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Quanto tempo o corpo suporta sobreviver sem oxigênio?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 22 de Junho de 2023 às 19h10

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Cottonbro Studio/Pexels
Cottonbro Studio/Pexels

Não podemos viver sem oxigênio, assim como não conseguimos passar longos períodos sem água e alimentos. No entanto, o reservatório de oxigênio no nosso corpo é significativamente menor que o de nutrientes. Em alguns casos, cinco minutos sem ar é o tempo necessário para alguém entrar em coma e morrer em decorrência da hipóxia, ou falta de oxigenação nos tecidos. Inclusive, este poderia ter sido o desfecho fatal da tripulação que embarcou no submarino Titan, da OceanGate, para ver os destroços do naufrágio do Titanic, na porção norte do oceano Atlântico.

No entanto, a Guarda Costeira dos Estados Unidos confirmou, nesta quinta-feira (22), que as cinco pessoas que embarcaram no submarino, incluindo o bilionário britânico Hamish Harding, morreram durante a implosão do veículo marinho, guiado por um controle de videogame. Apesar disso, a morte por falta de ar continua a ser um risco, especialmente para mergulhadores, pessoas que sofreram acidentes graves ou vítimas de assassinato em casos de asfixia.

Quanto tempo aguentamos ficar sem respirar?

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Quando o assunto são os limites do corpo humano, o Guinness World Records pode ser uma boa referência. Segundo o Livro dos Recordes, a pessoa que passou mais tempo submersa, sem respirar, foi o croata Budimir Sobat. Em 2021, na época com 56 anos, ele resistiu 24 minutos e 37,36 segundos.

Só que o recorde foi registrado em condições ideais, onde ele não corria nenhum risco de vida e estava 100% preparado para a missão. Além disso, Sobat é um nadador profissional. Resumindo, esse não é o padrão para a maioria das pessoas. Em média, o limite é inferior a 10 minutos.

Tempo sem ar em caso de emergências

“O corpo humano não tem um grande estoque de oxigênio — talvez, alguns litros. Como você usa isso depende da sua taxa metabólica”, explica Mike Tipton, pesquisador da Universidade de Portsmouth, no Reino Unido, para a BBC.

Segundo o especialista, um adulto em repouso usa entre um quinto a um quarto de litro de oxigênio por minuto. Caso ele esteja em pânico, o consumo pode chegar a um litro por minuto, o que apenas acelerará a morte por hipóxia, começando pelas lesões no cérebro. A exceção são as pessoas que estão embaixo d’água, com a temperatura corporal caindo de forma rápida.

Água fria aumenta sobrevida sem oxigênio

“O resfriamento rápido do cérebro pode aumentar o tempo de sobrevivência sem oxigênio”, afirma Tipton. Em estudo publicado na revista científica Resuscitation, o especialista examinou 43 casos de pessoas que ficaram longos períodos sem ar e até inconscientes debaixo d’água. Do total, apenas quatro sobreviveram, incluindo uma criança de dois anos que resistiu após passar por pelo menos 66 minutos sem respirar. A explicação está no fato do corpo ser menor, o que acelera o processo de resfriamento.

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“Se a temperatura da água for superior a 6 °C, a sobrevivência/ressuscitação é extremamente improvável se o corpo estiver submerso por mais de 30 minutos. Se a temperatura da água for de 6 °C ou menos, a sobrevivência/ressuscitação é extremamente improvável se submerso por mais de 90 minutos”, afirma o estudo que vai realmente nos limites da existência humana.

O que acontece com o corpo quando o oxigênio acaba?

Depois de entender quais são os limites conhecidos do tempo que podemos viver sem oxigênio, é preciso compreender quais mecanismos são ativados durante a hipóxia, lembrando que nem sempre esses episódios são mortais. Em alguns casos, é possível a recuperação das vítimas.

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Quando o reservatório de oxigênio do corpo acaba e a pessoa não é mais capaz de respirar por algum motivo, as células do organismo não conseguem mais se manter estáveis e a maioria das funções celulares começam a falhar em nível microscópico. Em especial, o cérebro é um dos primeiros órgãos a ser afetado, já que normalmente usa cerca de um quinto do suprimento total de oxigênio do organismo.

Passados os primeiros cinco minutos de privação de ar, em média, as células cerebrais já começam a morrer em algum nível. Durante esse processo, segundo a Cleveland Clinic, lista algumas complicações como desdobramento da hipóxia cerebral.

Eis o que acontece quando ficamos sem oxigênio por mais de cinco minutos:

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  • Desorientação;
  • Perda da capacidade de falar coordenadamente;
  • Alterações no ritmo de respiração, tentando respirar muito rápido ou extremamente devagar;
  • Pele e os lábios mudam de cor, ficando azulados ou acidentados;
  • Dilatação das pupilas;
  • Convulsões;
  • Coma;
  • Morte.

Caso uma equipe médica consiga salvar o indivíduo antes da morte cerebral, o risco de sequelas é alto, especialmente se ele não estiver submerso em águas muito frias. Entre as consequências mais comuns, estão o comprometimento cognitivo, mudanças de personalidade, dificuldades de fala e ainda problemas de visão.

Fonte: BBC, Resuscitation, Guinness World Records e Cleveland Clinic