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Fertilização in vitro do futuro pode ser feita com células da pele

Por  • Editado por Luciana Zaramela |  • 

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Cientistas norte-americanos transformam células da pele em óvulos que podem ser fertilizados in vitro por espermatozoides. A técnica é inspirada no processo de clonagem da ovelha Dolly, de 1996, e só é testada em camundongos. Nenhuma célula humana passou pelo procedimento preliminar.

Quando a técnica que transforma células epiteliais em óvulos for demonstrada segura em animais, a equipe da Universidade de Saúde e Ciência de Oregon (Oshu), nos Estados Unidos, deve iniciar os testes com humanos. Isso poderá colocar um fim em problemas de infertilidade. Entretanto, ainda há um longo caminho pela frente.

Criação de óvulos para fertilização

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Publicado na revista Science Advances, o estudo apresenta uma nova forma de realizar a gametogênese in vitro (IVG). Em outras palavras, é uma técnica que leva à formação dos gametas femininos, os óvulos, em laboratório.

A estratégia dos pesquisadores é usar o óvulo de uma doadora (sem ligação com o futuro bebê) e retirar todo o material genético de dentro. Este espaço vazio vai ser preenchido pelo núcleo de uma célula da pele.

Através de um conjunto de técnicas laboratoriais que envolvem o uso do citoplasma — líquido que preenche as células —, o número de cromossomos do núcleo da célula epitelial cai pela metade, chegando a 23. Assim, o óvulo pode ser fecundado por um espermatozoide, gerando um embrião com características do pai e da mãe, com 46 cromossomos.

Inspiração na ovelha Dolly

Todo o processo é inspirado na clonagem da ovelha Dolly, o primeiro mamífero a ser clonado com sucesso no mundo. A diferença é que, neste caso, o óvulo de uma ovelha (sem envolvimento genético) foi preenchido totalmente pelo material genético da “mãe” do clone, sem informação genética do pai.

Produção de óvulos e fertilidade

“O objetivo é produzir óvulos para pacientes que não possuem seus próprios óvulos”, explica Shoukhrat Mitalipov, diretor do Centro de Terapia Genética e Celular da OHSU e um dos autores do estudo, em nota.

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Por exemplo, a técnica poderá beneficiar mulheres que não conseguem produzir óvulos viáveis, que realizaram tratamento contra o câncer ou que entraram na menopausa. Isso também pode permitir que casais homossexuais tenham filhos biológicos.

Apesar da imensidão de aplicações, “ainda há muito trabalho a ser feito para entender como esses cromossomos se emparelham e como se dividem fielmente para realmente reproduzir o que acontece na natureza”, completa Paula Amato, professora de obstetrícia e ginecologia da OHSU e outra autora da pesquisa. Inclusive, a técnica ainda não foi aplicada para a geração de camundongos em laboratório.

Fonte: Science Advances e Ohsu