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"Nariz eletrônico" busca identificar doença de Parkinson através do cheiro

Por| Editado por Luciana Zaramela | 25 de Fevereiro de 2022 às 10h13

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Friends_stock/Envato Elements
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Desenvolvido por pesquisadores chineses, um novo dispositivo busca simular um nariz eletrônico e pode rastrear casos da doença de Parkinson através do cheiro dos pacientes, de forma precoce. A ferramenta ainda está em fase de aprimoramento, mas os resultados iniciais são promissores, segundo a equipe.

Publicado na revista científica ACS Omega, o estudo para um sistema olfativo portátil artificialmente inteligente foi desenvolvido por pesquisadores de diferentes instituições de pesquisa da China, como a Universidade de Chequião (ZJU).

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Vale explicar que a doença de Parkinson é conhecida por causar problemas motores nos pacientes, como tremores, rigidez e dificuldade para caminhar. Além disso, pode desencadear quadros de depressão. No momento, a ciência ainda não descobriu uma cura para a condição, mas o diagnóstico e o tratamento precoces podem melhorar a qualidade de vida, aliviar os sintomas e prolongar a sobrevida do indivíduo.

Como identificar a doença de Parkinson de forma precoce?

Para os pesquisadores, a principal questão é como identificar de forma precoce os pacientes que desenvolverão a doença. Afinal, a condição é diagnosticada, na maioria das vezes, quando os indivíduos já apresentam sintomas motores irreversíveis. Este problema é comum para outras doenças neurológicas, como o Alzheimer.

Nos últimos anos, estudos observaram que as pessoas com Parkinson secretam uma maior quantidade de sebo. Além disso, é possível identificar um aumento na produção de leveduras, enzimas e hormônios. Todas essas substâncias se combinam e formam um cheiro bastante característico, mas dificilmente pode ser identificado pelo olfato humano.

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Curiosamente, a invenção do nariz eletrônico se baseou num desses raros casos de humanos que podem identificar o cheiro do Parkinson. Mais especificamente, foram as capacidades olfativas e a popularidade do caso de Joy Milne que moveu os pesquisadores a buscarem formas de simular as habilidades da mulher.

Hoje, já é possível identificar esses cheiros característicos da doença, mas isto costuma envolver instrumentos de pesquisa volumosos, lentos e caros. Em outras palavras, é algo bastante inacessível e a confiabilidade desses métodos mais tradicionais ainda precisa ser aperfeiçoada.

Nariz eletrônico em testes

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A ideia da equipe chinesa é chegar a um dispositivo que possa ser produzido em larga escala, com alta confiabilidade. Para isso, mesclaram o teste de cromatografia a gás acoplada à espectrometria de massas, um sensor de ondas acústicas de superfície — que mede compostos gasosos através da interação com uma onda sonora — e algoritmos de aprendizado de máquina.

Inicialmente, os pesquisadores coletaram amostras de sebo de 31 pacientes com a doença de Parkinson e de 32 pessoas saudáveis. Em outra etapa do estudo, foram incluídas mais 24 amostras, sendo que metade era de pessoas com Parkinson.

"O sistema AIO é um método rápido, fácil de usar e não invasivo que pode ser amplamente utilizado em hospitais, clínicas e residências para rastrear, diagnosticar e monitorar o tratamento da DP [doença de Parkinson]", afirmam os pesquisadores. Atualmente, a precisão de diagnóstico do nariz eletrônico é de 79,2%, mas ainda há uma alta taxa de falsos positivos, segundo os autores.

Para que o produto possa chegar, de fato, ao mercado e esteja pronto para o uso clínico, serão necessários mais testes e um sistema de validação maior. É também importante aperfeiçoar a taxa de acerto do dispositivo e incluir diferentes etnias na pesquisa, o que não feito até o momento.

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Fonte: ACS OmegaACS News