Pesquisadores dão LSD a peixes para entender benefícios da substância
Por Nathan Vieira | Editado por Luciana Zaramela | 07 de Fevereiro de 2022 às 15h40
Estudos chegaram a apontar que a microdosagem de LSD poderia aumentar a produtividade e estimular a criatividade. Para comprovar esses benefícios, cientistas se concentram em adminitrar pequenas doses da substância em peixes-zebra, ou paulistinhas (Danio rerio), animais que compartilham 70% de seus genes com os seres humanos.
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Primeiro, os cientistas precisaram certificar-se de que a resposta dos peixes-zebra a determinadas substâncias seria parecida com a dos humanos, então ao longo de vários estudos, a espécie foi submetida a álcool e nicotina. Os pesquisadores observaram a esperada redução da ansiedade durante o uso e o aumento da ansiedade durante a abstinência, e constataram a semelhança dos organismos.
Já em relação ao LSD, não é de hoje que a ciência se concentra em entender seus efeitos e seus possíveis benefícios. Para se ter uma ideia, em 1950, o psiquiatra britânico Humphry Osmond usou a droga para tratar o alcoolismo, por exemplo. E, recentemente, o ácido lisérgico está em foco em múltiplos estudos nas áreas de neurologia e psiquiatria.
É importante ressaltar que a administração de uma grande quantidade da substância exige monitoramento contínuo do paciente (o que leva várias horas), por isso surgiu a ideia da microdosagem, que pode ser autoadministrada com segurança, desde que haja orientação médica.
Com isso em mente, atualmente a equipe de cientistas da MacEwan University (Canadá) administra microdosagem de LSD em peixes-zebra e realiza testes de neurociência comportamental para avaliar os efeitos na ansiedade e nos sintomas de abstinência de álcool. Os pesquisadores afirmam que, com mais pesquisas surgindo, talvez seja possível usar a substância como um tratamento radical para a saúde mental e o vício em álcool.
Fonte: The BMJ, Psychopharmacology, The Canadian Encyclopedia, The Conversation