Crítica Silo | Distopia do Apple TV+ é intrigante e satisfatória
Por Natalie Rosa • Editado por Jones Oliveira |
Criar um universo totalmente fictício que seja interessante é tarefa fácil para quem tem muita criatividade. Em Silo, série original do Apple TV+, vemos essa execução na prática e com uma qualidade ainda mais importante: a riqueza de detalhes.
- Silo | Conheça a série de ficção científica sensação do Apple TV+
- 5 filmes de ficção científica que erraram feio na ciência
Silo é uma série inspirada nos livros Wool, Shift e Dust, do autor Hugh Howey, e conta a história de um mundo pós-apocalíptico bastante assustador. Nela, o planeta está tomado por um ar altamente tóxico e mortal que forçou os poucos sobreviventes a morar em um silo subterrâneo.
Nesse abrigo , a população forma em uma nova sociedade com hierarquias, governo, trabalho e muita escuridão. Aqueles que questionam o silo e suas regras são enviados para fora, já que assim podem tirar a prova da toxicidade do planeta.
A série acaba de finalizar a sua primeira temporada no Apple TV+, se tornando uma das mais assistidas da plataforma de streaming durante o período de lançamento dos episódios, e chegou a hora de entender o porquê de toda essa popularidade.
Atenção: esta crítica contém spoilers de Silo!
Distopia intrigante
A série Silo traz uma distopia assustadora, mas começa entregando apenas muito mistério. Assim como a maioria da população daquele local, não sabemos muito bem o que está acontecendo, o motivo desses sobreviventes estarem ali e o que está sendo escondido de todos.
Silo consegue progredir a cada episódio, entre flashbacks e o presente, ficando a cada vez mais assustadora e intrigante enquanto os personagens têm suas histórias destrinchadas. Entre câmeras atrás dos espelhos, discos rígidos misteriosos encontrados e fitas térmicas, são inúmeros os elementos mostrados na série que indicam o que está acontecendo e ainda vai acontecer. A promessa para as próximas temporadas é que essas peças sejam encaixadas enquanto novas aparecem para serem montadas. É um quebra-cabeça bastante instigante que vai sendo montado aos poucos e envolvendo o público a cada nova peça que surge.
Regras de sobrevivência
Como toda distopia, a vivência no silo é assustadora e perigosa, com regras extremamente rígidas aplicadas com a justificativa de que é melhor não saber de tudo. Essa nova sociedade também é tão brutal quanto a que conhecemos atualmente, com divisões de classes sociais existindo de forma completamente desigual e regadas com mentiras.
Silo não aposta em cenas pesadas de assistir e gráficas para ser cruel, mostrando que não precisa derramar sangue para ser devastadora. Do outro lado da tela, sentimos a opressão através das cenas escuras, das fugas claustrofóbicas e do sentimento de que tudo pode dar errado em questão de segundos.
Fechamento em grande estilo
O último episódio de Silo é, provavelmente, o melhor da temporada. É nele que vemos tudo começando a fazer sentido e, inclusive, descobrimos que a imagem vista na janela do silo é real para quem está dentro dele, mas diferente para quem saiu para limpar. Juliette (Rebbeca Ferguson) se torna uma sobrevivente da limpeza graças às fitas térmicas, um objeto tão simples e capaz de bloquear a entrada do ar tóxico no uniforme. E é assim que vemos o quanto a história do livro acerta na riqueza destes detalhes e como a série consegue levar tudo isso tão bem para a tela.
O Apple TV+ já confirmou que Silo vai ter sim uma segunda temporada, para a alegria dos fãs. Se a trama seguir os livros, devemos viajar ao passado para descobrir como tudo começou, o que aconteceu com o planeta Terra e como surgiram os silos. Sim, no plural, já que a última cena sugere a existência de diversos deles. Mas esse é um papo para outra hora.
Você já pode maratonar os 10 episódios da primeira temporada de Silo no Apple TV+.