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Reino Unido alerta viajantes para risco de oropouche; como afeta o Brasil?

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Dunpharlain/Wiki Commons/CC BY-SA 4.0 DEED
Dunpharlain/Wiki Commons/CC BY-SA 4.0 DEED

Com a chegada da época de férias e do natal, a Agência de Segurança Sanitária do Reino Unido (UKHSA) alertou os viajantes para o risco de doenças transmitidas por mosquitos, como dengue, malária e zika. Outra ameaça crescente destacada pelas autoridades foi a febre oropouche, relacionada aos países da América Latina, como o Brasil. 

Embora o Brasil não seja mencionado nominalmente no alerta britânico, o país é um dos que mais concentram registros de arboviroses. No caso da dengue, é recordista internacional em número absoluto de casos neste ano. Em relação ao oropouche, registrou os dois primeiros óbitos da história da doença em meio a um surto, concentrado nos estados do Norte e do Nordeste.

Doenças transmitidas por mosquito 

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Embora os mosquitos possam parecer inofensivos, os vírus ou parasitas transmitidos por estes vetores podem causar doenças graves e até mortais nos casos de febres hemorrágicas, como explica a UKHSA. 

Na maioria das vezes, os casos britânicos destas doenças são “importados”. Em outras palavras, a pessoa contraiu o patógeno durante uma viagem internacional, mas descobriu a doença ao voltar para seu país de origem.

Em relação à malária, foram registrados 753 casos importados entre janeiro e junho deste ano. No mesmo período, foram oito casos de zika contra apenas um nos seis primeiros meses de 2023. “Embora os casos de vírus Zika sejam raros, a infecção representa um risco significativo para mulheres grávidas, pois pode ser transmitida ao feto”, destaca a agência.

Em relação à dengue, foram 473 casos no primeiro semestre — em 2023, foram apenas 157. Este aumento fez com que o Comitê Conjunto de Vacinação e Imunização (JCVI) recomendasse a vacina contra a dengue para algumas pessoas, quando há risco por causa das viagens.

Risco do oropouche 

Até o momento, as autoridades de saúde do Reino Unido não identificaram nenhum caso importado de oropouche, mas estão atentas devido ao aumento de infecções globais da doença, que podem evoluir para meningite ou encefalite. 

Inclusive, a UKHSA comenta sobre um estudo recente que encontrou o vírus no sêmen de um indivíduo infectado, “sugerindo que a transmissão sexual pode ser possível”. Então, os viajantes “devem considerar o uso de preservativos ou evitar sexo durante a viagem e por seis semanas após o retorno”, orienta.

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Como não há vacina e nem remédios específicos, a recomendação é evitar regiões com alto risco de infecções, além de adotar formas de impedir a picada de mosquito, como roupas adequadas (que cubram os braços e as pernas) e repelentes.

E o Brasil?

Como adiantamos, o Brasil não é citado no alerta, mas o país concentra um número significativo de casos de pelo menos três das quatro doenças mencionadas. Inclusive, o site Travel Health Pro, apoiado pela UKHSA, reforça a ameaça da doença oropouche em solo brasileiro. Os surtos recentes também foram identificados na Bolívia, Colômbia, Cuba, República Dominicana, Equador, Guiana, Panamá e Peru.

Para entender a dimensão do problema no Brasil, o Painel Epidemiológico, do Ministério da Saúde, aponta para 9,5 mil casos da febre oropouche registrados neste ano, contra 831 do ano passado.

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Na última atualização, feita no dia 26 de novembro, o estado do Amazonas liderava o ranking nacional com 3,2 mil casos. Em relação aos óbitos, as duas primeiras mortes da literatura científica mundial foram notificadas na Bahia, em mulheres com menos de 30 anos.

Além disso, a questão da dengue foi um grande problema brasileiro nos últimos 12 meses. A Saúde contabiliza 6,5 milhões de casos prováveis, incluindo 5,8 mil mortes e 1,1 mil óbitos em investigação. É o maior número de casos e de mortes já registrados na história nacional. Para comparar, em 2023, foram 1,6 milhão de casos e 1,1 mil mortes e 114 óbitos em investigação.

Por outro lado, a situação relacionada ao zika vírus melhorou. Até o momento, foram contabilizados 6,4 mil casos de zika, sem nenhuma morte. No ano passado, foram 11,5 mil casos e quatro óbitos.

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Fonte: UKHSATravel Health Pro, Ministério da Saúde  

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