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Quem tem este gene pode ter duas vezes mais chances de morrer de covid [estudo]

Por| Editado por Luciana Zaramela | 16 de Novembro de 2021 às 09h40

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Peggy und Marco Lachmann-Anke/Pixabay
Peggy und Marco Lachmann-Anke/Pixabay

Em alguns aspectos, o coronavírus SARS-CoV-2 ainda é um mistério para a ciência. Por exemplo, uma das perguntas ainda não respondidas é o que leva algumas pessoas a terem casos assintomáticos e outras a morrerem em decorrência da covid-19. Segundo estudo britânico, um gene pode dobrar os riscos de insuficiência respiratória e óbitos pela doença. Inclusive, ele poderia explicar o porquê de pessoas com herança do sul da Ásia serem mais vulneráveis ​​à infecção.

Publicado na revista científica Nature Genetics, o estudo da Universidade de Oxford identificou que um gene é considerado um dos marcadores de risco genético mais importantes para a covid-19 — embora não seja o único. Esta pode ser a explicação para uma parte dos casos graves da doença.

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Segundo os cientistas, o gene LZTFL1 muda a forma como os pulmões respondem à infecção do coronavírus. Ele está presente em cerca de 60% das pessoas com origens do sul da Ásia, enquanto apenas 15% das pessoas com origens brancas na Europa o carregam.

Genética se relaciona com a gravidade da covid

Estudado pela primeira vez, o gene LZTFL1 impede que o organismo ative, de forma completa, um mecanismo de defesa que impediria o vírus da covid-19 de entrar nas células epiteliais que revestem o pulmão. Com a resposta imunológica atenuada neste local, o agente infeccioso continua a invadir células saudáveis, causando danos ao pulmão por um período mais longo que o "normal".

“O fator genético que encontramos explica por que algumas pessoas ficam gravemente doentes após a infecção por coronavírus. Há um único gene que confere um risco significativo para pessoas do sul da Ásia”, explica James Davies, professor da Universidade de Oxford e autor sênior do artigo.

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Em tese, a descoberta pode explicar o excesso de mortes observado em algumas comunidades no Reino Unido. Na segunda onda da covid-19 na Inglaterra, os dados do Instituto Nacional de Estatísticas Britânico (ONS) apontaram para um risco de morte de três a quatro vezes maior para pessoas nascidas em Bangladesh ou de descendentes do país. Além disso, o risco era de 2,5 a três vezes maior para indivíduos de origem paquistanesa e de 1,5 a duas vezes maior para pessoas de origem indiana em comparação com a população em geral do Reino Unido.

No entanto, outros cientistas — que não participaram do estudo — alertaram para o fato de que as explicações genéticas poderiam ofuscar outros fatores de risco, como a questão socioeconômica e o menor acesso aos serviços de saúde. Estes desafios costumam ser enfrentados por minorias étnicas.

Mais medidas de proteção contra a covid-19

“Embora não possamos mudar nossa genética, nossos resultados mostram que as pessoas com o gene de maior risco provavelmente se beneficiarão com a vacinação”, explica o pesquisador Davies. “Uma vez que o sinal genético afeta o pulmão em vez do sistema imunológico, o risco aumentado deve ser cancelado pela vacina”, aposta sobre a medida que reduz o risco de infecção.

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Além disso, o cientista explica que a nova descoberta aponta para a possibilidade de novos tratamentos visando, exclusivamente, a resposta das células pulmonares. Hoje, a maioria dos tratamentos atuais funciona mudando a forma como o sistema imunológico responde ao vírus, o que pode ser revisto no futuro.

Para acessar o estudo completo, publicado na revista científica Nature Genetics, clique aqui.

Fonte: The Guardian