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Estudo atribui condições alérgicas a menor risco de contrair covid-19

Por| Editado por Luciana Zaramela | 03 de Dezembro de 2021 às 08h30

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Um novo estudo feito no Reino Unido e publicado na revista Thorax contraria muitas das coisas que sabemos sobre a covid-19 hoje, como idade avançada, predominância relacionada ao sexo masculino e outras condições não estão associados a um risco elevado da infecção.

Apesar disso, outros fatores continuam sendo um agravante para a doença, sendo etnia asiática, obesidade, superlotação doméstica, socialização interna com outras famílias e papéis enfrentados por pessoas em outras áreas que não a saúde e assistência social foram ligados à suscetibilidade de coronavírus.

Com o objetivo de entender como a questão demográfica, socioeconômica, de estilo de vida, dieta, tratamento médico e outras questões aumentam o risco de desenvolver coronavírus, os pesquisadores coletaram informações detalhadas sobre os fatores de risco potenciais para a infecção entre adultos do Reino Unido entre maio de 2020 e fevereiro de 2021.

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Dados da pesquisa

A ideia era que todos os voluntários fornecessem informações sobre idade, circunstâncias familiares, trabalho, estilo de vida, peso, altura, condições médicas de longa data, uso de medicamentos, estado de vacinação, dieta e ingestão de suplementos quando se juntaram ao estudo e novamente nos meses seguintes.

Foram mais de 16 mil pessoas elegíveis, pouco mais de 15 mil completaram pelo menos um questionário de acompanhamento mensal subsequente 30 dias ou mais após ingressar no estudo; e 14.348 preencheram o questionário final até 5 de fevereiro de 2021. Os pacientes tinham idade média de 59 anos, sendo 70% mulheres. Ainda, 95% do grupo se identificou como sendo brancos.

Ao todo, quase 3% dos participantes tiveram pelo menos um episódio de infecção por SARS-CoV-2 confirmada, conforme determinado por teste de PCR durante o período de estudo, e 32 duas pessoas foram internadas no hospital.

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Cruzando os fatores de risco

Ao cruzarem os dados, os pesquisadores descobriram que pessoas de etnia asiática ou britânica-asiática tinham duas vezes mais chances de serem infectadas do que britânicos. Além disso, casas muito populosas, socialização com outras famílias na semana anterior; número de visitas a locais públicos fechados; um papel voltado para as pessoas que não sejam da área da saúde e da assistência social; e obesidade foram todos ligados ao risco elevado da covid.

Por outro lado, a pesquisa mostrou que pessoas com doença atópica (desencadeada por alérgenos), que como eczema, dermatite (alergia na pele) e rinite alérgica, têm 23% menos chances de ter a infecção do que aqueles sem doença atópica ou asma.

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Na verdade, pessoas com asma têm risco ainda menor, segundo o artigo: cerca de 38% menos chances de ter coronavírus. Essa associação manteve-se verdadeira mesmo após considerar o uso de inaladores de esteroides. Fatores como idade, sexo, outras condições médicas, dieta e uso de suplementos não foram associados ao risco de infecção.

Interpretação requer cautela

É importante ressaltar que a pesquisa foi feita com base em um estudo observacional e, como tal, não pode estabelecer a causa das descobertas. Além disso, a equipe reconhece algumas limitações do ensaio, como a ausência de supervisão do teste PCR, bem como a confiança nos resultados dos exames de rotina que geralmente são induzidos pelos sintomas, portanto, potencialmente omitindo aqueles com infecção assintomática.

Também há limitação nos participantes, já que eles se ofereceram como voluntários. Portanto, algumas minorias étnicas, especialmente pessoas de etnias negras, africanas e caribenhas, foram representadas parcialmente no estudo.

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Ainda assim, a equipe atribui os resultados como perspectiva de base populacional que mostra que há uma sobreposição limitada entre os fatores de risco para o desenvolvimento da covid-19 em relação às causas que já conhecemos para risco de infecção grave e morte.

Fonte: Thorax