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IA consegue prever câncer de mama 5 anos antes dos primeiros sinais

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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NomadSoul1/Envato Elements
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Para o rastreamento do câncer de mama, cientistas norte-americanos treinaram uma nova inteligência artificial com milhares de mamografias. Agora, a IA superou os modelos padrões para medição de risco, conseguindo prever o surgimento de um tumor nas mamas em até cinco anos antes dos primeiros sinais, segundo os autores do estudo publicado na revista Radiology.

Inicialmente, os algoritmos da IA foram alimentados com mamografias negativas para o câncer de mama de mais de 13,6 mil mulheres. No começo da coleta de dados, em 2016, ninguém tinha diagnóstico oncológico confirmado. Só que as voluntárias foram acompanhadas até 2021. Nesse intervalo, 4,5 mil desenvolveram o câncer. A partir desse material, é que a nova ferramenta de rastreio foi desenvolvida.

Embora tenham descoberto que a IA pode prever o diagnóstico do câncer de mama antes que os outros modelos disponíveis, os cientistas ainda não sabem quais são as características responsáveis por aumentar esse risco no tecido mamário. Nesse ponto, mais estudos são necessários, já que abrem caminhos também para outros tratamentos preventivos.

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Como é feito o diagnóstico do câncer de mama hoje?

No Brasil, o câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais comum, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Por ano, são estimados 74 mil novos casos. Mesmo com a alta incidência, os métodos para medir os riscos são calculados de forma quase tradicional, em parte significativa das clínicas e dos hospitais.

Hoje, a forma mais comum para medir o risco de câncer de mama envolve o relato das próprias pacientes e dados pessoais, como idade, histórico familiar da doença e características da mama. A soma desses fatores forma uma pontuação de risco, dentro do modelo de risco do Consórcio de Vigilância do Câncer de Mama (BCSC).

“Os modelos de risco clínico dependem da coleta de informações de diferentes fontes, que nem sempre estão disponíveis ou são coletadas”, lembra Vignesh A. Arasu, radiologista e pesquisador do consórcio Kaiser Permanente, em nota. “Avanços recentes com a IA nos fornecem a capacidade de extrair centenas a milhares de dados adicionais”, pontua.

Inteligência artificial identifica casos futuros de câncer de mama

No recente estudo, os pesquisadores utilizaram cinco algoritmos de IA para prever o risco de câncer de mama, sendo que três deles já estão disponíveis comercialmente. Na fase de análise dos resultados, os escores de risco foram então comparados entre si e com o escore do modelo padrão do BCSC.

De forma (não) surpreendente, todos os algoritmos de IA tiveram um desempenho melhor que o modelo do BCSC para prever o risco de câncer de mama num período de zero a cinco anos. “Esse forte desempenho preditivo ao longo do período de cinco anos sugere que a IA está identificando tanto os cânceres não rastreados quanto as características do tecido mamário que ajudam a prever o desenvolvimento futuro do câncer”, afirma Arasu.

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“Algo nas mamografias nos permite rastrear o risco de câncer de mama. Esta é a 'caixa preta' da IA”, acrescenta o autor sobre os biomarcadores desconhecidos. Agora, uma das missões da equipe é entender quais marcadores dão este sinal tão claro, já captado pela ferramenta, de que um câncer vai se desenvolver na mama da paciente.

Pensando no tratamento, o interessante é que outros grupos de cientistas também propõem um uso mais intensivo da IA. Recentemente, engenheiros desenvolveram um método que usa a IA para prever o sucesso da quimioterapia para tumores nas mamas, aumentando as possibilidades de remissão e cura.

Fonte: RadiologyRSNA e Inca