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Como funciona o autoteste de covid-19?

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Clara_mf/Envato Elements
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Feito em casa pelo próprio usuário em 15 ou 20 minutos, o autoteste (TR-Ag) da covid-19 é uma estratégia fácil para identificar a presença do coronavírus SARS-CoV-2. Esse tipo de exame de antígeno busca por proteínas da superfície do agente infeccioso na amostra.

A seguir, o Canaltech explica, com base em informações e instruções de uso dos exames rápidos — já comuns nos Estados Unidos e na Europa — como uma pessoa pode realizar o autoteste da covid-19 e identificar a presença do coronavírus em suas próprias amostras, sem a necessidade de um profissional da saúde.

A principal premissa é seguir o passo a passo descrito na bula de cada produto, já que algumas variações podem ocorrer conforme a marca do fabricante.

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É preciso se atentar ao dia correto desde o aparecimento dos sintomas para realizar o teste, de forma adequada, do contrário há o risco do falso-positivo. A orientação é que ele seja feito entre o terceiro e o quinto dia.

Exame de antígenos é o primeiro passo

"Se uma pessoa testar positivo com um teste de antígeno, ela deve se isolar e procurar atendimento de acompanhamento com um profissional de saúde para determinar os próximos passos”, explica o porta-voz da agência norte-americana Food and Drug Administration (FDA), Jim McKinney, para o canal NBC.

No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda o mesmo. A pessoa que testar positivo deve procurar "uma unidade de atendimento de saúde (ou teleatendimento) para que um profissional da saúde, mediante as estratégias já postas pelo Ministério da Saúde, realize a confirmação do diagnóstico, notificação e receba as orientações pertinentes de vigilância e assistência em saúde", afirma a pasta, em nota técnica.

Em caso de resultado negativo, a Saúde explica que isso "não descarta que o indivíduo esteja contaminado com o SARS-CoV-2, uma vez da possibilidade da realização do teste período de incubação". Nesse ponto, é necessário acompanhar o sintomas e a duração dos mesmos.

Vale para casos graves da doença?

Além disso, a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) orienta: "Devido à sensibilidade limitada, do ponto de vista prático, o autoteste não deve ser realizado para pacientes sintomáticos, em especial graves, para orientar conduta médica".

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De acordo com McKinney, "sempre soubemos que os testes de antígenos têm menor sensibilidade do que os testes moleculares", como o de RT-PCR. Este é considerado o padrão-ouro na pandemia da covid-19 e deve ser feito em caso de dúvidas do diagnóstico.

Como fazer o autoteste da covid-19?

1. Higienização

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A primeira etapa não envolve o autoteste em si, mas é fundamental para garantir a segurança dos resultados. Em primeiro lugar, é preciso higienizar as mãos adequadamente, de preferência, usando água e sabão.

2. Coleta da amostra

Ao abrir a caixa, o próximo passo é pegar o envelope com o swab (cotonete) descartável, sem tocar no algodão. Em seguida, deve-se inclinar a cabeça levemente para trás e insirir, de forma cuidadosa, a haste em uma das narinas. O cotonete deve entrar de 2 cm a 4 cm na narina e, quando isso acontecer, deve-se girar a haste cinco vezes.

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Depois, é necessário repetir o processo na outra narina com o mesmo cotonete. A orientação é também girar cinco vezes, coletando amostras da nasofaringe. Se precisar de "ajuda", o ideal é fazer isso na frente do espelho.

3. Amostra no reagente

Após esfregar o swab nas narinas, é preciso desembalar a solução que vem no kit e despejá-la no tubo. Muito cuidado para não deixar o cotonete entrar em contato com outras superfícies, o que pode levar a contaminação da amostra.

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4. Hora do processo químico

Para ver a reação química acontecer, deve-se colocar o cotonete com a parte do algodão em contato com o interior do tubo e girar seis vezes a haste, tocando o fundo do recipiente. Vale espremer o tubo antes de tirar o swab do pacote. Depois, é hora de inserir a ponta do conta-gotas nesse tubo, que está com a amostra misturada.

Feito isso, a próxima etapa é colocar o autoteste em uma superfície plana, como uma mesa. Em seguida, pingar quatro gotas da amostra no local indicado. Normalmente, é a região que se parece com uma "bolinha". Deixar a reação agir por 15 minutos.

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4. Resultado

Após esperar o tempo indicado, é hora de descobrir o resultado do autoteste. Se o teste der positivo para covid-19, será possível visualizar duas linhas vermelhas ou pretas, sendo uma do lado de cada letra (C, de controle, e T, de teste). Em caso negativo, apenas a linha da letra C irá aparecer.

Agora, quando se forma apenas o risco da letra T, o teste obteve um resultado inválido. Nesses casos, é necessário refazer o exame, mas, para isso, será preciso abrir um novo kit. Isso porque o autoteste é descartável, ou seja, não pode ser reutilizado.

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Para entender: a letra C é o "Controle", ou seja, confirma se o reagente e a amostra se espalharam corretamente pela fita. Agora, o T — a "Amostra" — é, de fato, o resultado. Isso porque esse ponto da fita carrega anticorpos contra o SARS-CoV-2 e que podem reagir com a amostra, caso existam partículas virais nela.

Vale especificar que, para realizar esse passo a passo, foram usadas as instruções do autoteste de antígeno CLINITEST Rapid COVID-19, da Siemens Healthineers. No momento, ele ainda não está disponível no Brasil.

Coleta: nariz ou garganta?

Com a disseminação da variante Ômicron (B.1.1.529), especialistas passaram a discutir qual o local mais adequado para realizar a coleta do autoteste de antígeno. De forma geral, a regra é seguir a orientação da bula. Só que algumas evidências preliminares sugerem que a coleta seja feita na garganta.

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No entanto, a discussão científica está longe do consenso. Oficialmente, a FDA recomenda que as amostras do autoteste sejam coletadas exclusivamente pelas narinas. "Por favor, não vá enfiar aquele cotonete do teste da covid-19 em sua garganta. Use cotonetes conforme as instruções: pelo nariz", pede a agência, nas redes sociais.

De acordo com o médico Jonathan Li, do Brigham and Women's Hospital, não existe uma "razão específica" para que a amostra não seja coletada da garganta. Só que, "normalmente, as pessoas engasgam e pode ser difícil obter uma boa amostra da garganta se você não for um profissional”, destaca.

Inclusive, alguns acidentes podem ocorrer, dependendo da falta de prática do indivíduo. Fora do ambiente doméstico, exames tipo PCR, por exemplo, podem ter amostras coletadas do fundo da garganta. No entanto, o processo é feito por profissionais da saúde.

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Além disso, a pesquisadora Melissa Miller, da Sociedade Americana de Microbiologia, explica que resíduos de comida ou de bebida que ficaram na garganta podem levar a pessoa a receber um diagnóstico falso-positivo para a covid-19. Por isso, o local não costuma ser o mais indicado.

Fonte: NBC, Ministério da Saúde e Siemens Healthineers