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Pílula para "preguiçosos" promete simular os efeitos da atividade física

Por  • Editado por Luciana Zaramela |  • 

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HeungSoon/Pixabay
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Nos Estados Unidos, cientistas da Universidade de Washington e da Universidade da Flórida desenvolvem uma pílula capaz de simular no organismo os efeitos da atividade física, o SLU-PP-332. Nos experimentos com roedores, o medicamento conseguiu gerar alguns dos processos químicos associados aos exercícios, mas ainda falta muito para chegar até as farmácias. 

Os norte-americanos não estão sozinhos na corrida por uma pílula que imita os efeitos da atividade física no corpo. No Japão, pesquisadores da Universidade Médica e Odontológica de Tóquio (Tmdu) têm obtido resultados bastante positivos nos testes.

Por que uma pílula que simula atividade física?

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A pílula que gera os mesmos efeitos da atividade física seria o sonho de qualquer preguiçoso e de quem tem “alergia” à academia de musculação, mas este grupo está longe de ser o alvo dessas novas pesquisas.

“Não podemos substituir o exercício. O exercício é importante em todos os níveis”, afirma Bahaa Elgendy, pesquisador da Universidade de Washington e um dos autores do estudo, em nota.

“Se posso me exercitar, devo ir em frente e fazer atividade física [de forma convencional]. Mas há muitos casos em que é necessário um substituto”, explica Elgendy sobre o verdadeiro objetivo do projeto.

Quem vai se beneficiar de verdade do medicamento?

A ideia é que essas pílulas ajudem as pessoas que não podem se exercitar de forma adequada a manter os músculos e, consequentemente, a saúde ao longo da vida. Dessa forma, o medicamento é destinado para idosos, pacientes com câncer, indivíduos com doenças genéticas, além de quadros de insuficiência cardíaca grave e doenças neurodegenerativas.

Para essas pessoas, conseguir manter o condicionamento físico, a resistência e a força muscular faz uma enorme diferença quando se pensa em qualidade de vida. Afinal, isso garante a autonomia, mesmo que a resposta do corpo à pílula nunca chegue a ser 100% idêntica a de um treino de musculação.

Como funciona a pílula do exercício físico?

Para desenvolver o medicamento, os pesquisadores norte-americanos investigaram quais alterações metabólicas associadas ao exercício ativam um grupo de proteínas especializadas, conhecidas como receptores relacionados ao estrogênio (ERRs), que são chave no ganho de massa.

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No total, são conhecidos três desses receptores (ERRα, ERRβ e ERRγ), sendo que cada um exerce uma função específica. Por exemplo, o ERRα aumenta um tipo de fibra muscular resistente à fadiga, o que implica num ganho generalizado de resistência para todo o corpo.

Segundo os testes pré-clínicos, a pílula SLU-PP-332 é capaz de ativar os três receptores e, por isso, o seu uso consegue simular parcialmente os efeitos da atividade física no organismo de roedores. Inclusive, esses achados foram descritos anteriormente numa revista científica

Agora, a equipe busca otimizar essa molécula, tornando ela mais estável e reduzindo ainda mais o nível de toxicidade, enquanto avaliam formas de potencializar os resultados envolvendo o ganho de massa muscular.

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Para isso, são necessários mais testes em animais, os quais devem ser feitos em parceria com a startup Pelagos Pharmaceuticals — ela foi fundada pelos próprios pesquisadores.

Os novos achados da pílula que simula os exercícios físicos e os próximos passos da pesquisa foram apresentados no congresso ACS Spring 2024, organizado pela American Chemical Society, nos EUA.

Fonte: ACS  

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