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IA sequencia DNA de câncer cerebral durante cirurgia

Por| Editado por Luciana Zaramela | 07 de Julho de 2023 às 16h07

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Prostock-studio/envato
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Com a promessa de revolucionar as cirurgias para a remoção de tumores no cérebro, cientistas da Universidade Harvard desenvolveram uma nova ferramenta com Inteligência Artificial (IA) que sequencia genoma de câncer cerebral, em tempo real, durante a operação.

Conhecer o DNA do câncer no cérebro permite que os cientistas consigam obter valiosos insights, como o nível de agressividade, o quanto de tecido precisa ser removido e a necessidade de medicamentos extras. Até então, obter informações com esse nível de detalhamento não era possível, e mesmo assim exigia análises externas em um laboratório que levavam pelo menos alguns dias.

Por enquanto, a IA de Harvard só pode ser usada em cirurgias que envolvam os gliomas. Estes são os tumores cerebrais mais agressivos e mais comuns em humanos. No entanto, os cientistas acreditam ser possível ampliar o uso da ferramenta para outros tipos de cânceres em breve.

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Entenda como o genoma do tumor é sequenciado na cirurgia

Publicado na revista científica Med, o estudo descreveu quais benefícios o uso da ferramenta CHARM (Cryosection Histopathology Assessment and Review Machine), com IA, podem trazer para os cirurgiões. Em tese, ela também pode reduzir o risco de casos de reincidência, já que melhora as chances de remissão completa.

Com o DNA do tumor cerebral decodificado em tempo real, a equipe médica compreende melhor as dimensões e o impacto do câncer naquele paciente. Com isso, é possível melhor dois pontos na cirurgia:

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  1. Estabelecer com maior precisão o quanto de tecido cerebral precisa ser removido durante a operação. Isso evita sequelas desnecessárias, como alterações na função neurológica e cognitiva por causa da remoção de tecidos saudáveis;
  2. Conhecer a identidade molecular do tumor ajuda na definição de tratamentos complementares. Além da remoção, os médicos podem identificar a necessidade de tratamentos localizados na região, quando o câncer não pode ser removido por completo, evitando que as células cancerígenas se proliferam.

“A capacidade de determinar o diagnóstico molecular intraoperatório em tempo real, durante a cirurgia, pode impulsionar o desenvolvimento da oncologia de precisão”, explica Kun-Hsing Yu, professor assistente de Harvard e um dos autores do estudo, em comunicado. Afinal, nos testes, a ferramenta distinguiu mutações moleculares específicas do tumor com 93% de precisão e soube classificar, com sucesso, os três tipos de gliomas existentes.

Mesmo que a IA, que foi treinada com mais de 2,3 mil amostras de tumores cerebrais, não esteja pronta para o mercado e ainda aguarde revisão da agência norte-americana Food and Drug Administration (FDA), os autores já disponibilizam a ferramenta para outros pesquisadores, em caráter experimental para a coleta de mais evidências científicas sobre a sua eficácia.

Quando o assunto não é a sala de cirurgia, a IA também pode ser benéfica no tratamento contra o câncer. Por exemplo, uma equipe de cientistas da Universidade da Califórnia desenhou uma IA que prevê casos de câncer com 5 anos de antecedência. Recentemente, outro grupo desenvolveu um método que usa a IA para prever o sucesso da quimioterapia no câncer de mama aumentando as possibilidades de remissão.

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Fonte: Med e Universidade Harvard