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Inteligência artificial mapeia efeitos de alucinógenos no cérebro

Por| Editado por Luciana Zaramela | 28 de Março de 2022 às 18h11

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Bret Kavanaugh/Unsplash
Bret Kavanaugh/Unsplash

Na luz dos estudos científicos acerca do uso assistido de alucinógenos e psicotrópicos no tratamento de distúrbios e transtornos mentais, pesquisadores criaram uma inteligência artificial que mapeia os efeitos dessas drogas no cérebro. As informações do projeto fazem parte de um estudo publicado na revista ScienceAdvances, no último dia 16. Drogas psicotrópicas afetam o estado mental, e vão desde antidepressivos e medicamentos para ansiedade até alucinógenos ilícitos, e o estudo se concentrou nesse último tipo.

Cada alucinógeno funciona de maneira diferente no corpo, e cada uma das experiências subjetivas que essas drogas criam tem efeitos terapêuticos diferentes, como a redução da depressão e da ansiedade, em alguns casos. Saber como se atinge esses efeitos pode ajudar os médicos a otimizar o uso terapêutico.

O grupo analisou mais de 6 mil relatos de experiências alucinógenas, e a inteligência artificial dividiu um determinado texto em palavras individuais para contar quantas vezes cada palavra aparece. O próximo passo foi identificar as palavras a determinados receptores do cérebro, e então aplicar um algoritmo para mapear essas experiências em diferentes regiões cerebrais, combinando com os tipos de receptores em cada área.

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Os pesquisadores identificaram mudanças na percepção sensorial associadas a um receptor de serotonina (um dos neurotransmissores) no córtex visual do cérebro, que se liga a uma molécula responsável por regular o humor e a memória.

Outras sensações foram relacionadas aos receptores de dopamina e opioides, em regiões do cérebro envolvidas no gerenciamento de informações sensoriais e emocionais. Enquanto isso, as alucinações auditivas estavam ligadas a vários receptores espalhados por todo o córtex auditivo. O estudo também descobriu que alucinógenos reduzem temporariamente alguns processos cognitivos envolvidos na inibição, atenção e memória, e amplificam regiões cerebrais de experiência sensorial.

O grupo acredita que as descobertas da inteligência artificial podem levar a novas maneiras de combinar compostos existentes para produzir efeitos de tratamento voltados a uma série de condições psiquiátricas.

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Fonte: ScienceAdvances, The Conversation