Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Não, pessoas vacinadas contra covid não brilham no escuro

Por| Editado por Luciana Zaramela | 04 de Novembro de 2021 às 08h30

Link copiado!

Flash Dantz/Pexels
Flash Dantz/Pexels

No limite entre o desconhecimento de como funciona os estudos para o desenvolvimento de uma vacina e as fake news, circulou o boato de que as vacinas contra o coronavírus SARS-CoV-2 fariam algo, no mínimo, inusitado: permitiram que os vacinados se tonassem brilhantes ou emitissem luz própria, como os vaga-lumes ou alguns microrganismos marinhos. Feliz ou infelizmente, a história é falsa.

A suposta associação entre as vacinas da covid-19 e capacidade de bilhar — fenômeno conhecido como bioluminescência, comum em alguns seres vivos — pode ter resultado de uma confusão das substâncias que foram usadas nos estudos pré-clínicos (em animais) e a fórmula final dos imunizantes.

Continua após a publicidade

Bioluminescência não tem relação com vacina

No desenvolvimento de vacinas de mRNA (RNA mensageiro) contra a covid-19, cientistas chegaram a usar luciferase — um tipo enzima que catalisa reações biológicas e transformam energia química em energia luminosa, o que causa a bioluminescência — nos testes com roedores, segundo o WebMD.

A enzima era usada para entender e rastrear onde o mRNA da vacina podia chegar nos animais, durante os estudos pré-clínicos. A prática pode ser usada no estudo de novos compostos, como era o caso dos imunizantes. Só que a fórmula final de nenhuma vacina contra a covid-19 aprovada contém luciferase. Em outras palavras, ninguém pode brilhar após o processo de imunização.

Luciferases para a detecção da covid

Continua após a publicidade

Além do estudo de vacinas, os cientistas também podem usar luciferase para marcar tipos de células específicas e, dessa forma, é possível segui-las em um animal vivo. Por exemplo, pesquisadores podem rastrear a jornada de uma célula tumoral no corpo, a partir da enzima.

No contexto da pandemia da covid-19, as luciferases foram usadas para entender como o SARS-CoV-2 invade as células humanas. Além disso, elas também foram adotas no desenvolvimento de testes para o diagnóstico da infecção.

No Brasil, uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) trabalhou na criação de uma técnica para encontrar anticorpos do coronavírus, o que poderia funcionar como um teste para detectar a infecção. A ideia dos pesquisadores era mesclar uma enzima bioluminescente, encontrada em vaga-lumes, com uma proteína que se liga ao agente infeccioso. Quando a pessoa apresentasse os anticorpos, a amostra deveria brilhar.

Fonte: WebMD