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Por que a dose da vacina contra a covid-19 para crianças deve ser menor?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 01 de Novembro de 2021 às 12h30

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Prostock-studio/Envato Elements
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Nos Estados Unidos, a Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) aprovou o uso emergencial da vacina ComiRNAty (Pfizer/BioNTech) contra a covid-19 para crianças de 5 a 11 anos. A vacinação também requer duas doses. No entanto, o curioso é que a dose do imunizante contra o coronavírus SARS-CoV-2 é menor que a aplicada em adolescentes e adultos.

A versão pediátrica da vacina da Pfizer/BioNTech tem apenas um terço da fórmula "padrão". De acordo com a autorização da FDA, a dose do imunizante deve ser de 10 microgramas, enquanto a dose aplicada em quem tem mais de 12 anos é de 30 microgramas.

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Em paralelo, a empresa norte-americana de biotecnologia Moderna também testa uma versão da vacina com menor concentração para o público pediátrico. Para as crianças de 6 até 11 anos, o imunizante tem metade do tamanho do que é aplicado em adultos: de 100 microgramas, a dosagem foi reduzida para 50 microgramas.

O sistema imunológico das crianças é diferente?

Antes de seguir, é importante lembrar que um dos objetivos do estudo clínico é estabelecer o menor antígeno — a parte da vacina que desencadeia uma resposta imunológica — para a fórmula da vacina. Neste ponto, são testadas diferentes concentrações até chegar na composição ideal. Além disso, é avaliada a relação entre a concentração das doses e os possíveis efeitos adversos.

Outra questão é que o sistema imunológico das crianças tende a ser mais potente que a dos adultos em alguns pontos. Por exemplo, o sistema imune inato é mais robusto nos mais jovens, e isso leva a uma maior concentração de células Natural Killer (NK) — um tipo determinado de glóbulo branco — nos mais novos. Com a idade, essas defesas vão enfraquecendo.

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"As crianças tendem a ter respostas imunológicas muito robustas", afirma a médica e pesquisadora Kari Simonsen, durante entrevista para a CNN. "Em alguns casos, elas podem realmente criar respostas fortes a quantidades menores de antígeno da vacina", completa.

"Como gostamos de dizer em pediatria: crianças não são adultos pequenos. Crianças são crianças", explica o médico James Versalovic. "Seus corpos estão se desenvolvendo e reagirão de maneira diferente. Precisamos tratá-los de maneira diferente", pontua.

No entanto, é possível que as doses de vacina para crianças e adultos possam ser a mesmas, como ocorre com a vacina contra hepatite A. De modo geral, essa concentração ideal depende dos resultados que foram obtidos durante os estudos clínicos.

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Estudo da vacina da Pfizer com crianças

Após concluir os testes da vacina da Pfizer contra a covid-19 para adolescentes, foi necessário repensar as dosagens, como explica o diretor do Centro de Pesquisa de Vacinas do Hospital Infantil de Cincinnati, Bob Frenck.

"Pensamos que poderíamos usar uma dose mais baixa e sermos capazes de obter a mesma resposta imunológica", explica Frenck. Com os testes clínicos, "obtivemos uma resposta imunológica tão boa quanto a dose de 30 microgramas, e foram relatados menos efeitos colaterais", complementa. Nesta dose, a eficácia da vacina chegou a 90,7% contra casos sintomáticos da covid-19 em crianças.

A dose mais alta testada foi relacionada a um maior número de eventos adversos. Com a dose de 10 microgramas — a dosagem que foi aprovada pela FDA —, os pesquisadores observaram uma menor incidência de calafrios e febre nas crianças do que na faixa etária de 16 a 25 anos.

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Além disso, a dose menos concentrada deve reduzir casos de dois efeitos adversos raros: miocardite (inflamação do músculo cardíaco) e pericardite (inflamação do revestimento externo do coração). Até o momento, nenhum caso do tipo foi relatado nos testes clínicos com as crianças.

Fonte: CNN