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Como funciona o autoteste de covid-19?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 19 de Janeiro de 2022 às 12h30

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Clara_mf/Envato Elements
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Feito em casa pelo próprio usuário em 15 ou 20 minutos, o autoteste (TR-Ag) da covid-19 é uma estratégia fácil para identificar a presença do coronavírus SARS-CoV-2. Esse tipo de exame de antígeno busca por proteínas da superfície do agente infeccioso na amostra.

A seguir, o Canaltech explica, com base em informações e instruções de uso dos exames rápidos — já comuns nos Estados Unidos e na Europa — como uma pessoa pode realizar o autoteste da covid-19 e identificar a presença do coronavírus em suas próprias amostras, sem a necessidade de um profissional da saúde.

A principal premissa é seguir o passo a passo descrito na bula de cada produto, já que algumas variações podem ocorrer conforme a marca do fabricante.

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É preciso se atentar ao dia correto desde o aparecimento dos sintomas para realizar o teste, de forma adequada, do contrário há o risco do falso-positivo. A orientação é que ele seja feito entre o terceiro e o quinto dia.

Exame de antígenos é o primeiro passo

"Se uma pessoa testar positivo com um teste de antígeno, ela deve se isolar e procurar atendimento de acompanhamento com um profissional de saúde para determinar os próximos passos”, explica o porta-voz da agência norte-americana Food and Drug Administration (FDA), Jim McKinney, para o canal NBC.

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No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda o mesmo. A pessoa que testar positivo deve procurar "uma unidade de atendimento de saúde (ou teleatendimento) para que um profissional da saúde, mediante as estratégias já postas pelo Ministério da Saúde, realize a confirmação do diagnóstico, notificação e receba as orientações pertinentes de vigilância e assistência em saúde", afirma a pasta, em nota técnica.

Em caso de resultado negativo, a Saúde explica que isso "não descarta que o indivíduo esteja contaminado com o SARS-CoV-2, uma vez da possibilidade da realização do teste período de incubação". Nesse ponto, é necessário acompanhar o sintomas e a duração dos mesmos.

Vale para casos graves da doença?

Além disso, a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) orienta: "Devido à sensibilidade limitada, do ponto de vista prático, o autoteste não deve ser realizado para pacientes sintomáticos, em especial graves, para orientar conduta médica".

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De acordo com McKinney, "sempre soubemos que os testes de antígenos têm menor sensibilidade do que os testes moleculares", como o de RT-PCR. Este é considerado o padrão-ouro na pandemia da covid-19 e deve ser feito em caso de dúvidas do diagnóstico.

Como fazer o autoteste da covid-19?

1. Higienização

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A primeira etapa não envolve o autoteste em si, mas é fundamental para garantir a segurança dos resultados. Em primeiro lugar, é preciso higienizar as mãos adequadamente, de preferência, usando água e sabão.

2. Coleta da amostra

Ao abrir a caixa, o próximo passo é pegar o envelope com o swab (cotonete) descartável, sem tocar no algodão. Em seguida, deve-se inclinar a cabeça levemente para trás e insirir, de forma cuidadosa, a haste em uma das narinas. O cotonete deve entrar de 2 cm a 4 cm na narina e, quando isso acontecer, deve-se girar a haste cinco vezes.

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Depois, é necessário repetir o processo na outra narina com o mesmo cotonete. A orientação é também girar cinco vezes, coletando amostras da nasofaringe. Se precisar de "ajuda", o ideal é fazer isso na frente do espelho.

3. Amostra no reagente

Após esfregar o swab nas narinas, é preciso desembalar a solução que vem no kit e despejá-la no tubo. Muito cuidado para não deixar o cotonete entrar em contato com outras superfícies, o que pode levar a contaminação da amostra.

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4. Hora do processo químico

Para ver a reação química acontecer, deve-se colocar o cotonete com a parte do algodão em contato com o interior do tubo e girar seis vezes a haste, tocando o fundo do recipiente. Vale espremer o tubo antes de tirar o swab do pacote. Depois, é hora de inserir a ponta do conta-gotas nesse tubo, que está com a amostra misturada.

Feito isso, a próxima etapa é colocar o autoteste em uma superfície plana, como uma mesa. Em seguida, pingar quatro gotas da amostra no local indicado. Normalmente, é a região que se parece com uma "bolinha". Deixar a reação agir por 15 minutos.

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4. Resultado

Após esperar o tempo indicado, é hora de descobrir o resultado do autoteste. Se o teste der positivo para covid-19, será possível visualizar duas linhas vermelhas ou pretas, sendo uma do lado de cada letra (C, de controle, e T, de teste). Em caso negativo, apenas a linha da letra C irá aparecer.

Agora, quando se forma apenas o risco da letra T, o teste obteve um resultado inválido. Nesses casos, é necessário refazer o exame, mas, para isso, será preciso abrir um novo kit. Isso porque o autoteste é descartável, ou seja, não pode ser reutilizado.

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Para entender: a letra C é o "Controle", ou seja, confirma se o reagente e a amostra se espalharam corretamente pela fita. Agora, o T — a "Amostra" — é, de fato, o resultado. Isso porque esse ponto da fita carrega anticorpos contra o SARS-CoV-2 e que podem reagir com a amostra, caso existam partículas virais nela.

Vale especificar que, para realizar esse passo a passo, foram usadas as instruções do autoteste de antígeno CLINITEST Rapid COVID-19, da Siemens Healthineers. No momento, ele ainda não está disponível no Brasil.

Coleta: nariz ou garganta?

Com a disseminação da variante Ômicron (B.1.1.529), especialistas passaram a discutir qual o local mais adequado para realizar a coleta do autoteste de antígeno. De forma geral, a regra é seguir a orientação da bula. Só que algumas evidências preliminares sugerem que a coleta seja feita na garganta.

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No entanto, a discussão científica está longe do consenso. Oficialmente, a FDA recomenda que as amostras do autoteste sejam coletadas exclusivamente pelas narinas. "Por favor, não vá enfiar aquele cotonete do teste da covid-19 em sua garganta. Use cotonetes conforme as instruções: pelo nariz", pede a agência, nas redes sociais.

De acordo com o médico Jonathan Li, do Brigham and Women's Hospital, não existe uma "razão específica" para que a amostra não seja coletada da garganta. Só que, "normalmente, as pessoas engasgam e pode ser difícil obter uma boa amostra da garganta se você não for um profissional”, destaca.

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Inclusive, alguns acidentes podem ocorrer, dependendo da falta de prática do indivíduo. Fora do ambiente doméstico, exames tipo PCR, por exemplo, podem ter amostras coletadas do fundo da garganta. No entanto, o processo é feito por profissionais da saúde.

Além disso, a pesquisadora Melissa Miller, da Sociedade Americana de Microbiologia, explica que resíduos de comida ou de bebida que ficaram na garganta podem levar a pessoa a receber um diagnóstico falso-positivo para a covid-19. Por isso, o local não costuma ser o mais indicado.

Fonte: NBC, Ministério da Saúde e Siemens Healthineers