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Herança genética de neandertais significa mais resistência à COVID-19

Por| Editado por Luciana Zaramela | 14 de Junho de 2021 às 12h00

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sgrunden/Pixabay
sgrunden/Pixabay

Através da análise dos restos mortais de nove neandertais, ancestral humano que surgiu há cerca de 400 mil anos, cientistas descobriram que os genes existentes no cromossomo 3 dos humanos podem estar associados a casos mais graves da COVID-19. Além disso, alguns genes do cromossomo 12, estes de origem neandertal, podem ajudar na resposta imunológica do organismo e proteger contra o SARS-CoV-2, o coronavírus.

Ainda de acordo com o estudo, que foi realizado pelo Instituto de Antropologia Evolutiva Max Plack, na Alemanha, junto ao Instituto Karolinska, na Suécia, a presença dos genes do cromossomo 12 pode reduzir a probabilidade de desenvolver a COVID-19 em 22%. Isso pode significar, talvez, que as pessoas infectadas pelo vírus e que foram assintomáticas tenham alguma proximidade a mais com os neandertais.

Os cientistas contam que o estudo dos genes mais vulneráveis à infecção pelo vírus pode ajudar na identificação precoce em pacientes que correm mais riscos de serem vítimas da doença. A pesquisa acredita também que 60% da população europeia e 50% da população do sul da Ásia estão mais propensos a ter esses genes e desenvolverem as formas graves da doença. Eles explicam que na população do leste asiático e da África, no entanto, a variante não foi encontrada, e que os genes que são encontrados em um terço da população mundial são os protetores.

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A pesquisa dos restos mortais, encontrados em 1856 na Alemanha, analisou todo o material ósseo a nível morfológico, usando também a tecnologia moderna para analisar moléculas e ter mais informações sobre a espécie. O DNA mitocondrial de um neandertal foi sequenciado pela primeira vez em 2008 e, desde então, vamos obtendo mais informações sobre esses nossos ancestrais.

Uma das causas da extinção dos neandertais, inclusive, está relacionada à alta consanguinidade, ou seja, a procriação entre parentes próximos. Isso aconteceu devido às mudanças climáticas enfrentadas no passado, que não permitia que eles se distribuíssem pela Europa com frequência, o que leva ao surgimento de doenças causadas por variantes de um mesmo gene, ou alelos, que acabam sendo defeituosas.

 

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Fonte: BBC