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Medo de agulha? Scanner de veias facilita na hora do exame de sangue

Por| Editado por Luciana Zaramela | 29 de Janeiro de 2020 às 16h00

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Fidel Forato/ Canaltech
Fidel Forato/ Canaltech

Muita gente não sabe, mesmo que essa não seja propriamente uma novidade: existem aparelhos com realidade aumenta (RA) que escaneiam as veias de um paciente com base no seu fluxo sanguíneo. Nesses casos, é como ter, em tempo real, a projeção de um mapa interno do organismo ou, em outras palavras, ter uma visão digna do Superman sobre seu próprio corpo.

Para injetar algum medicamento ou ainda tomar soro na veia, além, é claro de doar sangue ou fazer os tradicionais exames de rotina, esse procedimento pode ser muito útil. O scanner de veias auxilia os profissionais da saúde a encontrarem, de maneira mais eficiente, o local da punção — o ponto de onde se retira o sangue do paciente para os testes laboratoriais.

Os nomes podem ser diferentes: o scanner, o localizador ou o GPS de veias pode evitar a formação de hematomas após a coleta, quando, nesses casos, acontece qualquer tipo de trauma na veia. Nessas circunstâncias, o sangue vai para os tecidos, que ficam em volta do vaso sanguíneo, causando inchaço e até hematomas, dando um aspecto roxo na pele do paciente, como se tivesse sofrido uma pancada. Foi o que aconteceu com o repórter que vos escreve, em coleta rotineira na semana passada (e a marca ainda permanece no local da coleta). 

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Vale lembrar que o método é um facilitador, mas não substitui um bom profissional com experiência, na hora da picada. No entanto, é um aparato adicional que permite ao profissional da saúde visualizar, em até 10 mm de profundidade, as veias de um paciente, em tempo real, durante o procedimento.

Como funciona?

Há disponíveis no mercado diferentes modelos do scanner de veias, como AccuVein AV400 e o VeinViewer, que são importados para o país. Independente da marca, os dispositivos funcionam com uma luz infravermelha que reconhece as hemoglobinas (glóbulos vermelhos) do sangue do paciente e, assim, detectam as veias subcutâneas.

A partir da leitura dessas informações e da RA, o aparelho projeta na pele uma imagem com a localização exata das veias, com boa definição. Dessa maneira, o procedimento da punção venosa recebe uma espécie de guia, evitando possíveis traumas na região.  

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Além dos modelos já citados, há o dispositivo brasileiro Easy Vein, da marca Ícone Medical. Produzido no estado da Paraíba, esse scanner de veias utiliza um LED infravermelho — o que já o diferencia de seus concorrentes. Além disso, por ter sua produção estruturada no Brasil, é mais barato e, por isso, tem ajudado a popularizar o procedimento entre os laboratórios nacionais. 

Para conhecer o uso do scanner, visitamos uma unidade do laboratório Fleury Medicina e Saúde, em São Paulo, que já usa esses equipamentos para leitura das veias há mais de dois anos. A rede também está em processo de expansão desse procedimento para outras áreas do país, usando o aparelho brasileiro.

Saiba mais:

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Quando usar?

A gerente de processos de enfermagem do Fleury, Janaína Barrancos, explica em quais circunstâncias o scanner de veias pode colaborar com a coleta, beneficiando os pacientes. De acordo com os procedimentos do laboratório, o uso do aparelho não acarreta um custo adicional para o usuário.

Segundo ela, "o scanner é utilizado quando o paciente tem um acesso venoso mais difícil, como veias finas ou mais profundas. Não é usado para 100% dos pacientes, mas sim quando é necessário um apoio para a visualização do acesso venoso." Barrancos esclarece ainda que "não é usado em todos os atendimentos, porque muitas vezes ele não é necessário, quando o acesso é fácil ou calibroso, por exemplo."

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Quanto ao nicho geracional que o scanner de veias mais atende, Janaína Barrancos comenta que é "um público bem misto, que contempla tanto o adulto quando o infantil. Mesmo que, de maneira geral, seja mais usado em crianças e idosos por apresentarem mais dificuldade na identificação do acesso venoso."

Isso porque segundo Janaína, "no caso das crianças, as dimensões são menores, inclusive das veias, que são mais finas." Já o uso para o público idoso se deve "uma maior fragilidade capilar natural, pelo processo de envelhecimento. Por isso, é um público que temos que tomar mais cuidado", conclui a profissional da saúde.  

Vale lembrar que, em casos específicos, mesmo os jovens podem ter veias de difícil localização, mais profundas ou finas, afinal isso depende diretamente da estrutura interna de seus organismos. Há, ainda, pessoas que possuem medo de agulha ou até mesmo fobias seríssimas, chegando até mesmo a desmaiar se a sessão demorar muito. Nesses casos, o scanner de veias pode ser uma boa opção para o auxílio não só do enfermeiro que fará a coleta de sangue, como também do paciente, promovendo seu bem-estar.