Movimento antivacina processa Facebook por causa de fact-checking
Por Fidel Forato |

Não é de hoje que o Facebook investe em fact— também conhecido como checagem de fatos — de postagens nas redes sociais e, assim, tenta diminuir o alcance de fake news. Diante de iniciativas como essa, um grupo antivacinação norte-americano, o Children's Health Defense, abriu processo no Tribunal Federal de São Francisco contra o Facebook, Mark Zuckerberg e três agências independentes de checagem na segunda-feira (17).
- Algoritmo do Facebook promove posts negacionistas sobre Holocausto, diz estudo
- COVID-19 | Notícias falsas sobre a pandemia já mataram mais de 800 pessoas
- Valeria a pena tomar todas as vacinas contra a COVID-19? Infectologista explica
Entre as práticas para conter o avanço de desinformação na rede, o Facebook destacou um aviso na página sobre onde encontrar "informações confiáveis e atualizadas" sobre saúde e que pode direcionar o usuário para o site do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos. Além disso, foi desativada temporariamente ferramenta para que a organização recebesse doações de usuários na própria plataforma.
"O Facebook publicou uma 'etiqueta de advertência' na página do CHD, o que implica que seu conteúdo é impreciso e direciona os seguidores a recorrer ao CDC para obter 'informações confiáveis e atualizadas'", levantou o grupo no processo contra a rede social, alegando divulgar apenas conteúdos verdadeiros.
Além disso, a página teve o alcance de suas publicações limitado, “reduzindo drasticamente em 95%” o tráfego para o próprio site da entidade que dependia do engajamento dessas postagens, segundo os proprietários.
Checagem de conteúdo
A iniciativa é um novo marco o movimento do Facebook para verificação, por enquanto, de parte dos conteúdos postados na rede social e por taxar, principalmente, a pseudociência — tudo aquilo que não tem comprovação científica e que pode levar a situações extremas — com um alerta para os usuários.
Além de postagens antivacinação, a página divulga também posts sobre a COVID-19, doença que já matou mais de 170 mil norte-americanos desde o início da pandemia. Recentemente, um estudo revelou que cerca de 800 pessoas morreram por acreditar em informações falsas sobre a COVID-19 e que 5.876 foram hospitalizadas por causa desses compartilhamentos.
A tentativa de impedir a checagem de informações, como procura fazer judicialmente essa organização, acompanha outras iniciativas que visam impedir também o Twitter e o Google de moderarem conteúdos postados, alegando censura.
Fonte: The Verge e Children's Health Defense