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Novo implante cerebral pode mudar o tratamento de epilepsia

Por| Editado por Luciana Zaramela | 12 de Maio de 2023 às 12h27

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EPFL/Alain Herzog
EPFL/Alain Herzog

Na Suíça, cientistas da Ecole Polytechnique Fédérale de Lausanne (Epfl) desenvolvem uma nova tipo de implante cerebral para o tratamento da epilepsia, envolvendo soluções minimamente invasivas. Diferente dos outros dispositivos disponíveis no mercado, o equipamento entra por um pequeno orifício e se "abre", como uma flor, ao chegar no córtex cerebral. Então, a área de cobertura é significativamente maior que o tamanho necessário do corte (incisão).

Nesta semana, a equipe de pesquisadores da Epfl publicou a primeira rodada de testes envolvendo o novo implante para epilepsia na revista Science Robotics. No artigo, é descrito o experimento com o arranjo de eletrodos implantado no cérebro de um mini-porco. Até o momento, não há previsão para o início dos testes em humanos.

Faltam tratamentos para pacientes com epilepsia grave

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Para entender a epilepsia, vale pontuar que a condição neurológica altera o funcionamento do cérebro, em episódios que podem durar segundos até minutos. Nesse intervalo, algumas células cerebrais entram em um estado hiperexcitável, provocando as manifestações clínicas, como convulsões.

Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 0,5% a 1% da população mundial sofre com algum grau de epilepsia. Para a maioria dos pacientes, os medicamentos já disponíveis conseguem controlar a condição, que entra em remissão. No entanto, cerca de 20% a 30% resiste aos tratamentos “comuns”.

Para este grupo bastante específico, diferentes frentes de pesquisa buscam novos tratamentos. No Brasil, uma vertente que ganha bastante força é o do uso da cannabis medicinal. Em outra frente, está a estimulação elétrica intracraniana, através de eletrodos implantados no cérebro. Este é o caso do implante desenvolvido pelos suíços. Ambas são bastante promissoras, quando bem prescritas.

Como funciona o implante que pode mudar o controle da epilepsia?

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Inspirados na robótica mole, aquela que se baseia no modo como os organismos vivos se movem no ambiente, os cientistas estão desenvolvendo o novo implante cerebral para o tratamento de epilepsia grave.

No caso suíço, a inspiração foi a flor. No estágio do botão, é bastante similar a um tubo fino. Conforme as pétalas se abrem, o vegetal passa a ocupar uma superfície maior. Outra possível imagem é a de uma árvore com as suas raízes. “A comunidade da robótica mole tem se interessado muito por esse mecanismo [de atividade do implante], porque ele foi bioinspirado”, explica Sukho Song, principal autor do estudo, em um comunicado.

Para entender o conceito na prática, os cientistas explicam que o implante, na hora da cirurgia, foi desenhado para caber em um um orifício de 2 centímetros no crânio. Após esse estágio, um de cada vez, os seus seis “braços” em espiral se “abrem”, ocupando uma região de 4 cm. Hoje, a maioria dos dispositivos do tipo exigem a abertura de um orifício do seu próprio tamanho.

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“As neurotecnologias minimamente invasivas são abordagens essenciais para oferecer terapias eficientes e personalizadas para o paciente”, acrescenta Stephanie Lacour, outra cientista envolvida no estudo.

No futuro, caso os testes em humanos sejam bem-sucedidos, o novo conjunto de eletrodos corticais deve estimular, registrar e monitorar a atividade elétrica no cérebro de pacientes que sofrem de condições como epilepsia. Quando necessário, em momentos de crise, a estimulação elétrica será acionada, evitando os sintomas e as complicações.

Fonte: Science Robotics, Epfl e Ministério da Saúde