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IA descobre 40 mil potenciais armas químicas em apenas 6 horas

Por| Editado por Luciana Zaramela | 22 de Março de 2022 às 17h20

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Duallogic/Envato Elements
Duallogic/Envato Elements

Na indústria farmacêutica, a Inteligência Artificial (IA) é usada para vasculhar milhares de compostos químicos e identificar potenciais candidatos a medicamentos. No entanto, uma equipe internacional de pesquisadores quis saber se era possível usar a IA também para fins assustadores e nem um pouco nobres, como descobrir possíveis armas químicas. Infelizmente, a resposta foi sim.

Publicado na revista científica Nature Machine Intelligence, o estudo sobre o uso da IA para encontrar armas químicas foi desenvolvido por uma equipe de cientistas, englobando membros da farmacêutica Collaborations Pharmaceuticals, do King's College London, no Reino Unido, e do Departamento Federal de Defesa da Suíça.

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"É inteiramente possível que novas rotas possam ser previstas [através da IA] para a descoberta de agentes de guerra química, contornando listas nacionais e internacionais de precursores químicos monitorados ou controlados", explicam os autores do estudo sobre o risco da tecnologia.

Armas químicas em potencial

Durante as seis horas de testes, a IA conseguiu identificar cerca de 40 mil potenciais armas químicas. Inclusive, as novas descobertas se assemelham a alguns agentes já conhecidos, como o agente VX. Esta é uma arma de destruição em massa, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

O composto é conhecido por interromper a transmissão de impulsos nervosos, o que causa convulsões musculares na pessoa contaminada. Nesses casos, a morte é, na maioria das vezes, causada por asfixia ou por uma parada cardíaca. Na história recente, o VX foi usado para assassinar o meio-irmão do líder norte-coreano Kim Jong-un, o Kim Jong-nam.

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Para chegar a estes resultados, os cientistas mudaram os parâmetros da IA MegaSyn. No lugar de recompensar a bioatividade (o quão bem uma molécula interage com o alvo), a equipe induziu que a toxicidade fosse recompensada pelo sistema. Quanto mais tóxico, mais alta era a pontuação.

Alerta sobre os potenciais riscos

"Embora ainda seja necessário algum conhecimento de domínio em química ou toxicologia para gerar substâncias tóxicas ou agentes biológicos que podem causar danos significativos, quando esses campos se cruzam com modelos de aprendizado de máquina, onde tudo o que você precisa é a capacidade de codificar e entender a saída dos modelos por eles mesmos, eles reduzem drasticamente os limites técnicos", explicam os autores.

"O software de aprendizado de máquina de código aberto é a principal rota para aprender e criar novos modelos como o nosso, e conjuntos de dados de toxicidade, que fornecem um modelo de linha de base de previsões para uma variedade de alvos relacionados à saúde humana, estão prontamente disponíveis", acrescentam.

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Agora, os cientistas esperam que este teste acenda um alerta para discussões sobre regulamentação e controle da IA na área de saúde. "Sem ser excessivamente alarmista, isso deve servir como um alerta para nossos colegas da comunidade de 'IA na descoberta de medicamentos'", completam os autores.

Fonte: Nature Machine Intelligence