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Pesquisadores invertem sinais cerebrais para tratar depressão

Por| Editado por Luciana Zaramela | 25 de Maio de 2023 às 10h50

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 iLexx/Envato
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Em novo estudo publicado na revista científica PNAS, pesquisadores inverteram a direção dos sinais anormais do cérebro como uma tentativa de tratar a depressão. As descobertas também sugerem que fluxos inversos de atividade neural entre áreas-chave do cérebro podem ajudar a diagnosticar a doença.

Para o estudo, o grupo usou estimulação magnética, personalizada para o cérebro de cada paciente. Ao todo, os pesquisadores recrutaram 33 pacientes diagnosticados com depressão grave, com resistência aos tratamentos convencionais. Desses, 23 receberam o tratamento e 10 receberam um placebo (ou seja, um tratamento sem estimulação magnética. Os resultados foram comparados com os dados de 85 pessoas saudáveis.

O grupo percebeu que, no cérebro sem depressão, a ínsula anterior, região que integra as sensações corporais, envia sinais para uma região que rege as emoções, o córtex cingulado anterior.

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Na maioria dos participantes com depressão, no entanto, o fluxo típico de atividade foi revertido: o córtex cingulado anterior enviou sinais para a ínsula anterior. Quanto mais grave a depressão, maior a proporção de sinais que viajaram na direção errada.

Com o novo método de tratamento, o fluxo de atividade neural mudou para a direção normal dentro de uma semana, e isso resultou no alívio da depressão. Conforme descreve o artigo, aqueles com a depressão mais grave (e, por sua vez, os sinais cerebrais mais mal direcionados) eram os mais propensos a se beneficiar do tratamento.

Os pesquisadores ressaltam que nem todo mundo com depressão tem esse fluxo anormal de atividade neural, e pode ser raro em casos menos graves. No entanto, isso pode servir como um importante biomarcador para diagnóstico.

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A ideia agora é replicar o estudo em um grupo maior de pacientes com depressão, e usar essa nova técnica para descobrir mais pistas sobre a direção da atividade cerebral que até então passava despercebida.

Ciência busca tratar depressão

Em estudos anteriores, uma equipe de cientistas descreveu a descoberta de um potencial antidepressivo capaz de agir em apenas duas horas. Outra pesquisa reforçou a teoria de que produtos à base de cannabis podem ajudar a reduzir a depressão, de modo que os usuários tendem a apresentar sintomas menos graves do que os não-usuários.

Fonte: PNAS via Science Daily