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IA é usada na criação de antibiótico contra superbactérias em testes

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Nos Estados Unidos, cientistas da Universidade do Texas em Austin recorreram à Inteligência Artificial (IA) para desenvolver um novo tipo de antibiótico. Com a proposta de combater superbactérias, o medicamento já demonstra ser promissor nos testes pré-clínicos, com animais.

No processo de desenvolvimento do antibiótico, a equipe norte-americana utilizou um Grande Modelo de Linguagem (LLM). De forma simples, é uma ferramenta parecida com a popular IA generativa ChatGPT, mas com finalidades diferentes. O foco foi adaptar um composto até então tóxico para o organismo, sem perder a eficácia.

Na medicina, outros medicamentos em fase de testes já foram desenvolvidos a partir da IA generativa. Isso inclui um remédio para o tratamento de uma doença pulmonar crônica.

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IA desenvolve antibiótico

Durante o projeto, os pesquisadores usaram a IA para reprojetar um antibiótico já existente, conhecido como Protegrin-1 (PG-1). Este composto consegue matar bactérias (é eficaz), mas é tóxico para humanos (não é seguro). 

Na primeira etapa, os pesquisadores criaram mais de 7 mil variações de PG-1 e identificaram áreas desses compostos que poderiam ser modificadas sem perder sua atividade antibacteriana.

Em seguida, eles treinaram um LLM, a partir desses dados, para que o modelo pudesse avaliar milhões de variações possíveis para as três seguintes características: 

  • Eliminar bactérias de forma potente;
  • Mirar apenas membranas de bactérias;
  • Não interagir com glóbulos vermelhos (hemácias) humanos. 

Assim, o modelo guiou a equipe até uma versão mais segura e eficaz do remédio, a bsPG-1.2. Isso permitiu o início dos primeiros testes em animais com a potencial medicação, como detalha o estudo publicado na revista Nature Biomedical Engineering.

Testes com animais

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Nos testes pré-clínicos, camundongos foram infectados com bactérias resistentes aos antibióticos convencionais. Os animais tratados com o antibiótico bsPG-1.2 responderam bem ao tratamento e tinham menos bactérias detectáveis no organismo após as seis primeiras horas da medicação. 

Agora, mais testes ainda devem ser feitos com os modelos animais, mas, se os resultados continuarem a ser positivos, o antibiótico contra superbactérias poderá chegar às farmácias para o uso humano no futuro.

Vale lembrar que a Organização Mundial da Saúde (OMS) já alertou para a falta de inovação no combate às bactérias resistentes, o que coloca a saúde pública em risco, mas a implementação de novas tecnologias durante a pesquisa pode mudar o futuro.

Fonte: Nature Biomedical Engineering, UT News  

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