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Como saber se meu celular foi clonado | Guia Prático

Por  • Editado por Douglas Ciriaco | 

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Marjan Grabowski/Unsplash
Marjan Grabowski/Unsplash

Existem alguns métodos para descobrir se o seu celular foi clonado e proteger suas informações pessoais depois disso. Esse tipo de cibercrime é comum e possibilita que bandidos tenham acesso a SMS e outros dados sensíveis das vítimas, o que pode facilitar uma série de golpes.

Primeiramente, é necessário entender o que significa a clonagem e como ela afeta o celular de cada vítima. Não é um processo em que o criminoso pode reproduzir a tela inteira do aparelho de alguém, mas permite que uma pessoa tenha controle sobre histórico de mensagens e acesso a aplicativos, algo capaz de gerar um bom estrago.

Como é feita a clonagem do celular

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O crime pode ser praticado de três formas diferentes: com a clonagem do cartão SIM, uso de aplicativos espiões e clonagem do número IMEI do celular.

Clonagem do cartão SIM

O primeiro caso envolve a técnica de “SIM Swapping” (“Troca de SIM”, em tradução livre) e é uma das formas mais comuns de se cometer o crime.

A troca de linha telefônica entre chips é um processo legítimo, usado por operadoras quando você perde o celular ou tem o aparelho roubado. No entanto, existem as situações em que criminosos se passam pela vítima, entram em contrato com a empresa de telefonia móvel e pedem para transferir a linha de telefone para outro chip, quando ganham acesso a informações como o histórico de ligações, mensagens e SMS.

Nesse caso, o invasor pode acessar as mensagens para interceptar os códigos de verificação em duas etapas (2FA), enviados por SMS, e ganhar o acesso a aplicativos de redes sociais, bancos e outras ferramentas que possam conter informações sensíveis.

Gerente de Controle de Obrigações Gerais da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Sami Benakouche explica como o crime acontece:

"A fraude pode ocorrer na mesma prestadora da vítima com a apresentação de documentos falsos em nome da vítima ou cooptação de colaboradores nas prestadoras.", explica o especialista. "O sequestro da linha também pode ocorrer mediante a exploração do procedimento de Portabilidade, quando o criminoso se apresenta em outra prestadora em nome da vítima. O objetivo é, geralmente, realizar fraudes financeiras ou acessar suas informações pessoais", completa.

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Aplicativos espiões

Os spywares precisam ser instalados no aparelho da vítima, então é comum que sejam baixados diretamente por alguém com o celular em mãos ou a partir de outros aplicativos maliciosos. Essas ferramentas conseguem ter acesso a diversas permissões do aparelho, como o histórico de chamadas e a possibilidade de ler todas as informações da tela, e coletam dados sensíveis.

Clonagem do IMEI

Há ainda o processo para clonar o IMEI, número de identificação de cada celular. Quando um aparelho é roubado, é possível bloqueá-lo junto à operadora a partir do IMEI — depois disso, não é possível acessar qualquer rede móvel nele. A prática permite que criminosos consigam usar o mesmo registro em dois dispositivos diferentes, o que permite o uso de celulares roubados que tiveram o IMEI bloqueado.

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Como descobrir que o celular foi clonado

Alguns sinais durante o uso no dia a dia podem indicar que o aparelho sofreu algum tipo de clonagem ou invasão — preste atenção nestes detalhes:

Tente fazer chamadas e enviar mensagens

De acordo com a Anatel, um dos primeiros sinais de clonagem do chip está na falha para realizar chamadas, navegar na internet ou trocar mensagens pela rede de dados móveis. Experimente desligar o Wi-Fi e testar algumas dessas funções para conferir se o chip ainda está ativo no seu aparelho.

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Verifique os apps instalados

Passe por todos os aplicativos instalados no celular e veja se está tudo em ordem, ou seja, se não há nada que você não lembre de ter baixado ou com algum ícone diferente. Invasores podem baixar apps sem a sua permissão, então isso pode ser um sinal dos ciberataques.

Confira as permissões de cada app

Vale a pena dedicar um tempo para abrir a tela de configurações e ver quais apps têm acesso a permissões do aparelho, como envio de mensagens e localização em tempo real. Caso note alguma movimentação estranha, como um software que exige muitas permissões, é importante entender a situação e conferir se não há uma tentativa de invasão.

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Procure por códigos de verificação por SMS

Abra a lista de mensagens de texto e veja se há algum código de verificação (aqueles com quatro ou seis dígitos) no qual você não lembra de ter pedido. Caso encontre algum exemplo, é muito provável que seu chip tenha sido clonado.

Fique de olho em possíveis quedas de sinal

A clonagem de chip também pode afetar a qualidade da rede de dados telefônicos, com chiados durante ligações e possíveis quedas de sinal. Você pode entrar em contato com a operadora para obter mais informações sobre as inconsistências — no entanto, se não tiver nenhum problema com a linha, é provável que você tenha sido vítima de um ataque.

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Abra o rastreador de GPS do dispositivo

Aparelhos interceptados podem exibir uma localização diferente da sua posição atual. Abra um aplicativo de GPS, como o Maps ou o Encontre Meu Dispositivo, e compare o local no mapa. Caso exista alguma diferença, o celular pode estar clonado.

Confira se você não recebeu nenhuma mensagem de portabilidade da operadora

A Anatel obriga que todas as operadoras confirmem os pedidos de portabilidade com autenticação em dois fatores: as empresas enviam um SMS para o proprietário da linha telefônica, que precisa aprovar o processo ao responder sim ou não. Se você não tentou pedir a portabilidade e recebeu a mensagem, é necessário enviar uma resposta negativa para cancelar a solicitação.

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Verifique o consumo da conta de dados móveis

A atividade dos criminosos também pode ser notada na conta de telefonia móvel: em alguns casos, a fatura pode apresentar um consumo muito grande dos dados, que pode ter sido feito pelo aparelho clonado.

Como descobrir se o IMEI foi clonado

A Anatel possui uma ferramenta própria para consultar a situação do IMEI e descobrir se ele foi clonado. Para isso, você precisa ter acesso ao número de identificação — então saiba como encontrar o IMEI do seu celular.

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Com o código em mãos, siga estes passos:

  1. Abra o navegador e acesse gov.br/anatel/pt-br/assuntos/celular-legal/consulte-sua-situacao;
  2. Clique em "Consulte aqui a situação";
  3. Digite o número do IMEI do aparelho;
  4. Faça a verificação do Captcha;
  5. Pressione “Consultar”;
  6. Veja o resultado.

O celular foi clonado, e agora?

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Após identificar uma provável clonagem no cartão SIM, é necessário entrar em contato com a operadora o quanto antes para informar o ocorrido. Caso o sequestro da linha seja confirmado, você precisa registrar um Boletim de Ocorrência — isso pode ser feito presencialmente em alguma delegacia da Polícia Civil ou de forma online com o BO Digital.

Também é importante mudar todas as senhas dos serviços conectados ao número do celular, como bancos e redes sociais. A mudança de senha combinada à verificação em dois fatores feita por apps de autenticação ajuda a dificultar o acesso às suas contas.

Os criminosos tentam se passar pelas vítimas nesses golpes, então também é importante avisar pessoas próximas, como familiares e colegas de trabalho, e instituições financeiras sobre o ocorrido. A medida ajuda a impedir que os golpistas tentem pedir dinheiro para parentes por WhatsApp ou entrem em contato com o atendimento de um banco, por exemplo.

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A linha do aparelho pode ser recuperada nesses casos, mas a identificação dos criminosos ainda é difícil: “a própria natureza da fraude, que busca a captura de uma linha móvel por meio do fornecimento de dados do usuário titular da linha dificultam a identificação do criminoso. No entanto, as Operadoras de Telecomunicações, Anatel, Justiça e Forças Policiais vêm trabalhando para identificação e responsabilização dos criminosos.”, explica Sami Benakouche, da Anatel.

No caso de outras formas de invasão do aparelho, como o uso de spywares, é importante escanear os arquivos internos com um antivírus para remover a ameaça.

Como evitar que o aparelho seja clonado?

Algumas medidas de segurança podem diminuir os riscos de ter o celular clonado e evitar golpes com seu número:

  • Use um antivírus no celular para detectar ameaças;
  • Baixe aplicativos somente de fontes oficiais, como a Play Store ou a App Store;
  • Apague aplicativos suspeitos do aparelho;
  • Não clique em links enviados por estranhos ou vindo de lugares que você não conhece;
  • Se for carregar seu aparelho em um computador estranho, deixe ele no modo só de carregamento, sem compartilhamento de dados;
  • Não ative a opção "lembrar senha" em suas contas;
  • Desabilite a conexão automático em Wi-Fi do celular;
  • Não use redes públicas de Wi-Fi.

Existem alguns golpes que focam em criar um perfil falso no WhatsApp com alguma foto sua — nesses casos, também é possível identificar se a conta no mensageiro foi clonada.