Estudo descobre como a demência mexe na empatia dos pacientes
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela | •

Um novo estudo mostra a maneira como a demência afeta a empatia — ou seja, a capacidade de se colocar no lugar de outra pessoa e entender suas necessidades e seu ponto de vista. Para o estudo, os participantes tiveram a atividade cerebral monitorada enquanto assistiam imagens relacionadas ao sofrimento alheio.
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O estudo conduzido pelo Karolinska Institutet (Suécia) sugere que pacientes com demência não têm empatia, em muitos casos. Esses pacientes não mostram a atividade cerebral "normal" quando testemunham a dor dos outros.
Os pesquisadores acompanharam a atividade cerebral dos participantes enquanto eles assistiam imagens de mãos sendo penetradas por agulhas, o que normalmente ativa as partes do cérebro que tendem a reagir à experiência de sofrimento ou dor em outras pessoas.
Então as pessoas com demência frontotemporal não apresentaram nenhuma ativação dessas redes cerebrais frontais relacionadas à empatia.
“O que é particularmente interessante é que conseguimos relacionar essa medida de atividade cerebral em pacientes com a forma como os cuidadores classificam sua falta de empatia. Descobriu-se que havia uma forte correlação, e isso é importante. Isso mostra que o que acontece no cérebro está conectado ao comportamento das pessoas”, diz Olof Lindberg, um dos autores do estudo.
O pesquisador acredita que as novas descobertas sobre como a atividade cerebral é afetada aumentarão a compreensão da doença.
“Isso captura um sintoma-chave em pacientes e, com a falta de empatia, naturalmente se torna mais difícil agir socialmente. Então, pode afetar o julgamento de ser cuidado em casa, por exemplo", conclui o cientista. O estudo foi publicado na JAMA Open Network.
E, se por um lado, a demência impacta capacidades como a empatia, estudos anteriores já mostraram que a sua personalidade pode te proteger da condição neurodegenerativa.
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Fonte: Karolinska Institutet