O que fazer com objetos pessoais após covid-19 ou gripe?
Por Nathan Vieira | Editado por Luciana Zaramela | 29 de Janeiro de 2022 às 10h00
Em meio à pandemia covid-19, e agora com a alta de gripe, muitas questões retomam o imaginário coletivo, como o que fazer com itens pessoais depois que houver a infecção. Alguns itens do dia a dia podem nos proteger do vírus, mas são poucos os que contam com essa característica, no fim das contas.
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Segundo um estudo da Shinshu University (Japão) publicado no início do ano passado na revista científica PLOS ONE, o estado de higiene bucal tem um impacto quase significativo na infecção por influenza: os indivíduos com má higiene oral apresentaram maior risco de infecção por influenza do que aqueles com boa higiene bucal.
Outro estudo, publicado na Journal of Clinical Periodontology, já chegou a apontar que pacientes com covid-19 que apresentam alguma doença periodontal (como gengivite e periodontite) têm 3,5 vezes mais probabilidade de hospitalização e 8,8 vezes mais probabilidade de morrer por conta do vírus.
Já no início da pandemia, virologistas da Ruhr-Universität Bochum (Alemanha) destacaram que o enxaguante bucal pode reduzir riscos de transmissão da covid-19. Todos esses estudos ressaltam a importância da higiene bucal, mas o que fazer com a escova de dente e outros itens pessoais, uma vez infectado?
Em entrevista ao portal norte-americano Eating Well, a epidemiologista Bertha Hidalgo (professora da University of Alabama at Birmingham) aponta: "O vírus SARS-CoV-2 [que causa o COVID-19], incluindo a variante Ômicron, não é muito estável em superfícies. É sempre uma boa ideia trocar escovas de dentes após a doença".
Enquanto isso, o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA) explica que o SARS-CoV-2 pode sobreviver por vários dias. "Em superfícies não porosas, o vírus viável pode ser detectado por dias a semanas. Dados de estudos de sobrevivência de superfície indicam que uma redução de 99% no SARS-CoV-2 infeccioso e outros coronavírus pode ser esperada sob condições ambientais internas típicas dentro de 3 dias (72 horas) em superfícies como aço inoxidável, plástico e vidro", aponta o órgão.
"No entanto, as condições experimentais em superfícies não refletem necessariamente condições como quantidade inicial de vírus (por exemplo, carga viral em gotículas respiratórias) e fatores que podem remover ou degradar o vírus, como ventilação e alteração condições ambientais", acrescenta.
Segundo o CDC, desinfectar a superfície mostrou-se eficaz na prevenção da transmissão de covid-19 entre uma pessoa infectada e outras pessoas de uma mesma residência. Com isso, a recomendação é higienizar tudo bem higienizado, seja com água e sabão, detergente neutro, álcool etílico (70º) ou hipoclorito de sódio a 0,5%. Vale lembrar que os lençóis, cobertores, travesseiros e toalhas de banho não devem ser compartilhados e podem ser lavados com sabão normalmente na máquina.
Os especialistas também recomendam limpar os pisos e as superfícies onde encostamos com frequência, como maçanetas, pia, vaso sanitário, interruptor de luz, etc. Aqui no Canaltech, já ensinamos como higienizar corretamente seu celular e se proteger e como higienizar corretamente o mouse e o teclado.
Fonte: PLOS ONE, CDC, Eating Well