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Pesquisadores sugerem por que alguns nascem mais resistentes ao coronavírus

Por| Editado por Luciana Zaramela | 19 de Outubro de 2021 às 16h46

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IciakPhotos/Envato Elements
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De um lado, algumas pessoas podem ser expostas ao coronavírus SARS-CoV-2 e, mesmo assim, não se infectarem ou terem formas muito leves da doença. Do outro, indivíduos desenvolvem formas graves da covid-19 e podem morrer em poucos dias, em decorrência da infecção. Afinal, por que isso acontece? Até o momento, cientistas e médicos não sabem a resposta, mas novos estudos buscam investigar o mistério conectado a algumas questões genéticas.

Para investigar o que leva as pessoas a terem maior resistência à covid-19, pesquisadores de diferentes países se uniram ao consórcio COVID Human Genetic Effort. Em artigo publicado na revista científica Nature Immunology, os cientistas adiantam que "a proporção de humanos naturalmente resistentes à infecção por SARS-CoV-2 é desconhecida". 

"Nossa compreensão da fisiopatologia da covid-19 com risco de vida progrediu consideravelmente desde que a doença foi descrita pela primeira vez, em dezembro de 2019, mas ainda sabemos muito pouco sobre a base genética e imunológica humana da resistência inata ao SARS-CoV-2", explicam os autores.

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Por outro lado, é crescente o número de evidências sobre uma suposta resistência inata à covid-19, apresentada por alguns indivíduos. Em um novo estudo dedicado ao tema, o grupo de pesquisadores já inscreveu 400 indivíduos e deve apresentar respostas mais concretas para a questão. No entanto, é consenso que essa vantagem esteja associada com algumas características genéticas. 

Genes que conferem resistência são "comuns" para outras doenças

De acordo com os pesquisadores, erros inatos e a sabotagem de glicoproteínas com alta atividade antiviral — no caso, os interferons que deveriam proteger o corpo de agentes invasores, como o coronavírus — são duas explicações que justificam a gravidade de casos da covid-19. Ambos problemas podem ter origens genéticas, suspeitam. 

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"As infecções por SARS-CoV-2 exibem uma enorme variabilidade interindividual, indo de infecções assintomáticas a doenças com risco de vida. Erros inatos e autoanticorpos dirigidos contra interferons tipo I (IFNs) são responsáveis ​​por cerca de 20% dos casos críticos de COVID-19 entre indivíduos infectados com SARS-CoV-2", detalham os pesquisadores. 

Fora da covid-19, existem exemplos históricos de resistência inata à infecção com outros patógenos. Isso vale para alguns vírus, como o HIV e os norovírus, além do protozoário Plasmodium vivax, causador da malária. A partir desses conhecimentos, os cientistas buscam um roteiro para testar a hipótese de resistência inata monogênica à infecção pelo SARS-CoV-2. 

"Após a descoberta de que a deficiência autossômica recessiva no receptor de quimiocina DARC confere resistência ao [protozoário] Plasmodium vivax, as deficiências autossômicas recessivas do receptor 5 de quimiocina (CCR5) e da enzima FUT2 mostraram ser a base da resistência ao HIV-1 e aos norovírus, respectivamente. Na mesma linha, propomos uma estratégia para identificar, recrutar e analisar geneticamente indivíduos que são naturalmente resistentes à infecção por SARS-CoV-2", comentam os pesquisadores.

Ainda nessa questão, cientistas da Universidade de São Paulo (USP) já estudaram casais brasileiros que foram expostos ao agente infeccioso em busca de indicadores de resistência. De acordo com eles, as pessoas mais resistentes ao coronavírus apresentam concentração elevada de genes que contribuem para a ativação mais eficiente de um determinado tipo de glóbulo branco, as células Natural Killer (NK), que compõem a primeira linha de defesa do organismo.

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Para acessar o artigo que os pesquisadores do consórcio COVID Human Genetic Effort publicaram sobre a busca de genes que conferem resistência à covid-19, clique aqui.

Fonte: Science Alert e COVID Human Genetic Effort