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Mais de 1 milhão de procedimentos médicos foram represados por pandemia de covid

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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nunezimage/envato
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Um levantamento da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revelou que mais de 1,1 milhão de procedimentos hospitalares acabaram represados por conta da pandemia de covid-19, incluindo de cirurgias e exames a atendimentos clínicos. Os números podem ser ainda maiores, já que foram inclusos somente dados hospitalares, e não serviços ambulatoriais.

No topo da lista de procedimentos mais afetados, estão cirurgias no aparelho geniturinário, circulatório, digestivo, órgãos anexos e parede abdominal, nas vias aéreas superiores, face, cabeça, pescoço e tratamento em nefrologia. Para adquirir os dados, foram comparadas as médias de atendimento, cirurgias e exames entre 2014 e 2019 com as médias entre 2020 e 2022. Os números foram disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

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Consequências e soluções

O represamento dos atendimentos, segundo a fundação, deve ter influenciado diretamente nos óbitos indiretos causados pelo novo coronavírus, trazendo dificuldades consideráveis à rotina de trabalho no SUS: serão necessários investimentos para conseguir retomar os níveis pré-pandêmicos. Antes da pandemia, no entanto, já se observava a falta de políticas de promoção e prevenção em saúde, o que também contribuiu para dificuldades no período.

Nos trabalhos do governo de transição, a fila do SUS é um tema bastante trabalhado, e a equipe responsável deverá sugerir propostas para o combate ao fenômeno em seu relatório final. Entre as principais preocupações dos especialistas e da Fiocruz, estão as doenças não tratadas e continuidade no processo de outras síndromes que acabaram sendo interrompidas em decorrência do coronavírus.

Sem tratamento na janela de tempo ideal, tais doenças podem acabar levando a complicações na saúde dos pacientes. Um exemplo é a diminuição do atendimento para quem sofre de glaucoma e catarata, tratados por cirurgia eletiva: realizando os procedimentos em tempo, é possível evitar o agravamento das condições, mas, com a demora, há risco elevado de cegueira e outras consequências.

Algumas regiões do país tiveram números diferentes em relação ao represamento. No Norte e Nordeste, o déficit é de consultas e de atendimentos, enquanto o restante do país não sofre desse problema. Em todos os locais, no entanto, a quantidade de procedimentos cirúrgicos não se recuperou. O perfil demográfico e epidemiológico da população, bem como disponibilidade de especialistas e estrutura do serviço são responsáveis pelas diferenças.

Fonte: Folha de S. Paulo

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