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Droga engana músculos e simula efeitos do exercício físico

Por| Editado por Luciana Zaramela | 28 de Setembro de 2023 às 10h46

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SteveAllenPhoto999/Envato
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Já imaginou sentir todos os efeitos do exercício físico, como o ganho de massa muscular, a aceleração do metabolismo e a perda de peso, sem ter levantado um único halter? É esta droga mágica, capaz de enganar os músculos e o cérebro, que pesquisadores da Universidade da Flórida (UF), nos Estados Unidos, buscam.

Por enquanto, a droga que simula o exercício físico só foi testada em camundongos, mas ainda não está pronta para experimentos com humanos, como os autores detalham em estudo publicado no Journal of Pharmacology and Experimental Therapeutics (JPET).

Enquanto a tecnologia ainda está em desenvolvimento, é importante lembrar que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), um adulto deve praticar, no mínimo, 150 minutos de exercícios “cardio” em intensidade moderada ou 75 minutos em intensidade vigorosa, por semana.

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Como funciona a droga do exercício físico?

Pertencente a uma classe de medicamentos conhecida como “miméticos do exercício”, a nova droga recebe oficialmente o nome de SLU-PP-332. Diferente de outros remédios já disponíveis nas farmácias, como a semaglutida, o uso não envolve a perda de apetite e nem uma maior sensação de saciedade. O composto também não dá mais energia.

Na verdade, a potencial droga estimula uma via metabólica que, naturalmente, responde aos exercícios físicos. “Este composto basicamente diz ao músculo esquelético para fazer as mesmas mudanças que você vê durante o treinamento de resistência”, afirma Thomas Burris, professor de farmácia na UF e um dos autores do estudo, em nota. Como efeito, o organismo do animal age como se estivesse treinando para uma maratona — uma atividade de alto impacto.

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Efeitos da pílula do exercício em animais

Na última rodada de testes com a medicação do exercício, os pesquisadores testaram a fórmula em camundongos com obesidade. A aplicação de duas injeções por dia, durante um mês, fez com que os animais ganhassem 10 vezes menos gordura que os não medicamentos. Além disso, eles perderam 12% do peso corporal. Tudo isso sem alterar a ingestão calórica diária.

Em outro estudo, que ainda não foi publicado, os pesquisadores da Flórida encontraram evidências de que a medicação pode tratar a insuficiência cardíaca, já que fortalece o músculo cardíaco. Anteriormente, a equipe já observou que o composto faz com que os camundongos corram 50% a mais que o esperado.

Mais testes com a droga que engana os músculos

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Antes de seguir para novos testes com modelos animais, os pesquisadores querem mudar a formulação do medicamento. Hoje, as aplicações são feitas através de injeções, duas vezes por dia. A ideia é concentrar tudo em um único ou em dois comprimidos, o que pode facilitar a adesão. Ainda não há prazo para experimentos com humanos.

Vale apontar que este não é o único estudo pré-clínico em andamento com compostos que simulam os efeitos da atividade física no organismo. Entre as pesquisas do tipo, estão os testes da Universidade de Medicina e Odontologia de Tóquio, no Japão, feitos com camundongos.

Aqui, cabe mencionar que, se alguma dessas fórmulas for aprovada como segura e eficaz, ela deve revolucionar a vida de indivíduos que não podem se exercitar por inúmeros motivos, como algum tipo de paralisia. O medicamento também poderá ajudar idosos, com problemas de mobilidade, a terem uma vida longeva, com qualidade de vida. Por fim, poderá ser útil para os sedentários convictos.

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Fonte: JPET e UF