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Estudo identifica novo gene oculto no coronavírus SARS-CoV-2

Por| 11 de Novembro de 2020 às 09h40

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Fernando Zhiminaicela/Pixabay
Fernando Zhiminaicela/Pixabay

A essa altura, já podemos observar que a COVID-19 é alvo de muitos estudos, com direito a descobertas a cada dia que se passa. Dessa vez, um estudo publicado na revista científica eLife aponta um novo gene "oculto" no SARS-CoV-2, o vírus que causa a COVID-19, que pode ter contribuído para sua biologia única e potencial pandêmico.

Em um vírus que tem apenas cerca de 15 genes no total, saber mais sobre esse e outros genes sobrepostos, ou o que os pesquisadores chamam de "genes dentro dos genes",  pode ter um impacto significativo em como combatemos o vírus. Com isso em mente, a equipe de pesquisa identificou ORF3d, um novo gene de sobreposição no SARS-CoV-2 que tem um potencial maior do que o esperado de codificar uma proteína.

O ORF3d foi identificado de forma independente e demonstrou produzir uma forte resposta de anticorpos em pacientes com COVID-19, demonstrando que a proteína do novo gene é fabricada durante a infecção humana.

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"A sobreposição de genes pode ser uma das maneiras pelas quais o coronavírus evoluiu para se replicar com eficiência, impedir a imunidade do hospedeiro ou se transmitir. Saber que genes sobrepostos existem e como eles funcionam pode revelar novos caminhos para o controle do coronavírus, por exemplo, por meio de drogas antivirais", explica o autor do estudo, Chase Nelson, pesquisador de pós-doutorado da Academia Sinica em Taiwan.

"Ainda não sabemos sua função ou se há significado clínico, mas prevemos que é relativamente improvável que esse gene seja detectado por uma resposta de células T, em contraste com a resposta de anticorpos. E talvez isso tenha algo a ver com como o gene foi capaz de surgir", acrescenta o pesquisador.

Genes sobrepostos são difíceis de detectar, e a maioria dos programas de computador científicos não foi projetada para localizá-los. No entanto, eles são comuns em vírus. Isso ocorre em parte porque os vírus de RNA têm uma alta taxa de mutação, então eles tendem a manter sua contagem de genes baixa para prevenir um grande número de mutações. Como resultado, os vírus desenvolveram uma espécie de sistema de compressão de dados em que uma letra em seu genoma pode contribuir para dois ou até três genes diferentes.

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"A falta de genes sobrepostos nos coloca em risco de ignorar aspectos importantes da biologia viral. Em termos de tamanho do genoma, o SARS-CoV-2 e seus parentes estão entre os vírus de RNA mais longos que existem. Portanto, eles são talvez mais propensos a 'truques genômicos' do que outros vírus de RNA", reitera o pesquisador.

Antes da pandemia, Nelson desenvolveu um programa de computador que rastreia genomas em busca de padrões de mudança genética que são exclusivos de genes sobrepostos. Para este estudo, Nelson juntou-se a colegas de instituições como a Technical University of Munich e a University of California, Berkeley, para aplicar este software e outros métodos à riqueza de novos dados de sequência disponíveis para SARS-CoV-2.

O grupo tem esperança de que outros cientistas investiguem o gene que descobriram no laboratório para definir sua função e, possivelmente, determinar qual papel ele pode ter desempenhado no surgimento do vírus pandêmico.

Fonte: eLife via Science Daily