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Os Anéis de Poder | Quem é Morgoth, o diabo do mundo de O Senhor dos Anéis

Por| Editado por Jones Oliveira | 05 de Setembro de 2022 às 16h25

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Os primeiros episódios de O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder apresentaram uma Terra-Média bem diferente daquela que conhecíamos do cinema. E não apenas por contar uma história ambientada no passado, mas por explorar parte da mitologia desse universo que as outras adaptações não abordaram. É o caso da ameaça de Morgoth, o grande demônio do universo de Tolkien e um mal muito maior do que o próprio Sauron.

Esse é um personagem importantíssimo dentro desse mundo, mas que desempenha um papel menor dentro das histórias que a gente acompanha. Na nova série do Amazon Prime Video, por exemplo, ele é citado brevemente na introdução do primeiro episódio e, mais tarde, em uma lenda élfica no segundo capítulo. Só que, na prática, ele é responsável por tudo aquilo que estamos acompanhando no seriado.

Assim, se você se empolgou com Os Anéis de Poder e ficou sem entender quem diabos é Morgoth, saiba que essa é a resposta que você buscava. Trata-se de ninguém menos do que o Diabo. Mas como ele impacta o mundo dos elfos e humanos dentro da história que a série conta?

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O anjo caído

Antes de qualquer coisa, é sempre bom lembrar que toda a obra de J. R. R. Tolkien em relação ao universo de O Senhor dos Anéis é, na verdade, uma enorme alegoria ao cristianismo. O autor era muito religioso e todo seu trabalho é quase como um estudo sobre a fé, de modo que é bem simples traçar paralelos entre a tradição cristã e seus mitos de elfos, humanos e anãos.

Isso fica bem claro no livro O Silmarillion, que é onde ele detalha a criação de todo esse mundo e é mais fácil identificar as semelhanças com histórias bíblicas. Isso inclui o próprio Morgoth, que nada mais é do que a versão tolkiana de Lúcifer, o anjo caído.

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Na história, ele apresenta Eru Ilúvatar, o criador de tudo e o seu equivalente a Deus. Esse ser dá vida aos Ainur, seres angelicais para que o fizessem companhia no princípio dos tempos. E, dentro os vários Ainur, estava aquele que era o mais poderoso deles — Melkor.

De forma bem resumida, Melkor era orgulhoso do prestígio que carregava e isso logo subiu à cabeça. Ele tentava se mostrar acima dos demais e passou a cobiçar o poder de dar vida, querendo moldar a própria existência à sua vontade. Isso fica bem claro quando Ilúvatar inspira os Ainur para que eles criem uma música que vai criar o mundo e Melkor tenta impor seus pensamentos para confrontar e rivalizar com a divindade superior.

Quando os homens e elfos são criados, Melkor passa a invejá-los tanto pelas promessas que Ilúvatar faz para essas novas raças como também pela vontade de ele próprio ter seus servos. Assim, ele tenta dominar esse novo mundo e entra em guerra com seus irmãos.

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Nesse ponto, o paralelo entre Lúcifer e Melkor já é bastante óbvio, mas se torna ainda maior quando esse anjo caído passa a ser corrompido pelos próprios sentimentos. Quando os Ainur vêm para o mundo mortal para moldá-lo, eles assumem formas belas e inspiradoras. Já Melkor, tomado pelo rancor e pelo ódio, se torna a figura sombria que é exilado de seus irmãos e passa apenas a sabotar tudo o que eles constroem.

Assim, ele se tornou o equivalente claro do demônio, atraindo também outros seres divinos para o seu lado com suas mentiras e promessas. Isso incluía desde as criaturas de fogo que viriam a ser chamadas de balrogs até deuses menores (os maiar), sendo o mais conhecido deles aquele que um dia ia se chamar Sauron.

De onde vem Morgoth?

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Assim como a tradição cristã trata o demônio por diversos nomes, o universo de Tolkien faz o mesmo com o seu Mal absoluto. No caso, Melkor seria o nome real dessa entidade, mas que ficou conhecida por entre os elfos e demais povos pelo apelido que recebeu posteriormente.

Morgoth, no caso, é como o povo élfico passou a chamá-lo e significa “Sinistro Inimigo do Mundo”, já que eles se recusavam a pronunciar seu nome.

Já tomado pelo ódio e pela cobiça, esse mal encarnado passou a sabotar toda a obra de seus irmãos e também o que os jovens povos faziam — como um verdadeiro diabo.

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Primeiro, ele destruiu duas lamparinas que um dos deuses criou para iluminar o novo mundo, trazendo mais caos para a existência. Em seguida, quando os deuses criaram uma nova morada, Valinor, ele assumiu o controle da Terra-Média e passou a governar. Capturou elfos e humanos para torturá-los e distorcê-los, criando os orques.

Porém, seu maior atentado foi dentro da própria Valinor e é descrito rapidamente em Os Anéis de Poder. Nesse novo reino, duas árvores gigantescas são plantadas para iluminar o mundo e trazer prosperidade para os domínios divinos. Só que Morgoth dá um jeito de entrar no território de seus irmãos e, com a ajuda de um espírito maligno em forma de aranha, realiza um verdadeiro massacre.

No seu ataque, ele destrói as duas árvores e mata um importante rei élfico, além de roubar três joias muito especiais: as Silmarils, artefatos que continham a essência da luz. É a partir desse episódio que o povo élfico passa a tratar Melkor por Morgoth.

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A guerra contra os elfos e o fim da Primeira Era

Por causa desse ataque a Valinor e o roubo das joias, parte dos elfos declarou guerra a Morgoth. Desobedecendo os deuses, eles deixam a terra sagrada e vão até a Terra-Média em busca do vilão — e, de quebra, começam a formar reinos próprios, o que vai explicar o surgimento dos povoados élficos que a gente conhece e que são mostrados na série.

Assim, aquela guerra que é mostrada no início do primeiro episódio de Os Anéis de Poder é justamente esse grande conflito na tentativa de recuperar as Silmarils e vingar todo o mal que ele causou desde o princípio dos tempos. Esse é um conflito que dura muito tempo e que causa infinitas baixas, como o seriado faz questão de deixar bem claro logo de início.

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Assim, depois de gerações de batalhas, humanos e elfos se aliam para a batalha final — a Guerra da Ira. O confronto durou mais de 50 anos e terminou com Morgoth sendo derrotado e seu exército quase todo eliminado. Assim, o demônio acabou exilado e acorrentado fora da própria existência, no meio do Vazio, até o final dos tempos. Familiar, não?

Morgoth e Sauron

Só que, como a gente já conhece do diabo, é óbvio que a influência de Morgoth não acaba com a sua derrota. Em O Silmarillion, Tolkien já deixa claro que o ódio e as mentiras plantadas pelo vilão no coração dos homens e dos elfos são sementes que não podem ser apagadas e essa é uma sombra que volta e meia reaparece na Terra-Média. E é aí que entra um velho conhecido do público: Sauron.

Quem conheceu o universo de Tolkien pelo cinema sempre imaginou a representação do mal como o Olho que Tudo Vê. Contudo, como dito antes, Sauron era apenas uma divindade menor que foi seduzida por Morgoth e que o acompanhou em sua queda.

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No caso, ele era o maior Mairon, servo de um outro deus, mas que foi criado como um dos mais admiráveis e poderosos de sua classe. Contudo, ele se deixa levar pelas promessas de Melkor até se tornar seu braço-direito.

Assim, quando Melkor cai e se torna o Morgoth que a gente conhece, Mairon vira Sauron e se torna ainda mais fiel ao seu mestre. Tanto que, durante as guerras de Morgoth contra os Valar e os elfos, Sauron foi quem ajudou a conquistar territórios na Terra-Média — o que explica, por exemplo, o ódio que Galadriel sente por ele.

Quando Morgoth é derrotado na Guerra da Ira, Sauron escapa e desaparece por gerações e é dado por muita gente como morto. É com isso que tem início a chamada Segunda Era da Terra-Média, um momento de aparente paz em que o mundo vai se reerguer depois de gerações de luta e morte.

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E é nesse momento que Os Anéis de Poder se encontra — embora não seja nenhum spoiler dizer que Sauron retorna para ocupar o vácuo deixado por Morgoth e se tornando o segundo Senhor das Trevas da obra de Tolkien.