Queda da patente do Ozempic: o que vai mudar?
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela | •

Medicação bastante popular, o Ozempic (semaglutida) poderá ser, no próximo ano, fabricado de forma genérica, quando acontecer a queda da patente. No Brasil, isso deve ocorrer a partir de março de 2026, quando a patente deixar de ser exclusividade da farmacêutica Novo Nordisk.
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Dependendo do desenrolar da história nos próximos meses, o remédio de aplicação semanal terá chances de ser distribuído no Sistema Único de Saúde (SUS). Apesar disso, a receita médica (digital ou não) continuará a ser obrigatória e o uso para fins estéticos não está em questão.
Aqui, vale explicar que o princípio ativo do Ozempic, a semaglutida, atua no organismo como um agonista do receptor de GLP-1 e, assim, estimula a liberação da insulina. Por isso, é indicado para pacientes com diabetes tipo 2. De forma off-label (fora da bula), é usado por indivíduos com obesidade, já que pode auxiliar no emagrecimento.
De olho na queda da patente, a prefeitura do Rio de Janeiro foi a primeira a anunciar que tem interesse em usar, muito possivelmente, uma versão genérica do Ozempic na rede pública de saúde. Antes disso, um grupo formado por especialistas cariocas analisa qual seria o melhor uso da medicação.
Queda da patente do Ozempic
No Brasil, a patente da semaglutida (substância ativa do Ozempic e também do Wegovy e do Rybelsus) foi depositada no ano de 2006 para análise do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e foi concedida em 2019. Como já adiantamos, a validade inicial vai até o ano de 2026.
https://canaltech.com.br/saude/40-ovos-por-dia-os-pros-e-contras-do-excesso-do-alimento-para-a-saude/Com a queda da patente, outros laboratórios farmacêuticos (além da Novo Nordisk) poderão produzir versões genéricas ou similares do medicamento com semaglutida. Conforme a produção aumentar, a tendência é que o custo caia — hoje, o tratamento mensal custa, em média, mil reais. Esta queda no preço poderá viabilizar a incorporação da medicação no SUS, por exemplo.
Semaglutida no SUS?
Para especialistas, o uso de remédios da classe dos agonistas do GLP-1 pode ser interessante para o serviço público de saúde. É o que comenta a vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Karen de Marca.
"Quando a gente pensa em introduzir uma medicação no SUS, você tem que pensar no real benefício, para quem ela serve, quanto ela custa e o que ela vai economizar”, destaca a médica para a Agência Brasil.
“Se a gente pensar que é uma molécula bastante complexa, que consegue melhorar o controle glicêmico, controlar o peso e promover uma perda de peso que pode chegar a até 25%, ainda por cima com benefícios cardiovasculares, que é a principal causa de morte dos pacientes diabéticos com obesidade, é muito interessante”, complementa Marca.
Em tese, o uso da semaglutida no SUS poderá reduzir custos por internação cardiovascular, por complicações da diabetes, por amputação, custo de remédio para hipertensão e para doença renal.
Efeitos adversos
Entretanto, os benefícios somente são observados quando há acompanhamento médico e na dosagem adequada, já que existem possíveis efeitos adversos colaterais. Entre os mais comuns, estão: náusea, distensão abdominal, constipação ("intestino preso") ou diarreia.
Além disso, a medicação deve sempre ser associada a mudanças na dieta (como a reeducação alimentar) e na prática regular de exercícios físicos, o que ajuda a garantir resultados duradouros.
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Fonte: Com informações: Agência Brasil