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Crítica Sweet Tooth | Última temporada é doce, mas sem surpresas

Por| Editado por Durval Ramos | 06 de Junho de 2024 às 13h00

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Divulgação/Netflix
Divulgação/Netflix

Chega ao catálogo da Netflix nesta quinta-feira (6) a terceira e última temporada de Sweet Tooth. A série de drama e fantasia baseada nos quadrinhos de mesmo nome criados por Jeff Lemire para a Vertigo foi lançada originalmente em 2021 e, embora tenha tido uma primeira temporada surpreendente, foi precedida por um continuação bem morna, que deixou muita gente descrente sobre o encerramento de sua história.

Toda essa desconfiança, infelizmente, fez de fato jus aos episódios finais. Dividida em oito episódios com média de 50 minutos de duração cada, a nova temporada passa bem longe da magia da primeira, sem grandes surpresas, reviravoltas ou personagens que despertem aquele encanto da primeira vez.

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Ainda assim, a season consegue passar longe da mediocridade. Com aventuras bem elaboradas, além de uma ótima fotografia e trilha sonora — ainda mais bem explorada —, a temporada consegue dar um desfecho digno à história, trazendo respostas para todas as suas perguntas e entregando alguns momentos verdadeiramente doces e bonitos.

Uma viagem cheia de aventuras

Embora não consiga manter seu brilho inicial, a última season de Sweet Tooth se assemelha muito a sua primeira temporada em um aspecto: esta é mais uma temporada andante, em que vemos Gus, ao lado novamente de Jepperd e Ursa, além de Wendy, que se juntou agora ao trio de protagonistas, viajando à procura de sua mãe.

Assim como na primeira season em que o menino saiu de Yellowstone e foi até o Colorado, amparado pelos personagens que conheceu em sua jornada, nesta temporada acompanhamos Bico Doce indo da Reserva até o Alasca, onde pretende encontrar Birdie e a caverna com a qual vem sonhando.

Após se livrar das garras de Abbot e deixar os híbridos com os Andersons, o garoto e seus amigos partem nessa nova travessia, que assim como da primeira vez, inclui pequenas histórias, destrinchadas uma por uma em cada capítulo.

O caminho, vale dizer, guarda algumas boas surpresas, como a mostrada no segundo capítulo do show, Garoto do Interior. O episódio é talvez um dos mais comoventes da temporada e acontece durante o encontro da turma com uma família que precisa de cuidados médicos e que conta com um filho pequeno, que sonha em voar.

Além dele, o episódio quatro, Navio Fantasma, também traz uma camada de profundidade que ainda não havíamos visto no seriado. Com uma trama sombria, que foge do costumeiro toque de fantasia da série — utilizado para mascarar seu trágico pano de fundo —, vemos Gus em uma situação desoladora, na qual o menino tem que tomar uma decisão terrível para qualquer adulto, mas especialmente aterrorizante para um garoto de dez anos.

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Vilões, híbridos e outros novos rostos

Em meio às aventuras e perigos vividos por Gus e seus amigos, novos personagens também são apresentados ou, ao menos, melhor desvendados nessa última temporada do show. Como já era de se esperar, Zhang ganha mesmo o posto de vilã da vez e, embora seja um pouco menos caricata do que Abbot, tendo, inclusive, uma história mais interessante do que a do General, não inspira grandes momentos.

Outros personagens, com maior ou menor grau de envolvimento, também são introduzidos nesta season, às vezes sendo facilmente descartáveis, como a jovem surfista que conhecemos no episódio 2, A Matilha, ou extremamente carismáticos, como a pequena híbrida de raposa Nuka, que rouba a cena em todos os momentos em que aparece.

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Nenhum deles, no entanto, consegue inspirar tanta atenção e curiosidade quanto Rosie, a filha de Zhang. Apresentada logo no começo da temporada, ela é de longe uma das melhores novidades desses últimos episódios, tanto por sua história e personalidade complexas, que mesmo como uma vilã, inspira empatia, quando pelos momentos que protagoniza.

Forte e resignada a uma vida muito distante daquela com que sonhou, Rosie e seus quatro filhos apresentam uma das histórias mais bonitas do show, que tratam do tema maternidade — recorrentemente debatido em Sweet Tooth — de uma maneira diferente e ainda mais profunda do que mostrado anteriormente.

Um doce quase agridoce

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Com um final que responde às principais dúvidas criadas durante a série, mas que força demais a fantasia, deixando de lado alguns elementos reais e por vezes até científicos que haviam sido muito bem desenvolvidos na história, Sweet Tooth encerra de maneira apenas satisfatória sua trama.

O desfecho é suficiente para amarrar todas as pontas soltas e dar um final digno aos personagens, mas perde muito da emoção e encantamento do início de sua jornada. Em alguns momentos, até é possível ver faíscas desse brilho retornando em algumas cenas ou personagens, mas de maneira geral o roteiro faz mais voltas do que deveria, seguindo por um caminho um pouco diferente daquele pelo qual inicialmente nos apaixonamos.

As três temporadas completas de Sweet Tooth estão disponíveis na Netflix.