OMS: varíola dos macacos já circulava antes de ser detectada
Por Fidel Forato | Editado por Luciana Zaramela | 31 de Maio de 2022 às 16h25
Mais de 20 países já registraram casos atípicos da varíola dos macacos (monkeypox) no mundo. Diante do atual cenário, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta para a possibilidade da doença circular por "várias semanas ou mais" antes de ser identificada oficialmente.
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Segundo a plataforma Our World in Data, pelo menos 24 países já notificaram casos da varíola dos macacos, somando mais de 550 casos da infecção. Na América do Sul, apenas a Argentina registrou casos da doença. No Brasil, o Ministério da Saúde investiga dois possíveis casos, sendo um no Ceará e outro em Santa Catarina. No país, um terceiro está em discussão no Rio Grande do Sul.
Varíola dos macacos circulava antes de ser identificada
Para a OMS, "o aparecimento repentino e o amplo escopo geográfico de muitos casos esporádicos [da varíola dos macacos] indicam que a transmissão generalizada de humano para humano já está em andamento, e o vírus pode estar circulando sem reconhecimento por várias semanas ou mais". Este cenário pode ter favorecido a disseminação do vírus entre os países onde a doença não é endêmica.
Atualmente, os casos são relatados simultaneamente em áreas geográficas da OMS amplamente díspares e sem vínculos epidemiológicos conhecidos com países da África Ocidental ou Central, explica a OMS. Além disso, a maior parte dos casos foi identificada entre homens que fazem sexo com homens (HSH).
Quais são os países mais afetados?
De acordo com a plataforma Our World in Data, os cinco países não endêmicos mais afetados pelos surtos da varíola dos macacos são:
- Reino Unido: 179 casos da varíola dos macos;
- Espanha: 120 casos;
- Portugal: 96 casos;
- Holanda: 26 casos;
- Canadá: 26 casos.
Vale explicar que, diferente do atual surto, alguns países do continente africano lidam anualmente com números significativos da doença. Em áreas endêmicas, já foram contabilizados 1.365 casos da infecção desde o começo deste ano. Além disso, foram contabilizados 69 óbitos. Entre estes países, o mais afetado é a República Democrática do Congo, com 1,2 mil casos e 58 mortes.
O que sabemos sobre os surtos do monkeypox?
As autoridades de saúde e cientistas investigam as origens dos surtos atípicos da varíola dos macacos. No momento, ainda não se sabe se o atual vírus sofreu alguma mutação, o que pode favorecer a sua transmissão. Do outro lado, sabe-se que é o clado (variante genética) da África Ocidental responsável pelos atuais surto em países não endêmicos.
"O sequenciamento genômico, quando disponível, está sendo realizado para caracterizar ainda mais o vírus da varíola dos macacos que circula neste surto. Vários países europeus (Bélgica, França, Alemanha, Holanda e Portugal) publicaram sequências genômicas completas ou preliminares do vírus da varíola dos macacos para o surto atual", comenta a OMS.
Fonte: OMS e Our World in Data