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Variante BA.6: cientista recomenda volta das máscaras contra covid

Por| Editado por Luciana Zaramela | 16 de Agosto de 2023 às 19h23

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Twenty20photos/Envato Elements
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As máscaras protegem contra a transmissão do coronavírus SARS-CoV-2, e o momento mais crítico da pandemia da covid-19 já passou. Estes são dois fatos consolidados até o momento, mas novos eventos podem desestabilizar este cenário. Segundo uma pesquisadora britânica, a descoberta da nova variante BA.6 (o nome oficial foi atualizada pela OMS como BA.2.86) implica na necessidade das pessoas retornarem o uso de máscaras. Só que nenhuma autoridade reforçou o posicionamento, até o momento, isolado.

Por enquanto, o movimento da volta das máscaras é liderado por Trisha Greenhalgh, pesquisadora da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e integrante do Grupo Consultivo Científico Independente para Emergências (Independent SAGE), parte do governo britânico.

É hora de voltar a usar máscaras?

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Nas redes sociais, Greenhalgh informa que recebeu evidências preliminares sobre a disseminação da nova variante BA.6 da covid-19 em seus grupos de WhatsApp com colegas cientistas. Diante dessas informações, a pesquisadora sugere: "que, mais uma vez, é hora de usar máscaras".

Hoje, existem poucos dados oficiais sobre a cepa BA.6, apenas que ela já foi identificada na Dinamarca e em Israel. Ainda não existem registros no Reino Unido, por exemplo. No mundo, foram feitos três sequenciamentos, e já existem indicadores da ocorrência de mutações potencialmente perigosas.

Nova onda da covid-19 no Reino Unido?

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Paralelamente ao posicionamento de Greenhalgh, outra cientista do Independent SAGE, Christina Pagel, publicou, nesta semana, um novo estudo científico na revista British Medical Journal (BMJ). No artigo, ela alerta para uma possível nova onda da doença entre os britânicos.

"Desde o início de julho de 2023, as internações hospitalares diárias da covid-19 aumentaram (mais do que dobraram em 4 de agosto em comparação com quatro semanas antes), e o número de pacientes no hospital principalmente por causa de covid-19 também dobrou nesse período", afirma a pesquisa de Pagel, que é associada da University College London (UCL). Embora os números sejam altos, são bem menores que em outros momentos da doença.

“É razoavelmente certo que entramos em outra onda do covid-19", aponta a pesquisadora. Só que, com a queda nas taxas de vacinações, “é provável que esta onda atinja uma população mais suscetível do que as últimas”, acrescenta. Se a situação sair fora de controle, uma segunda onda pode ser esperada para setembro e esta será mais grave. Apesar disso, Pagel não defende o uso massivo de máscaras.

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Riscos da BA.6 para a saúde

De forma adicional a essas possíveis ondas, a pesquisadora compartilha alguns comentários preliminares sobre a BA.6. Além de mencionar os apenas três sequenciamentos feitos, ela explica que a cepa “tem muitas mutações novas, algumas já associadas ao aumento da aptidão e fuga imune, e outras inteiramente desconhecidas”.

Apesar do potencial risco, não é possível afirmar que a nova cepa se tornará predominante em todo o globo. Afinal, ela ainda precisa superar as outras, como a XBB, o que não ocorreu nem nos locais em que já foi identificada. Neste ponto, é preciso acompanhar a sua evolução.

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De qualquer forma, “isso [a nova variante BA.6] deve servir como um lembrete de que, sem aumentar a vigilância e diante da diminuição da imunidade [com a queda nas vacinações], estamos entrando no inverno mais vulneráveis”, completa Pagel.

Posicionamento da OMS

Desde o começo da pandemia da covid-19, a Organização Mundial de Saúde (OMS) acompanha a evolução do coronavírus, compartilhando informações atualizadas sobre a predominância de variantes de interesse (VOIs) e de variantes sob monitoramento (VUMs). Nesta quinta-feira (17), a BA.2.86 foi classificada pela OMS como uma VUM.

Além dessa, a organização aponta para os cuidados extras em monitoramento com a EG.5, conhecida informalmente como Éris. Esta recentemente deixou de ser encarada como uma VUM e foi classificada como VOI, o que indica a sua disseminação global. Nos Estados Unidos e em alguns outros países, ela já é predominante.

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Fonte: OMS e BMJ