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Experimento revela que o cérebro divide o tempo de uma refeição em 4 partes

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Andrea Piacquadio/Unsplash
Andrea Piacquadio/Unsplash

O cérebro divide o tempo de uma refeição em 4 partes. Essa é a descoberta dos pesquisadores da Universidade de Erlangen-Nuremberg (FAU) e da Universidade de Colônia, na Alemanha. Como diz o estudo, quando vamos comer, é como se houvesse um revezamento entre os neurônios.

A novidade está na identificação de quatro conjuntos distintos de neurônios que se acendem um após o outro durante a refeição, sob o objetivo de regular a ingestão de energia e sinalizar quando chega a hora de comer.

Para chegar a essa descoberta, o grupo usou algoritmos de inteligência artificial. A ideia foi usar as leituras de implantes de eletrodos em roedores para identificar quais neurônios estavam ativos e em quais momentos.

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O resultado apontado no periódico Journal of Neuroscience envolve a oscilação entre os neurônios do hipotálamo lateral, em frequências que variavam dependendo do que estava acontecendo na refeição. Eles chegaram a registrar com clareza os quatro estágios da alimentação. Veja:

"Circuitos neurais que dão suporte a comportamentos inatos, como alimentação, exploração e interação social, se misturam no hipotálamo lateral. Embora estudos anteriores tenham mostrado que neurônios individuais mudam seu disparo durante um ou mais comportamentos, a dinâmica permanece amplamente desconhecida", justifica o estudo.

"Identificamos populações distintas de células cuja atividade corresponde à alimentação, momentos específicos durante os períodos de alimentação ou a outros comportamentos inatos. Células relacionadas à alimentação dispararam juntas com maior probabilidade durante oscilações gama lentas e rápidas", acrescenta.

Neurônios na alimentação 

A alimentação envolve uma variedade de sinais, combinando sensações de "bem-estar" que nos encorajam a continuar comendo com sinais de que já comemos o suficiente. 

Em futuros estudos, os pesquisadores devem verificar como funcionam esses diferentes estágios em humanos, mas a fisiologia dos camundongos e a dos humanos é muito parecida, por isso esses animais são tão comuns nos laboratórios. Dito isso, é bem provável que atividades cerebrais sejam semelhantes.

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Futuramente, os pesquisadores querem ver se esse revezamento de neurônios pode ser manipulado manualmente usando luz.

A ideia é usar essa descoberta a favor da área da saúde, em pacientes com transtornos alimentares, principalmente levando em consideração informações anteriores de que neurônios são responsáveis pela compulsão alimentar. Mas é claro que ainda falta uma longa jornada científica até que esse tipo de tratamento seja uma realidade.