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Sweet Tooth | Conheça a HQ que promete ser a nova série de sucesso da Netflix

Por| Editado por Jones Oliveira | 03 de Junho de 2021 às 09h51

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A Netflix está apostando em mais uma história em quadrinhos. Estreia nesta sexta-feira (4) Sweet Tooth, a adaptação da HQ da DC Comics que chega ao serviço de streaming com a promessa de ser o novo sucesso da plataforma. Mas afinal, do que se trata essa história?

Se você viu o trailer, já deve ter percebido que a pegada aqui é um pouco diferente das adaptações de super-heróis que vimos até agora. Apesar de a história ter sido publicada pela mesma DC de Batman e Superman, ela pertence ao antigo selo Vertigo da editora, que era voltada para quadrinhos mais adultos, como o clássico Sandman — que também vai virar série na mão da Netflix. Assim, ao invés de personagens heroicos, espere encontrar algo muito mais humano, inclusive no que há de pior nisso.

E é nesse ponto que o quadrinho mais chamou a atenção e que certamente vai ser replicado na série da Netflix. À primeira vista, a trama de Sweet Tooth é bastante simples, girando em torno de Gus, um menino-cervo que cresceu isolado do mundo, vivendo apenas com seu pai em uma cabana no meio da floresta. E é a partir da morte desse pai que ele se vê sozinho diante desse mundo que ele desconhece e teme.

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Para piorar, ele logo descobre o quanto a humanidade pode ser perigosa e brutal. É aí que entra a figura de Jepperd, um homem misterioso que surge para salvá-lo de um grupo de caçadores e que promete levá-lo à Reserva, uma espécie de abrigo para crianças como ele.

A partir disso, somos apresentados a conceitos que logo vão se ampliando e, de certo modo, vão dialogar muito com a gente no nosso contexto atual e remeter a muitas obras conhecidas. Isso inclui desde uma pandemia e mutações de um vírus desconhecido até chegar a um mundo pós-apocalíptico ao melhor estilo The Walking Dead.

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Charme próprio

Falando assim, Sweet Tooth não parece ser a mais original das obras. Afinal, essa fórmula de “criança e homem carrancudo viajando em um mundo desgraçado” é algo que a gente já conhece muito bem e vimos à exaustão em vários outros filmes, séries e jogos. The Last of Us e Logan estão aí para não me deixar mentir — isso para citar apenas dois exemplos. Então, o que fez com que a HQ fizesse esse sucesso todo e que animou os executivos da Netflix?

Publicado em 40 edições nos Estados Unidos entre 2009 e 2013 — e aqui no Brasil compilado em seis encadernados pela Panini —, Sweet Tooth chamou a atenção por causa de seus personagens e pela sua construção de mundo, além de entrar em temas delicados com bastante sensibilidade.

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De um lado, temos toda a dinâmica de Gus com Jeppard em sua jornada em direção à Reserva, que funciona muito bem. A inocência do garoto contrasta com a dureza do mundo à sua volta e ver o aprofundamento da relação com seu protetor é interessante. De novo, é uma fórmula clássica, mas que é bem desenvolvida ao longo das edições e que certamente vai ser o centro da série.

É aqui que vamos ver temas como preconceito e família sendo discutidos, tudo misturado nesse clima de aventura bem ao estilo road movie. Só que não espere um clima Sessão da Tarde, porque a tônica da HQ é bem pesada, seja pela violência quanto nos próprios acontecimentos. Isso sem falar das reviravoltas, que não são poucas.

Além disso, o mundo de Sweet Tooth é outro ponto de destaque, até porque ele vai soar ainda mais atual agora do que quando a história foi originalmente publicada. Estamos falando de uma sociedade quase pós-apocalíptica que entrou em ruínas após uma pandemia causada por um vírus misterioso. Familiar, não?

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Na história, esse estranho vírus se espalha rapidamente pelos Estados Unidos e causa um sem número de mortes. Como se não bastasse, as crianças que nasceram depois do surgimento da doença são híbridas, trazendo características de animais, como o cervo no caso de Gus. E elas são imunes à infecção, o que as torna muito valiosas para o que resta da humanidade. Assim, algumas pessoas vão adorá-las como deuses, enquanto outras vão querer dissecá-las para tentar descobrir uma cura para essa tal Praga.

E o grande mérito da narrativa é mostrar como as coisas chegaram àquele ponto, cruzando as histórias de Gus, de Jeppard e do próprio mundo. Enquanto outras produções pós-apocalípticas, como The Last of Us e o próprio The Walking Dead, não se importam tanto em mostrar o que aconteceu no passado, parte da graça de Sweet Tooth está em desenvolver isso junto com a história de seus protagonistas. Instigante, para dizer o mínimo. E levando em conta que a série vai ter somente oito episódios em sua primeira temporada, é quase certo dizer que vamos ter renovações a caminho e com muito material para ser explorado.

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Produção de peso

Quando foi publicada, a HQ de Jeff Lemire logo chamou a atenção do mercado editorial. Tanto que o autor foi indicado ao Eisner — o Oscar dos quadrinhos — como melhor autor e o gibi como melhor nova série. Com esse currículo, era só questão de tempo para que Sweet Tooth deixasse as páginas de papel e ganhasse uma adaptação em live-action.

Só que ela, por muito pouco, quase não deixou de sair. Isso porque a produção estava sendo feita para estrear no Hulu, mas problemas fizeram com que o projeto fosse arquivado. Ele só avançou de vez quando caiu nas mãos da Netflix após Robert Downey Jr e sua esposa, Susan Downey, entrarem como produtores-executivos.