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Violinista toca enquanto cirurgiões removem um tumor do seu cérebro; assista!

Por| 19 de Fevereiro de 2020 às 17h30

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Reprodução/ The Guardian
Reprodução/ The Guardian

O cérebro humano é um dos sistemas mais complexos desenvolvidos até hoje e que até mesmo a ciência pouco sabe sobre o seu funcionamento. Por isso mesmo, qualquer neurocirurgia corre o risco de alterar permanentemente as capacidades cognitivas de um paciente, até as aparentemente mais seguras.

Para evitar a perda de uma habilidade específica de uma paciente de 53 anos, cirurgiões de um hospital britânico solicitaram que a mulher tocasse violino durante a remoção de um tumor do seu cérebro, em tempo real.

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Enquanto passava pela cirurgia, a violinista Dagmar Turner, que há mais de 40 anos tocava o instrumento e é integrante de uma orquestra sinfônica na Inglaterra, reproduzia músicas dos compositores Gustav Mahler e George Gershwin. Assim, foi possível preservar sua capacidade de tocar o instrumento, já que eram nítidas quais áreas do órgão estavam funcionando e não poderiam sofrer nenhum tipo de intervenção.

Como é possível?

O tumor da paciente estava situado próximo à área do cérebro responsável por controlar sua mão esquerda, por isso o procedimento era tão delicado. A saída do neurocirurgião Keyoumars Ashkan, do King's College Hospital, foi desenvolver um plano em três etapas: mapear o cérebro da paciente, abrir o crânio e fazê-la tocar.

Esse processo, conhecido como mapeamento cerebral intraoperatório, ou simplesmente cirurgia cerebral acordada, é usado pelos cirurgiões quando há preocupação com áreas prejudiciais do cérebro responsáveis ​​pelo controle de certas habilidades. E só é possível porque não há receptores de dor no cérebro, ou seja, a paciente não sentia a operação, enquanto se "apresentava".

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Saiba mais sobre experimentos científicos do cérebro:

No final, a equipe de Ashkan conseguiu remover 90% do tumor de Turner sem danificar suas funções motoras. Sobre o sucesso da cirurgia, ela comenta: “O violino é minha paixão. Eu toco desde os 10 anos. Só de pensar em perder minha capacidade de tocar me partiu o coração", explica a paciente sobre o momento que a necessidade da cirurgia foi confirmada e ainda não conhecia o procedimento.

Apesar de ser estranho, o processo não é incomum. A Clínica Mayo, na Flórida, estima que em suas instalações sejam realizadas mais de 1.000 cirurgias dessas por ano. Além disso, uma pesquisa rápida no YouTube mostra alguns exemplos de outros músicos submetidos a procedimentos semelhantes que tocam seus instrumentos na sala de operações. No Brasil, cirurgias do tipo, com o paciente acordado, são realizadas para controle da doença de Parkinson.

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A seguir, confira o vídeo sobre o procedimento — com o som ligado, por favor:

Fonte: Reuters