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Neandertais e pacientes graves de COVID-19 têm gene quase idêntico, diz estudo

Por| 13 de Outubro de 2020 às 14h11

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Pete Linforth/Pixabay
Pete Linforth/Pixabay

Desde o princípio, a COVID-19 tem gerado uma gama de mistérios na área da medicina. Justamente por isso, vários estudos proporcionado por instituições ao redor do mundo almejam desvendar uma parcela dos enigmas que guarda essa doença que tem preocupado toda a população em 2020. O mais recente envolve os institutos Karolinska em Estocolmo, na Suécia, Instituto de Antropologia Evolutiva Max Planck, na Alemanha, e o Instituto de Ciência e Tecnologia de Okinawa, no Japão, e aponta que um número considerável de pacientes graves com COVID-19 compartilha um segmento de DNA muito semelhante ao Homo neanderthalensis.

Segundo a pesquisa, publicada na revista Nature, esse segmento genético persiste em cerca de 50% das pessoas no Sudeste Asiático e em 16% dos europeus, e carregar esse fragmento de DNA poderia triplicar o risco de hospitalização e agravamento do quadro de saúde após a infecção pelo coronavírus. estudo envolveu 3.199 pacientes, principalmente na Europa, mas a herança é especialmente notável no sudeste da Ásia, onde 50% dos habitantes são portadores desse gene. Em Bangladesh, esse número sobe para 63%.

Os pesquisdores encontraram o grupo genético no cromossomo 3, e apontam que é  "praticamente idêntico" ao dos neandertais, com apenas algumas posições diferentes. Segundo Hugo Zeberg, co-autor do estudo e professor de neurociência do Instituto Karolinska, todas as pessoas que não têm raízes ancestrais da África carregam cerca de 2% de DNA de neandertal. Ele explica, durante entrevista à BBC News, que há muito mais idosos na Europa do que no Sul da Ásia e outros fatores entram em jogo, como hábitos sociais e a forma como os países respondem à pandemia.

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Estudos anteriores já examinaram a influência dos neandertais em nossa composição genética. Várias doenças atuais, como diabetes ou a doença de Crohn, podem ter origem em neandertais, além de diferentes mecanismos de defesa com os quais lutamos contra vírus e infecções. "Não por saber a origem do neandertal por si só, mas a associação genética é importante. Pode ajudar na identificação de alvos para futuros medicamentos", finaliza Zeberg durante a entrevista em questão.

Fonte: Nature via BBC