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Termômetros: conheça as diferenças entre eles e saiba como usar

Por| 19 de Novembro de 2020 às 20h40

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Luciana Zaramela/Canaltech
Luciana Zaramela/Canaltech

Um velho conhecido de todos nós, o termômetro tornou-se um item indispensável na farmacinha particular de cada um. Seja na gaveta ou na caixinha de remédios, ter um termômetro em casa já era algo bem comum antes da pandemia da COVID-19. Depois que o coronavírus se alastrou com tanta força em 2020, as buscas por termômetros deram um salto considerável a partir de março, quando a epidemia da doença se tornou tão intensa aqui no Brasil. E, ainda assim, muitas pessoas não sabem exatamente como usar o aparelho corretamente.

Neste guia, vamos apresentar diferentes tipos de termômetros, falar um pouquinho sobre o funcionamento do instrumento e mostrar, de maneira bem clara e prática, como cada um deles deve ser utilizado — seja para aferir febre pela COVID-19, seja para manter medidas profiláticas e de segurança dentro da sua casa ou de seu estabelecimento.

O que é termômetro? Para que serve?

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Bom, antes de começarmos a falar sobre os tipos, vamos antes entender o que é e o que faz um termômetro para medir temperatura corporal. O aparelho é um dos primeiros itens a serem utilizados em primeiros socorros, seja em hospitais, seja em casa. Ele conta com sensores analógicos ou digitais que servem para indicar se há algum tipo de infecção no organismo — e, consequentemente, febre —, dando um norte para médicos e pacientes. 

Se você estiver com febre, o termômetro vai acusar pelo resultado da aferição. São vários os locais do corpo que podem ser utilizados como referência, sendo o mais comum as axilas. Mas, também, é possível usar o termômetro por via retal, oral e até mesmo no ouvido. Se a temperatura estiver acima de 37,4 ºC, é provável que você esteja com febre. Nosso corpo tem uma variação de temperatura entre 36 ºC e 36,7 ºC, que é considerada normal.

Apesar de o foco deste guia ser em termômetros que medem a temperatura do corpo humano, os mais modernos conseguem, ainda, captar a temperatura ambiente. Outros, ainda mais sofisticados, podem ser usados até na culinária.

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Tipos de termômetros

Existe uma ampla variedade de tipos de termômetros comercializada atualmente aqui no Brasil, e outros que, apesar de ainda presentes nas residências e consultórios, já não são mais encontrados nas farmácias. Vamos, abaixo, conhecer os principais.

Analógicos

Apesar de muitos conhecerem e até sentirem fata do velho termômetro analógico de mercúrio (aquele fininho, de vidro, que precisávamos sacudir antes de começar a aferição), o instrumento foi retirado de circulação em 2018 pela Anvisa por conter o metal, que é potencialmente nocivo, caso entre em contato com feridas na pele. Com a medida, a agência evitou que o mercúrio fosse acidentalmente inalado ou aspirado, pois, já que os termômetros de mercúrio eram feitos de vidro, eram frágeis o suficiente para quebrar e espalhar o líquido metálico por toda parte. 

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Digitais

Com a evolução da tecnologia, equipamentos médicos, dos mais simples aos mais complexos, também foram beneficiados — e, a partir de então, uma variedade de marcas, tipos e modelos de novos termômetros começou a surgir para substituir o velho termômetro de mercúrio. Hoje em dia, podemos contar com a praticidade de termômetros mais rápidos e precisos, sem metais nocivos à saúde, usando tecnologias que variam de sensores simples de temperatura a componentes que usam raios infravermelhos para aferir sem precisar de contato com o corpo.

Termômetros de farmácia são confiáveis?

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Para sair da fase de conceito e chegar até as prateleiras, o processo é longo, até porque termômetro é um item que precisa responder a várias regras de compliance. O Canaltech conversou com Pedro Henrique Abreu, Gerente de Marketing e Produtos da G-Tech, para entender melhor como isso funciona.

Segundo Pedro Henrique, "termômetros Infravermelhos, de contato ou sem contato, não possuem regulamentação do INMETRO para sua parte metrológica, apenas relativa à segurança elétrica do uso do produto. Em relação à aprovação da Anvisa, esta é requerida para todos os tipos de termômetros e é a forma mais segura de identificar se o produto passou por testes e possui qualidade e segurança", explica. 

No entanto, com os números da COVID-19 crescendo no Brasil, a agência reguladora pegou mais leve com as regras, segundo o executivo. "Durante o período de pandemia, a Anvisa afrouxou as regras para registro, permitindo que diversas marcas, com produtos de qualidade e origem duvidosa entrassem no mercado", alerta.

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Mas, então, como saber que você está adquirindo um produto confiável? Pedro dá uma dica de ouro: "A forma mais segura de o consumidor se resguardar é procurar marcas tradicionais, que possuam outros produtos para saúde em seu portfólio. Além disso, marcas desconhecidas muitas vezes não possuem embalagem e manual em português, o que é um indicativo da pouca preocupação com a qualidade do produto."

Termômetro digital comum

É o mais encontrado nas farmácias, o mais acessível. Trata-se de um instrumento pequeno, que pode ser utilizado por via axilar, oral ou retal, que conta com uma telinha simples em seu corpo e emite sinais sonoros para indicar hora da aferição e seu resultado. Alguns deles, mais modernos, ainda possuem funções básicas, como registro das últimas temperaturas aferidas.

Esses instrumentos têm bom nível de precisão e são acessíveis, com preços na casa dos 30 reais, em média. Eles precisam de uma bateria tipo botão para funcionar e o resultado da medição sai em um prazo de 1 a 5 minutos, dependendo do modelo. Alguns, mais caros, levam menos tempo — cerca de 10 segundos, mas a medição pode não ser tão precisa.

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Para usá-lo, basta zerar a temperatura pressionando o botão. A maioria traz o indicativo "Lo" (mínimo, em tradução literal) na tela, que mostra o momento de colocar a parte metálica do aparelho no corpo, preferencialmente na axila, e aguardar o sinal sonoro para que o resultado seja mostrado na tela. Enquanto isso, a pessoa precisa ficar parada, aguardando a aferição. Após o bip, você pode retirar o termômetro e checar se existe febre. Alguns, inclusive, emitem um sinal sonoro semelhante ao de um despertador quando detectam que o paciente está com febre.

Depois de usá-lo, basta desligar e guardar na caixinha. Você pode, aliás, usar o termômetro em si mesmo.

Aliás, alguns termômetros digitais têm ponteira flexível — o que é ideal para acompanhar temperatura basal de mulheres no ciclo menstrual, que aumenta durante a ovulação.

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Apesar de não terem mercúrio, ainda são itens sensíveis que devem ser manipulados com cuidado. É ideal higienizar a ponta metálica deles após o uso, com algodão embebido em um pouco de álcool.

Termômetro de testa (infravermelho/sem contato)

Cada vez mais comuns nas farmácias, consultórios, pronto-socorros e residências, os termômetros sem contato também marcam presença em locais públicos, lojas, escolas, estabelecimentos comerciais, igrejas, shoppings, clubes, etc. Tratam-se de aparelhos também precisos que, de maneira muito simples e higiênica, aferem a temperatura com rapidez — cerca de 1 segundo. Precisam de pilhas comuns (AA ou AAA) para funcionar.

Os termômetros infravermelhos são mais tecnológicos que os digitais comuns, por trazerem sensores que mostram se um paciente tem febre ou está febril apenas ao apontá-lo para a testa.

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Mas, por que a testa? A região tem temperatura similar à da boca, uma das áreas mais confiáveis para medir a temperatura de um paciente. Ao pressionar o botão "start", os sensores infravermelhos, localizados no interior da lente, que fica na ponta da sonda do termômetro, iniciarão o rastreamento para captar a temperatura do paciente com boa precisão (e alguns também conseguem medir a temperatura ambiente e possuem luz de rastreio). O resultado é prontamente indicado em uma telinha, no corpo do aparelho.

No entanto, é necessário entender algumas normas antes de fazer a medição:

  • A testa precisa estar limpa, sem cabelos, sem suor ou maquiagem, pois isso pode interferir no resultado;
  • A lente do termômetro também precisa estar limpa;
  • O paciente precisa estar em condições estáveis, ou seja, sem ter tomado banho, sem ter ingerido bebida alcoólica, sem ter amamentado ou feito exercícios físicos por, pelo menos, meia hora;
  • Não ultrapassar a distância de 5 cm entre a lente do termômetro e a testa do paciente.
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De acordo com a G-Tech, empresa que comercializa produtos médicos no Brasil, "termômetros infravermelhos são destinados para uso em um ambiente eletromagnético nos quais perturbações por irradiações por radiofrequência são controladas". Isso quer dizer que, na hora de fazer a medição, é importante se manter longe de aparelhos que emitem ondas de RF que possam interferir no resultado, como rádio, roteadores Wi-Fi, microondas, celulares, telefones sem fio, etc. 

Se você estiver sozinho em casa e quiser medir sua própria temperatura, ao usar o termômetro de testa, é melhor se levantar e ir para a frente do espelho, pois assim você vai conseguir "mirar" a sonda no local exato e a uma distância apropriada.

Infravermelhos: pode medir temperatura no braço ou pulso?

Segundo as normas da Anvisa, medir temperatura na testa ou no pulso depende das especificações de cada termômetro. Em nota, no entanto, a agência determinou que os termômetros infravermelhos sejam apontados para a testa, a fim de garantir uma medição precisa. "Medir a temperatura corporal em outra parte do corpo pode levar a erro de leitura, a não ser que tal procedimento seja explícito no manual do produto", diz a nota.

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Os manuais dos termômetros infravermelhos são categóricos ao instruir que os aparelhos devem ser direcionados para o centro da testa do paciente (alguns, inclusive, requerem rastreio até as têmporas). "Os termômetros são calibrados para medir a temperatura no local especificado na embalagem/manual. Como cada local do corpo pode apresentar variação de temperatura, o ajuste do termômetro é feito para compensar e indicar a temperatura correta. Logo, se o termômetro for utilizado em local diferente, pode haver variação entre o resultado apresentado e a real temperatura corporal", acrescenta Pedro Henrique.

Recentemente, a própria Anvisa desmentiu que termômetro infravermelho faz mal. Depois da circulação da fake news de que termômetros de testa fariam mal à glândula pineal, localizada na parte mais central do cérebro e responsável por regular vários hormônios, muitas pessoas ficaram "cabreiras" com o fato de apontar um termômetro para a testa. Só que os produtos NÃO emitem radiação e são inofensivos — eles somente captam o calor emitido pelo corpo na forma de radiação infravermelha.

"A tecnologia infravermelha usada na medição utiliza frequência e potência extremamente baixas, que não causam qualquer problema para o organismo. Os termômetros regularmente registrados possuem essa garantia, uma vez que são ensaiados em diversos testes para garantir a segurança", esclarece o executivo da G-Tech.

Aliás, um bônus: você sabia que cada local de medida apresenta uma temperatura discretamente diferente? É considerado febre quando, nas axilas, a temperatura passa dos 37,4 ºC; na boca, passa dos 37,5 ºC; no ouvido, acima de 37,6 ºC; e no reto, acima de 38 ºC.

Como escolher o termômetro ideal?

Se você ainda não tem um bom termômetro ou quer fazer um upgrade no termômetro da sua farmacinha doméstica, aqui vão algumas dicas sobre como escolher e qual escolher. Já adiantamos: termômetros de mercúrio já são defasados, além de apresentarem riscos à saude caso o metal vaze numa queda. Esqueça-os, caso esteja querendo comprar um usado em um site de desapego. Então, investir em um digital já é um bom primeiro passo.

1. Certificações

Como agora você já sabe como cada tipo de termômetro funciona, a primeira coisa é verificar se o aparelho tem o selo do INMETRO e registro junto à Anvisa. Esses indicadores servem para que o consumidor saiba que está adquirindo um produto de qualidade e que traz resultados confiáveis.

2. Locais de medição

Leve em consideração o local de medição. As axilas são o ponto mais comum, mas, com o advento dos termômetros infravermelhos, a testa também é um excelente lugar para se aferir a temperatura do corpo.

3. Conforto e praticidade

Quer rapidez, conforto, praticidade na hora de realizar suas medições? Os termômetros sem contato (de testa, infravermelhos) são os mais indicados — afinal, trazem resultados em cerca de um segundo e não encostam na pele. São ideais para quem tem criança pequena, precisa realizar várias medições durante o dia (em uma ou mais pessoas, mesmo que esporádicas e não todos os dias) e quer resultados rápidos, com higiene — o que o torna ideal para compartilhar com mais pessoas que moram na sua casa. Aliás, por falar em criança, existem até termômetros de boca em formato de bico/chupeta!

"A grande vantagem dos infravermelhos é a velocidade da medição, sendo muito indicados para o uso em bebês e crianças, que ficam incomodados ao usar os termômetros tradicionais. Em uso comercial, é mandatório que sejam os infravermelhos sem contato, primeiro por evitar encostar na pele, e, segundo, pela velocidade das medições", orienta Pedro.

Se você estiver monitorando a temperatura de alguém na sua casa, como um idoso ou uma criança, e quer evitar acordar a pessoa durante o sono, alguns termômetros sem contato trazem telas LCD retroiluminadas, ou seja: elas acendem no escuro — e você não vai precisar acender a luz do quarto de madrugada, por exemplo.

Existem termômetros de contato impermeáveis. Apesar de serem um pouco mais caros, podem ser higienizados após o uso (com um paninho umedecido). O ideal, além de limpar o corpo desses aparelhos, é sempre higienizar as ponteiras com álcool antes de guardá-lo na caixa, com cuidado para não danificar a sonda (por onde a radiação passa).

Dica: antes de escolher seu termômetro, verifique se ele emite sinal sonoro quando terminar a medição. A grande maioria conta com esse recurso. Outra função legal, só para comparação, é o registro de temperaturas passadas: assim, você consegue monitorar melhor a evolução da pessoa que está doente.

4. Preço

Claro que, quanto mais sofisticado o termômetro, mais caro ele será. Portanto, se o orçamento estiver apertado, vale a pena investir em um termômetro digital comum, que apita depois de um certo tempo em contato com a área de medição — geralmente, a axila. Um desses custa em torno de 20 a 60 reais nas farmácias — dependendo dos recursos oferecidos. Marcas como G-Tech, Omrom e Incoterm estão entre as melhores e mais conhecidas do Brasil, mas sempre vale aquela máxima: mesmo se não conhecer a marca, procure pelo selo do INMETRO e o registro da Anvisa na caixinha.

Agora, se você pode gastar mais em um termômetro infravermelho, faça isso. A praticidade de poder medir a temperatura sem contato, pela testa, vale o preço que você paga. Existe uma gama enorme de termômetros do tipo nas lojas e farmácias brasileiras, com várias formas e tamanhos. Alguns parecem uma pistolinha. Outros, um bastão. O que importa é ter praticidade e precisão — além, claro, de segurança. Os preços, nesses casos, variam ainda mais: de R$ 70 a mais de R$ 400, dependendo da marca, dos recursos, etc. Em tempos de COVID-19, nada melhor que evitar o contato com a pessoa que estiver com (suspeita de) febre. E ajuda muito, tanto para bebês, como crianças maiores e adultos.

Pedro Henrique acrescenta, ainda, que o consumidor deve procurar por marcas de qualidade, pois elas garantem precisão e segurança. "Além disso, ele deve analisar qual vai ser uso do termômetro, se vai ser residencial ou, muito comum, agora, 'uso comercial' [na porta de estabelecimentos]. Sendo uso residencial, pode escolher entre os termômetros digitais tradicionais, que ainda têm o inconveniente de levar aproximadamente 60 segundos para apresentarem o resultado, ou os infravermelhos, com ou sem contato com a pele."

Onde comprar termômetros online?

Os termômetros usados neste guia e uma ampla variedade de outros modelos estão disponíveis na internet. Apenas lembrando que os preços variam de acordo com a quantidade de recursos. O Canaltech utilizou, além do antigo termômetro analógico (hoje fora de circulação), modelos sem contato da G-Tech e da Premium, além de um termômetro digital comum da Incoterm. Você encontra todos eles no marketplace do Magalu.

Principais "mancadas" ao medir a temperatura

Não basta comprar o melhor termômetro da loja. Se você não ler o manual e não souber operá-lo de acordo com as normas do fabricante, suas medições podem vir com erros. Então, tome cuidado para não cometer erros crassos, como os listados abaixo:

  • Não esperar o tempo necessário, suficiente para que o aparelho capte e meça a temperatura;
  • Não limpar a região de medição; cerúmen no ouvido ou suor/maquiagem na testa interferem nos resultados;
  • Pilhas ou baterias fracas: observe a situação da energia do equipamento. Alguns termômetros avisam o nível de energia remanescente, outros ficam com o mostrador apagado; troque pilhas ou baterias fracas imediatamente;
  • Não respeitar a distância adequada: de nada adianta você estar com pressa e apontar um termômetro para muito perto ou muito longe do local de medição;
  • Insistir em medir a temperatura em locais "nada a ver": se o manual pede para usar o termômetro na axila, é na axila que você vai usar; se for apontado para a testa, não adianta querer apontar para o braço.

Fonte: Com informações da Anvisa