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Israel aplica 3ª dose em todos, mas por que poucos países seguem esse esquema?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 28 de Setembro de 2021 às 10h50

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FabrikaPhoto/Envato Elements
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No combate à pandemia do coronavírus SARS-CoV-2, Israel começou a aplicar doses de reforço das vacinas contra a covid-19, ainda em julho, para pessoas que estavam completamente imunizadas há pelo menos cinco meses. Hoje, a terceira dose estava disponível para todos, desde que se enquadrem na regra de intervalo de doses. Após bons resultados da medida, o país divulga os primeiros resultados do estudo com a população com mais de 60 anos.

Na época do anúncio de que doses de reforço estariam disponíveis para as pessoas mais velhas, o primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, defendeu a medida a partir de um estudo da Leumit Health. Na pesquisa, pessoas com mais de 60 anos e que haviam sido vacinadas há mais de cinco meses contra a covid-19 tinham três vezes mais chances de serem infectadas do que aquelas vacinadas mais recentemente. No estudo, foi observada a importância da questão temporal no efeito protetor das vacinas.

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Quando os reforços começaram a ser adotados, esta descoberta foi o impulso inicial. Naquele momento, Israel enfrentava novos surtos causados pela variante Delta (B.1.671.2) e o estudo indicava a potencial capacidade de novas doses "turbinarem" a proteção já existente. Passados três meses, o país tem dados mais sólidos para a recomendação. 

Impacto da terceira dose: o estudo

Os primeiros dados avaliando o impacto real da terceira dose das vacinas contra a covid-19 foram publicados na revista científica New England Journal of Medicine (NEJM). O estudo observou que, duas semanas após a aplicação do reforço, as pessoas com mais de 60 anos tinham 11,3 vezes menos probabilidade de serem infectadas pela variante Delta.

Vale lembrar que esta cepa é a mais contagiosa, até agora, e que participaram do estudo 1,13 milhão de idosos que receberam a vacina da Pfizer/BioNTech. A pesquisa observou dados coletados, entre os dias 30 de julho e 31 de agosto de 2021, pelo próprio Ministério da Saúde de Israel.

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Segundo os autores do estudo, "a suscetibilidade de uma pessoa que recebe uma dose de reforço diminuiria para aproximadamente 5% (ou seja, 50% dividido por 10) em relação àquela em uma pessoa não vacinada e traria a eficácia da vacina entre os receptores de reforço para aproximadamente 95%, um valor semelhante à eficácia da vacina original relatada contra a variante Alfa".

É consenso que o esquema de duas doses pode proteger pessoas contra a gravidade da covid-19, inclusive esse modelo ainda é adotado por inúmeros países. No entanto, os dados de Israel sugerem que uma série de imunização primária seguida por uma dose adicional alguns meses depois deve ser o novo protocolo padrão, segundo os autores. É nesse formato que se pode extrair ao máximo as defesas da fórmula.

Por que outros países não adotaram a terceira dose para todos?

Mesmo com os resultados de Israel, a terceira dose contra a covid-19 ainda não é liberada para todos em praticamente nenhum lugar do mundo. Na maioria dos locais, o uso está associado a alguns fatores de risco, como idade, comorbidades ou trabalho de alto risco (médicos e professores), como nos EUA.

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Isso porque, em primeiro lugar, as duas doses das vacinas ainda protegem contra formas graves, hospitalização e morte em decorrência da covid-19, principalmente entre os mais jovens. Outra questão é que ainda faltam doses das vacinas contra a covid-19 no mundo, ou seja, países pobres não conseguiram aplicar nem a primeira dose nas suas populações. Segundo a plataforma Our World in Data, 2,2% das pessoas em países de baixa renda tiveram pelo menos uma dose de algum imunizante aplicado. 

Nesse cenário, programas de imunização como o de Israel geram intensos debates. A Organização Mundial de Saúde (OMS) pede que o padrão de três doses contra a covid-19, caso seja adotado, passe a valer apenas em 2022. A ideia é que, nesse intervalo, mais países poderão imunizar as suas populações, já que, em tese, as doses estariam disponíveis no mercado.

Para conferir o estudo de Israel sobre a eficácia da terceira dose da vacina contra a covid-19, clique aqui.

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Fonte: The Guardian