elfas que se nega a retornar nesse período. Na série, é mostrado que ela rejeita o retorno por ainda acreditar que Sauron está vivo e por sentir que precisa lutar. Só que, nos livros, é dito que ela se sentia bem por saber que era um dos seres mais poderosos da Terra-Média.

Assim, ao rejeitarem a graça dos deuses, os elfos que permanecem no novo mundo passam a viver essa relação conflituosa entre passado e futuro. Ao mesmo tempo em que cresciam em poder e influência entre homens e anões, sentiam falta das maravilhas de sua terra natal. Mais do que isso, mesmo imortais, eles passaram a sentir os efeitos do tempo fora de Valinor — o que só aumentava a necessidade desse povo querer voltar para sua terra prometida.

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Relação religiosa

Para além de todos os elementos fantásticos, a obra de Tolkien traz uma pesada carga religiosa em praticamente todos os aspectos do universo. E não é difícil perceber essa relação dos elfos e Valinor com o Paraíso cristão.

O autor era conhecido por sua religiosidade e muitos dos elementos que ele coloca nas histórias, principalmente nessa rica cosmogonia que apresenta, faz um paralelo com histórias bíblicas. Assim, Valinor nada mais é do que o Éden que os elfos rejeitaram ao desobedecer as ordens dos deuses.

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Essa interpretação mais simbólica do que histórica da coisa faz os eventos de Os Anéis de Poder ficarem ainda mais claros. No fim das contas, todos os elfos na Terra-Média querem receber a graça divina de poder entrar no Paraíso, na Terra Prometida que eles mesmos rejeitaram no passado. Só que eles precisam conquistar esse perdão — e isso é uma tarefa para poucos.

Ver Valinor como o Éden ou mesmo o Paraíso também ajuda a explicar alguns acontecimentos de O Senhor dos Anéis. No fim da história, Frodo, Bilbo e Gandalf recebem essa graça divina de ir para Valinor junto com os últimos elfos da Terra-Média. E a simbologia disso é claro: depois de passarem pela grande provação de destruir o Um Anel, enfrentar todas as tentações de Sauron e se sacrificarem em batalha, eles merecem o Céu.

O Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder está no catálogo do Prime Video.