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Por que países da África reprovaram a Sputnik V, alegando relações com a Aids

Por| Editado por Luciana Zaramela | 25 de Outubro de 2021 às 16h45

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francescosgura/envato
francescosgura/envato

Na última segunda (18), a Autoridade Reguladora de Produtos de Saúde da África do Sul (SAHPRA) anunciou a reprovação da vacina russa Sputnik V contra a covid-19. A preocupação é que o imunizante acabe gerando um aumento o risco de infecção pelo HIV entre os homens. Já no sábado (23), foi a vez da Namíbia reprovar a vacina da Rússia.

África do Sul

"O uso da vacina Sputnik V na África do Sul, um cenário de alta prevalência e incidência de HIV, pode aumentar o risco de homens vacinados adquirirem o HIV", afirmou o órgão regulador de produtos de saúde. O argumento é que a empresa por trás do pedido de uso da Sputnik V na África do Sul não tinha provas de que a fórmula seria segura em ambientes de alta prevalência de HIV. Acontece que o país em questão tem o maior número de pessoas vivendo com HIV do mundo.

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Atualmente, a vacinação na África do Sul se dá por meio do imunizante de dose única da Janssen (Johnson & Johnson) e o de duas doses da Pfizer/BioNTech. A Sinovac, de fabricação chinesa, também foi aprovada no país. Vale lembrar que a Sputnik V não tem aprovação para uso emergencial pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Namíbia

Na esteira da África do Sul, a Namíbia também rejeitou a Sputnik V. A suspensão vai durar até que o imunizante tenha o uso emergencial aprovado pela OMS. Quem deu a informação foi o próprio Ministério da Saúde do país, por meio de um comunicado oficial.

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Durante o anúncio, o Ministério da Saúde afirma que a decisão de interromper o uso da vacina russa foi "por excesso de cautela", sob a preocupação de que os homens que receberiam a Sputnik V tivessem maior risco de contrair HIV. A pasta acrescenta que levou a decisão da SAHPRA em consideração.

Resposta do Instituto Gamaleya

Frente a isso, o Instituto Gamaleya, responsável por desenvolver a vacina Sputnik V, alegou que as preocupações da SAHPRA não têm fundamento. Segundo o fabricante, a Sputnik V continua sendo uma das vacinas mais seguras e eficientes contra COVID-19 em uso mundialmente, e mais de 250 ensaios clínicos e 75 publicações internacionais confirmaram a segurança de vacinas e medicamentos baseados em vetores de adenovírus humanos.

“Embora os adenovírus, incluindo o ad-5, sejam uma das causas mais frequentes de gripe comum leve, não há evidências de aumento do risco de infecção por HIV entre a população humana após o resfriado comum. Essas especulações imprecisas que foram refutadas estão relacionadas a ensaios clínicos malsucedidos de outra vacina contra o HIV por outro fabricante que simplesmente não parecia eficaz o suficiente”, afirma o Instituto, em nota à Reuters.

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Inclusive, uma metanálise de seis estudos clínicos — que contaram, ao todo, com 7.092 participantes — mostrou que não houve aumento estatisticamente significativo da infecção pelo HIV-1 entre os receptores da vacina.

Não existe nenhuma evidência científica, até o momento, que correlacione vacinas contra covid-19 e Aids.

Fonte: Medical Xpress, Reuters (1, 2)