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Startup mineira quer reunir doadores e receptores de sangue com rede social

Por| 14 de Julho de 2015 às 09h25

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Startup mineira quer reunir doadores e receptores de sangue com rede social
Startup mineira quer reunir doadores e receptores de sangue com rede social

Não há como negar que as redes sociais facilitaram, e muito, o contato entre pessoas. Seja aquele colega da época do ensino médio que surge como sugestão de contato no Facebook ou um contato profissional que você há tempos estava buscando no LinkedIn, agora o contato de quase qualquer internauta está só a alguns cliques de distância.

E um grupo de Uberlândia (MG) resolveu usar essa facilidade para algo positivo: conectar, através de uma rede social, doadores e pessoas precisando de sangue no país.

Apelidado de Salve Mais Um, o projeto surgiu após a experiência vivida por um dos fundadores, que teve que ficar aguardando por um doador. Em 2011, o mineiro Gabriel Massote foi diagnosticado com leucemia e descobriu através do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME) que o banco de dados mundial de doadores só mostrava uma única pessoa compatível para realizar a doação para ele.

No entanto, dias antes do transplante, a doação acabou se tornando uma longa espera para Massote, quando o Instituto Nacional do Câncer informou que não conseguia estabelecer contato com a doadora porque seu cadastro de endereço estava desatualizado.

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Massote então se juntou ao amigo e cartunista Tiago Leite para criar sua própria campanha nacional pela internet e encontrar a doadora sumida. A ideia acabou dando certo e a doadora foi localizada em Rondônia pouco depois e o transplante realizado em novembro de 2013.

Em fevereiro deste ano, Massote recebeu a tão esperada notícia de que seu câncer havia desaparecido completamente. A ideia para criar uma rede que permitisse conectar pessoas procurando doações e doadores, no entanto, persistiu: ele e Tiago se reuniram a outros três sócios para fundar a rede social.

A primeira versão do site foi ao ar em novembro do ano passado, quando o projeto começou a receber os primeiros usuários e feedback da comunidade. O site teve que se limitar ao cadastro de doadores e receptores de sangue, já que as doações de medula são feitas de forma sigilosa e os doadores não são divulgados.

Na rede social, qualquer um pode se cadastrar como um doador, informando dados como cidade e tipo sanguíneo. Com o perfil pronto, a plataforma mostra ao doador cadastrado pessoas com compatibilidade sanguínea próximas ao local onde ele mora e que estejam precisando de sangue. Do outro lado, qualquer pessoa também pode criar uma campanha de pedido de doação para seus próprios amigos e familiares.

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"As campanhas tradicionais que nós vemos geralmente são bem institucionais, o que a gente observou é que quando a gente consegue personificar a campanha, quando a pessoa vê quem que vai receber o sangue, o engajamento é muito maior", explicou Gabriel ao Canaltech. "Quando a pessoa vê uma imagem da outra, isso efetivamente a faz sair de casa e procurar um hemocentro para fazer a doação".

Atualmente, a página já tem pouco mais de 3,5 mil usuários cadastrados em 467 cidades do país. Também já foram feitas 86 campanhas com pedidos de doação de sangue, o que equivale a uma nova campanha a cada dois dias desde que o site entrou no ar - todas são checadas pela equipe do site para garantir a veracidade das doações.

Por enquanto, a rede social está sendo mantida pelo próprio grupo de fundadores. O projeto ainda não teve nenhum investimento, mas recebeu uma premiação do Grupo Algar em uma competição local de Uberlândia, o que ajudou a cobrir os custos iniciais de registro do nome, marca e da criação da plataforma.

O grupo agora tem planos para expandir ainda mais as funções do Salve Mais Um. Até o final do mês, a plataforma deverá passar a incluir grupos internos. A ideia é que campanhas já existentes de doadores, como a popular página Sangue Corinthiano, com cerca de 120 mil membros, tragam seus apoiadores para dentro do Salve Mais Um, que tem a tecnologia para facilitar a combinação de quem quer doar e quem precisa do sangue.

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O grupo também está trabalhando na criação de uma maneira de registrar quantas campanhas bem-sucedidas de doação já ocorreram por causa da plataforma. Hoje, muitos usuários mandam fotos próprias de suas doações para o site, mas não há um número específico de quantas doações o Salve Manis Um movimentou. Pelas fotos, Massote afirma que ao menos 160 doações já ocorreram através da rede social.