Reforço da vacina da covid deve ser semestral ou anual, recomenda estudo da Yale
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela |
Como já ocorre com a vacina da gripe (influenza), o reforço do imunizante contra a covid-19 deverá ser aplicado periodicamente na população, especialmente em pessoas de grupos de risco. Para manter os altos níveis de proteção contra o coronavírus SARS-CoV-2, cientistas recomendam a aplicação de doses extras de forma semestral — uma dose a cada seis meses — ou anual.
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Publicado na revista científica Journal of Medical Virology, o estudo que recomenda a vacinação semestral ou anual contra a covid-19 foi desenvolvido por pesquisadores da Escola de Saúde Pública da Universidade de Yale e da Universidade da Carolina do Norte em Charlotte, ambas localizadas nos Estados Unidos.
Vale observar que, no estudo, os autores estimaram o impacto das doses de reforço das vacinas bivalentes. Isso significa que foram analisados o possível impacto apenas dos imunizantes atualizados contra as descendentes da variante Ômicron, até o momento, desenvolvidos pelas farmacêuticas Pfizer e Moderna. Inclusive, o Brasil já possui lotes dessas fórmulas.
Estudo da Universidade de Yale recomenda vacinação semestral ou anual contra covid
Para entender a importância do reforço regular da vacina da covid-19, os pesquisadores simularam e projetaram o impacto de diferentes intervalos — seis meses, um ano e nenhum reforço — na imunidade da população saudável. O melhor esquema parece ser o semestral, mas o anual também pode ser benéfico.
Segundo os autores, um reforço bivalente a cada seis meses fornece um nível de “supressão muito forte” da infecção pelo coronavírus. Para ilustrar o tamanho da imunidade alcançada, em um grupo de 10 pessoas, apenas uma pessoa deve contrair a covid-19, segundo o modelo matemático usado.
Agora, quando as doses de reforço são anuais, a vacina continua a ter uma alta efetividade — boa eficácia no mundo real. No mesmo grupo de 10 pessoas, apenas três devem ser infectados pelo vírus da covid-19. Sem nenhuma dose extra no período de 12 meses, nove indivíduos serão infectados para cada grupo de 10. Basicamente, o risco de infecção estará triplicado em relação à imunização anual.
Futuro da vacinação contra a covid-19 no Brasil e no mundo
O reforço, como estratégia de saúde pública, deve ser uma medida essencial para que seja possível encarar a covid-19 como uma doença endêmica, ou seja, um agente infeccioso que provoca um número estimado e regular de casos, mas que não provoca o colapso do sistema de saúde.
Na direção dos resultados do estudo da Yale, o Ministério da Saúde, sob o comando da ministra recém-empossada Nísia Trindade, anunciou que a vacinação contra a covid-19 será anual pelo menos para os grupos de risco, como idosos e pacientes imunossuprimidos. Em breve, mais detalhes sobre a estratégia de vacinação brasileira devem ser divulgados.