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Remédio para pressão alta previne epilepsia em adultos

Por| Editado por Luciana Zaramela | 20 de Junho de 2024 às 18h10

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Gargantiopa/Envato Elements
Gargantiopa/Envato Elements

Nos Estados Unidos, cientistas da Universidade Stanford descobriram que o uso de determinados remédios para controlar a pressão alta (hipertensão) podem prevenir a epilepsia. O efeito foi associado à classe de medicamentos conhecidos como bloqueadores dos receptores da angiotensina (BRA), incluindo a Losartana, e está limitado aos adultos. 

Hoje, medicamentos anticonvulsivantes podem ser usados ​​para controlar as crises de epilepsia após o diagnóstico. Também existem estudos com o uso do canabidiol (CBD), da cannabis. Entretanto, não há medicamentos preventivos.

“Não temos nenhum medicamento que previne a epilepsia”, reforça Kimford Meador, professor de neurologia em Stanford e autor sênior do novo estudo, em nota. É possível que, no futuro, os medicamentos anti-hipertensivos cumpram essa função, dependendo dos resultados de testes complementares.

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Epilepsia em adultos?

Na maioria das vezes, os quadros de epilepsia são diagnosticados durante a infância, mas o que pouca gente sabe é que adultos também podem ser afetados. Cerca de 1% das pessoas com mais de 65 anos enfrenta o quadro associado com convulsões. 

“Este pode ser um distúrbio muito debilitante, e é muito mais comum em adultos mais velhos do que as pessoas imaginam”, acrescenta Meador.

Nos idosos, o principal fator de risco é o acidente vascular cerebral (AVC), também conhecido como derrame cerebral. Em média, 10% dos sobreviventes apresentam convulsões num período de até 5 anos. 

Além disso, as doenças vasculares e a hipertensão crônica (aquela que não é tratada) também aumentam o risco de epilepsia. 

Remédio para pressão alta e epilepsia

A ideia de prevenir a epilepsia com remédios para pressão alta foi baseada em um estudo feito na Alemanha, em que pesquisadores analisaram os dados de saúde de 160 mil pessoas e verificaram o efeito protetor dos bloqueadores dos receptores da angiotensina contra a doença. 

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Agora, os pesquisadores de Stanford resolveram verificar se os mesmos achados poderiam ser obtidos ao analisar a população dos EUA. Assim, eles revisaram dados de 2,2 milhões de adultos diagnosticados com pressão alta, que tomavam remédios e que não tinham epilepsia. 

Publicado na revista JAMA Neurology, a versão norte-americana da pesquisa demonstrou que os pacientes que usavam esses remédios tinham um risco 20% a 30% menor de desenvolver epilepsia, em comparação com as pessoas que tomaram outras classes de medicamentos para controle da pressão alta

Agora, os autores destacam a importância de estudos clínicos para validar o potencial protetor dos bloqueadores dos receptores da angiotensina em adultos. Quando isso for feito, o uso desses medicamentos poderá ser recomendado por médicos como uma estratégia de prevenção.

A principal hipótese é que essa classe de medicamentos bloqueia determinados receptores hormonais e, com isso, provoca a redução da pressão arterial. Em paralelo, também reduz o nível de inflamação nos vasos sanguíneos e também no cérebro, protegendo contra episódios de epilepsia.

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Fonte: JAMA Neurology, Universidade Stanford